Escova Progressiva Com Formol
Artigos Científicos: Escova Progressiva Com Formol. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: pam766 • 26/8/2014 • 1.921 Palavras (8 Páginas) • 1.502 Visualizações
Escova Progressiva com uso de Formol
Muitas pessoas, na busca por cabelos permanentemente lisos, acabam realizando a chamada escova progressiva com formol. No entanto, este método usado por muitos cabeleireiros pode causar sérios danos não só ao cabelo, mas gera muitos riscos também à saúde do profissional e do cliente.
É por isso que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu o uso de Formol neste tratamento capilar. Para entendermos a seriedade desta questão, vejamos a estrutura química do formol e as consequências de seu uso.
O formol, também conhecido como formaldeído, é um composto orgânico pertencente ao grupo dos aldeídos. Sua fórmula molecular é CH2O e sua nomenclatura oficial é metanal. Sua principal utilização é como conservante de cadáveres e peças de cadáveres, mas também é usado como preservador na borracha, adesivos, gelatinas e sucos, produção de alguns produtos químicos, confecção de seda artificial, vidros, espelhos, corantes e explosivos.
O seu uso como matéria-prima de conservantes de cosméticos é liberada com o limite máximo de 0,2% e como endurecedor de unhas com o limite de 5%. No entanto, para atuar como alisante, a sua concentração aumenta para 37%; uma concentração realmente muito elevada, já que em contato com o calor do secador, este aldeído libera vapores com odor penetrante e irritante. Se forem inalados podem causar intoxicação aguda, irritação para pele, olhos, narina, trato respiratório e mucosa. Além disso, a OMS (Organização Mundial da Saúde) considera este composto como cancerígeno.
Até mesmo o cabelo que deveria ser o principal beneficiado com este tratamento é muito prejudicado. O formol destrói as moléculas que formam o fio, criando uma capa que encobre os estragos internos. Além da quebra e ressecamento dos fios, a oleosidade do couro cabeludo aumenta, pois esta “capa” não permite que o óleo natural dos cabelos escorra pelos fios.
Assim, lembre-se: o dinheiro a ser ganho ou o cabelo liso apenas provisoriamente não vale a pena quando comparados com os malefícios causados por este processo.
Glutaral
A busca por cabelos lisos tem feito muitas mulheres arriscarem a saúde em salões de beleza. Um produto até 10 vezes mais tóxico do que o formol, chamado glutaral, vem sendo usado em salões no Rio, como noticiou ontem o Informe do DIA. A denúncia é do deputado Dionísio Lins (PP), autor da lei que proibiu a utilização do formol por cabeleireiros e clínicas de estética localizados no Rio. Usada na desinfecção hospitalar, a substância é tão potente que é capaz de esterilizar instrumentos infectados pelo vírus HIV, pelo da hepatite B e pelo bacilo da tuberculose. Já a utilização como intensificador em alisamentos pode ser desastrosa. Alguns dos efeitos imediatos são queimaduras no couro cabeludo, coceira, ardência ocular e até pneumonia química — queimadura no pulmão devido à inalação, que pode levar à morte. A longo prazo, pode causar câncer e alterações no sistema nervoso central.
"Esse produto é extremamente tóxico. É usado na desinfecção hospitalar e veterinária. É tão tóxico que os profissionais que o usam em ambiente hospitalar, por exemplo, devem usar roupas especiais, luvas, capa e máscara para evitar o contato e a inalação”, alerta a médica Maria Fernanda Gavazzoni, diretora da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “E a máscara deve ser a indicada para gases químicos. As comuns não servem”, diz, acrescentando que mesmo unidades de saúde precisam ter registro para usar o produto.
ANVISA: UTILIZAÇÃO CONFIGURA CRIME
De acordo com a dermatologista, tanto as mulheres que se submetem a alisamentos com o produto quanto os profissionais que manipulam o glutaral correm riscos. “As pessoas passam o glutaral no cabelo e depois usam a prancha sem enxágue. O calor faz com que seja liberado um gás tóxico. Esse produto altera o DNA e é considerado potencialmente cancerígeno. A longo prazo, a inalação desse gás provoca alterações no sistema nervoso central, que podem deixar o raciocínio lento e dificultar a coordenação motora”, afirma, acrescentando que em alguns locais está sendo usada prancha com furos para que o vapor vá para cima do profissional, e não do cliente.
O uso do glutaral como alisador já preocupa a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Assim como o formol, o glutaral é um conservante — e não um alisador — e só pode ser empregado em produtos cosméticos na concentração máxima de 0,1%. No caso do formol, esse valor é de 0,2%, afirma a Anvisa.
“Recebemos denúncia sobre o uso dessa substância. O uso de glutaral como alisador, ou seja, em concentrações maiores do que as permitidas, é ilegal. Há casos em que o cabeleireiro o adiciona ao produto. Isso é um crime hediondo. Tanto o profissional quando o salão são responsáveis. O estabelecimento pode ser fechado” diz Érica França, especialista em regulação da Anvisa. “Há ainda casos em que a indústria burla a legislação e inclui a substância na formulação de alisadores, o que é proibido. Isso está sendo investigado”.
Autor do livro ‘Dr. Cabelo’, o tricologista Luciano Barsanti, presidente da Sociedade Brasileira de Tricologia, conta que atende até dez pessoas por semana com problemas relacionados ao alisamento no Instituto do Cabelo (SP). “Todos os dias atendo homens e mulheres com complicações capilares devido à química. O glutaral é o ‘novo’ formol, porém é mais potente ao causar danos. Já internei paciente com queimadura de 3º grau no couro cabeludo. A queimadura leva à infecção e, em alguns casos, a região jamais terá cabelo”.
PRESTE ATENÇÃO ÀS DICAS DE ESPECIALISTAS
Produtos autorizados têm a sigla da Anvisa
LEGALIZADO
É mito dizer que alisamento faz cair cabelo, afirma Barsanti. Deve-se usar produtos legalizados. A Anvisa autoriza os hidróxidos de sódio, de cálcio, guanidina ou os à base de tioglicolato.
LEIA O RÓTULO
É importante recorrer a um profissional habilitado. Não deixe que o cabeleireiro traga o produto já pronto. Peça para ver a embalagem e leia o rótulo. Verifique se há sigla da Anvisa ou do Ministério da Saúde. Os produtos autorizados têm uma sequência numérica com nove ou treze dígitos, iniciada pelo número 2.
TESTE
Faça o teste da mecha antes de usá-lo em todo o cabelo para ver se os fios resistem à química. Em qualquer sinal de ardor no couro cabeludo, tosse ou rouquidão, deve-se
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