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FILME A ILHA DAS FLORES O Curta-metragem Ilha Das Flores De 1989 Apresenta Uma Abordagem Inteligente E Detalhista, Tratando-se De Uma Realidade Vista Com Indiferença E Que Apesar De Passados 20 Anos Ainda é O Retrato De várias Regiões Do Nosso Paí

Dissertações: FILME A ILHA DAS FLORES O Curta-metragem Ilha Das Flores De 1989 Apresenta Uma Abordagem Inteligente E Detalhista, Tratando-se De Uma Realidade Vista Com Indiferença E Que Apesar De Passados 20 Anos Ainda é O Retrato De várias Regiões Do Nosso Paí. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  15/3/2015  •  3.344 Palavras (14 Páginas)  •  803 Visualizações

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FILME

FILME

A ILHA DAS FLORES

O curta-metragem Ilha das Flores de 1989 apresenta uma abordagem inteligente e detalhista, tratando-se de uma realidade vista com indiferença e que apesar de passados 20 anos ainda é o retrato de várias regiões do nosso país.

O filme apresenta um processo contínuo da evolução do ser humano que difere dos outros seres por possuir o tele-encéfalo com sua capacidade ilimitada de descobrir e criar e o seu polegar opositor, capaz de manter equilíbrio, e apresenta a evolução da economia, processo de geração de riquezas, que numa sociedade de consumo, que numa sociedade deconsumo dá enfoque particular as desigualdades desse sistema. Alguns lucram muito, outros lucram pouco e outros não têm nada. Sr. Suzuki, o dono da plantação de tomate, D. Anete, a fábrica de perfumes e o dono dos porcos lucram com suas atividades e aparentemente vivem distantes da situação de miséria que assola a vida dos marginalizados, que valem menos que os porcos. Essa calamidade da Ilha das Flores, se estende pelo Brasil e pelo mundo, fazendo-nos acreditar que o materialismo está acima da humanidade, gerando relações desiguais, apesar de termos o mesmo cérebro e polegar opositor.

O tomate aparece como mediador para as nossas percepções. Ele é plantado, colhido e o Sr. Suzuki despacha seus produtos através de uma Kombi para os supermercados da região metropolitana da capital gaúcha. D. Anete, brasileira, vendedora de perfumes, percorre a cidade em busca de pessoas interessadas em adquirir suas mercadorias. Das vendas auferidas e, retirando-se os custos para a aquisição do produto, surge o lucro. Com o lucro, Dona Anete vai a um supermercado de Porto Alegre e compra tomates e carne de porco, pois deseja preparar um bom almoço par sua família, seleciona os tomates e aquele que julga intragável é atirado no lixo. Como acontece todos os dias em várias grandes cidades do Brasil e do mundo, o lixo é recolhido e enviado para depósitos, localizados a margem das metrópoles. O que é identificado como lixo orgânico é separado e utilizado como alimento para os porcos de um dos criadores estabelecidos num dos lixões de Porto Alegre, ironicamentechamado de "Ilha das Flores", afinal seu dono quer vê-los sadios e gordos para por na mesa de várias famílias, como a de D. Anete, o que resta ainda será disputado pelos infelizes que vivem por ali, numa expectativa incessante e ansiosa pelo que virá no carro do lixo, são outros seres humanos, que como os anteriores também são dotados de tele-encéfalo superior e polegar opositor. É mesmo uma vergonha perceber que um tomate podre significa o alimento do dia de dezenas de pessoas. Apesar do tele-encéfalo altamente desenvolvido não somos capazes de encontrar uma solução para esse problema.

Ilha das Flores” aborda de forma bastante original dois temas que sempre fizeram parte da história mundial, especialmente no Brasil: a miséria e a desigualdade social. Com um diálogo sóbrio e descontraído, ele trata do assunto e promove a reflexão.

Embora não seja segredo para ninguém que boa parte da população brasileira vive em completa miséria, muitas vezes não nos damos conta do tamanho do problema por não termos contato direto com ele. Todo esse problema é sempre tratado com muita impessoalidade, o que não permite que tenhamos sua real dimensão.

A forma como o tema é abordado no curta nos aproxima da desigualdade e permite que nos coloquemos no lugar das mães que têm que dar aos seus filhos restos de comida para não deixar que eles morram de fome. Outro detalhe chocante que merece a nossa atenção é o fato de os seres humanos terem que sobreviver com o que “não serve” para os porcos. É difícil acreditar que alguém considere isso normal, mas ao mesmo tempo todos nós sentimos que temos a nossa parcela de culpa por fazer parte dessa sociedade e compartilhar de seus princípios.

A valorização do capital criou barreiras tão grandes que permitem que objetos sejam mais valorizados do que seres vivos e que o luxo de uma minoria imponha a miséria a tantos outros. Essa discrepância que recebe o nome de desigualdade social também pode ser observada entre países ricos, que investem em alta tecnologia e luxo, e países pobres, que sofrem de males como desnutrição e doenças tidas como simples no resto do mundo. No curta essa realidade é revelada aos poucos, o que permite que quem o assiste perceba o quanto o seu conhecimento do ser humano e do mundo em que vive são limitados. Nem todos têm a sorte de levar uma vida confortável e sem privações e é esse choque de realidade necessário que o documentário promove em jovens e adultos acostumados com um mundo em que a palavra de ordem é ‘consumir’.

É num ritmo alucinado de cenas chocantes, um tanto quanto enlouquecedoras, de judeus, crianças e diversas outras imagens, que ficamos sabendo sobre os tomates do Sr. Suzuki, o perfume de D. Anete, o surgimento do dinheiro e outras peculiaridades, e o mais importante, coloca em pauta a discussão acerca da pobreza, da fome e da exclusão social. O texto é direto, sem metáforas, e apresenta até imagens de humor, falando de uma atualidade onde tudo tem valor de troca por dinheiro, onde a miséria parece não ter fim.

O curta termina então com uma manifestação contra as políticas que há tempos conduzem populações aos lixões, que põem seres humanos abaixo dos porcos. Termina com um desabafo sobre a liberdade, “palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”. A história do filme Ilha das Flores nos mostra que a pobreza sempre existiu e possivelmente sempre existirá, graças às desigualdades sociais e um consumismo insaciável do Brasil e do mundo, tudo isso fruto de um sistema econômico distorcido, no qual estamos inseridos, contribuindo também para a indiferença com a necessidade alheia, colocando os seres humanos mais numa situação de inferioridade aos porcos. As opiniões em trono do tema são divergentes, contudo isso não impede que um desejo seja único: que não existam mais “ilhas das flores”.

Ao ver o vídeo A Ilha das Flores, de Jorge Furtado, é inevitável não ver as características dos direitos humanos fundamentais serem desrespeitadas, pois as mesmas se fazem tão presente no filme.

É bem visível que o estado não cumpre suas obrigações básicas, e nem garante o direito à vida em seu “status negativus” e principalmente no que diz respeito o “status positivus¹”. Como ser livre, o homem não possui dono, e neste sentido, os que foram indicados para serem seus representantes legais, lhes negam seus direitos fundamentais.

Assim as características

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