FUNDAMENTOS HISTORICOS, TEORICOS E METODOLOGICOS DO SERVIÇO SOCIAL I

Tempos Modernos

Tempos Moderno é um filme que se passa no inicio do século XX, na época da Revolução Industrial ao comparar o filme com o contexto do serviço social no Brasil, é possível notar que tanto no Brasil quanto na Europa a Revolução Industrial ocorreu em uma década onde a economia brasileira passava por uma transição de agrário-exportadora, que demandava mão de obra e investimento em obras de infraestrutura, tais como: abertura de estradas, suprimento de energia e outros porem, muitos problemas começaram a aparecer o desemprego no campo e o inchaço das cidades, a fome e a miséria de toda uma população com sua força de trabalho sendo substituída por máquinas. E o transtorno causada pela chegada das maquinas que iriam começar a substituir a mão de obra dos operários que por consequência caiu na margem do desemprego. A máquina desumaniza o homem explorando a mão de obra, economizando tempo e dinheiro, desconsiderando a condição humana. Os que não servem mais para o trabalho vítimas do sistema estressante e alienante são levados para Instituições-Depósito, as áreas de descartes.

E o processo se agiganta na sociedade capitalista que se apoia nos aparelhos ideológicos, para exploração da força de trabalho, para sustentação dos meios de produção, utilizando-se do Estado para manter seu poderio, a exemplo da repressão policial contra as greves. Toda essa revolução tecnológica acabou por gerar vários problemas reinterferir na vida de toda a população, interferindo nos hábitos, costumes e valores humanos causando grande descontentamento por parte dos trabalhadores, que na tentativa de resolverem tantos problemas passam a organizar-se em sindicatos e grupos. Através dessas organizações promoveram greves, manifestações que passaram a incomodar a classe burguesa causando assim vários conflitos. A burguesia não aceitava as reivindicações da classe operaria. Mas solucionar estes graves problemas da classe trabalhadora, revoltada e oprimida transformou-se em questão política, e a cada dia aumentava ainda mais a participação dos trabalhadores nas manifestações e greves. A população estava vivendo de desemprego, subemprego, pobreza, violência, nas periferias dos grandes centros, mas em especial nos países da periferia do capital.

Segundo Netto;

Enquanto isso, "ao mesmo tempo em que, no Brasil, criavam-se mecanismos políticos-democráticos de regulação da dinâmica capitalista, no espaço mundial tais mecanismos perdiam vigência e tendiam a ser substituídos, com a legitimação oferecida pela ideologia neoliberal, pela desregulamentação, pela flexibilização e pela privatização - elementos inerentes à mundialização (globalização) operada sob o comando do grande capital"( Netto, 2000, p.77)

A partir desse pressuposto, direitos sociais em crise, proteção social fragilizada, pobreza passando dos limites aceitáveis, violência fora de controle, meio ambiente degradado, passam a ser manifestações que se observam e que exigem um novo tratamento. Articula-se, portanto, todo um discurso a partir do paradigma neoliberal a favor do desenvolvimento sustentável e da diminuição da pobreza.

Ainda em 1932 foi ministrado o curso intensivo de filantropia para formação social de moças, onde estas apelaram para a criação de uma organização que atendesse os necessitados. As trabalhadoras sociais da época eram moças ricas, que lidavam diretamente com proletariado da época, geralmente das próprias empresas da família. Assim a culminância do Serviço Social era adaptar o homem ao meio que vivia e o meio ao homem, mas estas trabalhadoras sociais ainda não observavam de maneira crítica e consciente o seu trabalho e sua intervenção na sociedade,