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Categoria: Ciências Sociais

Enviado por: taisapimenta 09 agosto 2013

Palavras: 2110 | Páginas: 9

1- Como você analisa a estratégia de diversificação adotada no final da década de 1990? Por que, embora seja uma estratégia funcional em muitas organizações, a Som Livre não obteve êxito?

A Som Livre foi criada com o intuito de ser o braço fonográfico das Organizações Globo, tendo como modelo de negócio a comercialização das músicas de artistas nacionais de renome, como Cazuza, Rita Lee, Tim Maia e com a criação de coletâneas de músicas temas utilizadas nas novelas da TV Globo. Com o passar dos anos a empresa decidiu ampliar sua linha de produtos, passando a oferecer outras coletâneas, com artistas internacionais, iniciando dessa forma sua diversificação que foi ampliada quando a gravadora passou a contar em seu portfólio com todos os tipos de artistas que não eram vinculados com a Rede Globo.

A estratégia de diversificação afetou principalmente no tamanho do risco de insucesso que a empresa passaria a correr, a Som Livre passou a lançar todos os tipos de artistas, aumentando o número de lançamentos e sobrecarregando a estrutura operacional da empresa tornando o risco de insucesso extremamente alto, pois lançar um artista com uma musica conhecida na novela era garantia de retorno no investimento e esse modelo a empresa conhecia bem, no entanto apostar em novidades e competir em preços e conseguir mídia fora da TV Globo era algo completamente diferente, com resultados incertos, dessa forma a empresa deixou-se distanciar da Rede Globo, principal braço de seu sucesso, já que precisava gerar mídia em outros locais para conseguir financiar seus novos projetos, se colocando no mesmo patamar comercial que seus concorrentes.

Além disso, a empresa aumentou, se expandindo em 3 novos seguimentos, sendo eles: Som Livre Portugal (mesmo modelo brasileiro, em parceria com uma emissora de TV local); SomLivre.com (modelo de negócios digitais da empresa); e a Zende (empresa de logística que deveria dar suporte à SomLivre.com. Essas empresas acabaram não gerando o resultado esperado e acabaram levando a Som Livre para um caminho incerto.

2- Quais elementos do macro ambiente de negócios afetaram diretamente o negócio da Som Livre? De que forma?

Além dos problemas enfrentados pela Organizações Globo em geral, com seu endividamento em dólar e a grande desvalorização do Real, a Som Livre ainda foi influenciada pelo o desenvolvimento da tecnologia P2P, que permitiu o compartilhamento de arquivos entre pessoas na rede. O aumento do uso da tecnologia foi caracterizado principalmente pelos softwares Napster e Kazaa, e com o desenvolvimento de tecnologias BitTorren (que permite o compartilhamento de arquivos em vários pedaços, por diversos usuários), fazendo com que houvesse uma destruição de valor do produto final. Como pode ser visto no gráfico apresentado no texto, desde 2002 o mercado brasileiro de CDs sofreu uma queda constante até os dias atuais.

Com a destruição de valor das músicas, tanto no meio físico, quanto no meio digital, os artistas tiveram como sua maior fonte de renda os shows, sendo que a gravadora não tinha participação nos lucros desses eventos. Além disso, o público tinha um produto pelo qual não tinha o interesse de pagar, conseguindo-o de outra forma sem ônus financeiro algum.

Além disso, podemos considerar que o apoio da mídia, fornecido pela Rede Globo na divulgação de seus produtos era um meio considerável para aumentar a venda destes, no entanto a falta de apoio da mídia para divulgar artistas desconhecidos foi um elemento que gerou dificuldades para a Som Livre.

3- Analise o papel dos serviços agregados aos produtos tangíveis na busca por vantagem competitiva.

Os serviços agregados aos produtos tangíveis oferecidos pela Som Livre são a forma de diferenciação no mercado desse negócio. Isso, porque as empresas produtoras e difusoras de mídia musical lidavam com o mesmo tipo de produto: a música. A diferenciação, até a crise sofrida pela indústria, da Som Livre estava no conteúdo exclusivo que oferecia, dada parceria com a Rede Globo.

Apenas a empresa era geradora de material advindo da programação da principal emissora de canal aberto do Brasil. Isso, por si só, já bastava para dar à Som Livre destaque frente aos concorrentes, que nesse cenário não apresentavam ameaças relevantes. Essa parceria foi essencial para que a empresa conseguisse lançar artistas renomados pela sociedade brasileira, constantemente presentes na mídia.

No entanto, após a crise enfrentada pela indústria fonográfica com a disseminação do compartilhamento de conteúdo no meio digital, a Som Livre enfrentou dificuldades em manter a posição de destaque e sucesso que mantinha há décadas. Os serviços agregados tornaram- se, a partir daquele momento, o novo core business do negócio, que precisava se destacar além do conteúdo produzido, com valor menor em qualquer plataforma, ou mídia.

Dessa forma, a Som Livre foi obrigada a criar soluções criativas para superar esse obstáculo e desenvolver uma nova estratégia para sobreviver no mercado e superar os concorrentes. A estratégia levou em conta a ideia de que os consumidores ainda demandam música, e portanto, a saída foi a prestação de serviços exclusivos atendendo a demanda existente.

O conteúdo da música passou a ser exclusivo da empresa, por meio do patrocínio de eventos ao vivo para geração de conteúdo à Rede Globo, que apenas eram de domínio do selo Som Livre. Além disso, a Som Livre se destacou com a parceria entre grandes empresas à música independente, mais uma vez gerando conteúdo único relacionado à sua marca.

Dessa forma, percebemos que os serviços agregados aos produtos tangíveis oferecidos pela Som Livre assumem papel relevante e essencial para o funcionamento e crescimento dos negócios da empresa. Foi a partir desses serviços que a companhia encontrou uma forma de se diferenciar e contornar a barreira imposta pelos novos negócios influenciados pela disseminação