Estudo De Caso Habitação Coletiva

ESTUDO DE CASO:

HABITAÇÃO COLETIVA

1 INTRODUÇÃO

A unidade habitação coletiva de Marselha é um grande edifício modular projetado pelo arquiteto e urbanista Le Corbusier. É um projeto com características modernista que tentava recuperar após a II Guerra Mundial uma crise habitacional.

O projeto do edifício incluía a habitação, comércio e equipamentos, onde foi aplicado o conceito de cidade jardim. A construção tem uma organização para o aproveitamento dos recursos naturais como a ventilação e iluminação.

Neste contexto, o projeto traduz os elementos fundamentais da arquitetura moderna, o modelo arquitetônico utilizado no sistema sobre pilotis, utilização do plano livre e da cobertura-terraço e a aplicação de uma nova linguagem arquitetônica aplicada aos materiais ao projeto da habitação como produto com a aplicação do sistema modular.

2 FICHA TÉCNICA

Nome: Unité d’Habitation

Arquiteto: Le Corbusier;

Localização: Marselha, França;

Data: 1946-1952;

Dimensões: 140m de comprimento, 24m de largura e 56m de altura;

Pavimentos: 18 pavimentos com 58 apartamentos duplex cada;

Orientação do edifício: Eixo norte-sul;

Tipo de edifício: Habitação Coletiva;

Sistema de construção: Estrutura baseada em um único bloco construído sobre pilotis;

Materiais usados: Concreto armado e vidro;

Clima local: Mediterrâneo;

Estilo: Modernismo;

Áreas: Área comercial de dois andares se estendendo ao longo de 135m do prédio, enfermagem, clube, escola, creche, pista de atletismo, espaço para integração social, entre outros.

3 PARTIDO ARQUITETÔNICO

O edifício de habitação coletiva se apresenta volumetricamente como um grande prisma retangular com uma geometria simples, implantado numa área livre ajardinada.

Neste projeto, Le Corbusier, utilizou uma linguagem mais limpa e soltou os volumes, adotando uma simetria na planta que se insere dentro de um quadrado, ele utilizou o sistema modular onde o espaço arquitetônico é vinculado ao sistema de medidas que derivam do corpo humano a partir de suas proporções estabelecendo todas as medidas importantes do projeto como os múltiplos das medidas estabelecidas pelo modulor.

O projeto do edifício de Marselha teve influencia da arquitetura moderna, o edifício foi projetado sobre o sistema de pilotis que possui uma planta livre da estrutura. Para a concepção estética do edifício é adotada a forma retilínea, racional e modularizada, porém conta com as cores primarias no neoplasticismo, como o vermelho, o amarelo e o azul.

4 ESTRUTURA

O princípio de construção da Unidade, no qual cada elemento é dimensionado de acordo com o Modulador, consiste numa estrutura de concreto armado, onde são "inseridas" as moradias. Le Corbusier projetou não somente o edifício, mas também todos os elementos internos do mesmo, considerando sempre a ideia da máquina de morar, onde a funcionalidade e o conforto ambiental são prioridades.

O principal trabalho inclui em sua oca e espessuras, todos os elementos técnicos de construção civil (tubos, dutos calhas, ventilação e aquecimento, etc.). Eles passam através da construção, sem nunca ser aparente.

O Unité foi um projeto muito copiado, geralmente sem levar em conta suas proporções cuidadosas com base na de Le Corbusier "Modulor Man”, apartamentos luminosos e bem espaçosos, ou o espaço do jardim criado acima, abaixo e em torno dela como a recompensa para a eficiência de espaço dentro.

A construção é auto suficiente dentro de uma estrutura de postes e vigas, de concreto armado. Cada célula é colocada sobre as almofadas de chumbo para assegurar um bom isolamento acústico. Por isso, vai manter o concreto para o quadro geral, madeira e metal para o quadro dos próprios apartamentos consistem de elementos padrão montados no local.

O plano já não é completamente livre: as paredes divisórias entre os apartamentos são de suporte de carga, libertando as fachadas, e fornecendo forte insonorizarão entre apartamentos - parte do sucesso do edifício na combinação de privacidade com a vida comunitária. Mas entre estas paredes, o plano gratuito assumiu uma nova dimensão, para se tornar um "volume livre '. Em um uso engenhoso de espaço, apartamentos de dois andares interlock, de modo que um corredor de entrada e elevador parada são necessários somente a cada terceiro nível.

O solo artificial ,é como uma mesa de concreto armado de 135 m por 24 m, e com base em 17 pórticos de distância de 8,38 m. Os pilotis presentes em Marseille, alcançou três significados: significado Urban arquitetônicas, mas também técnicos e práticos. Cada piloti repousa sobre si uma laje de fundação apoiada por três poços de 1,5 m de diâmetro, cujo pé é expandido cerca de 10 m de profundidade.

Muitos estudos serão feitos por Le Corbusier para alcançar um bom design estas estacas pensado como principais áreas do prédio e responsável por garantir a relação entre a cidade, arquitetura e natureza.

5 INSOLAÇÃO E VENTILAÇÃO

Este foi o primeiro grande projeto de Le Corbusier no qual o arquiteto aplica uma série de estudos a respeito de insolação e ventilação. Todos os apartamentos são dúplex e possuem aberturas nas duas faces do edifício, possibilitando a configuração de zonas de permanência diária e noturna, pois permite a existência do efeito-chaminé e da ventilação cruzada, promovendo constante renovação do ar e sua adequação à temperatura interna sem a necessidade de equipamentos de condicionamento do ar ou da temperatura.

O estudo da incidência dos raios solares ao longo do dia permitiu que Le Corbusier projetasse dispositivos de controle térmico e de iluminação (os brise-soleils, ou "quebra-sóis").

A orientação do edifício estritamente no eixo norte-sul (com as suas faces voltadas para o poente e nascente) remete a um ideal de habitação ligada aos ritmos do dia de modo que os habitantes das unidades não fossem, de maneira alguma, alienados da natureza.