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Por:   •  11/3/2015  •  3.934 Palavras (16 Páginas)  •  243 Visualizações

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Metodologia de Ensino e Educação Infantil: Algumas Considerações Sobre a Trajetória da Escola Infantil no Brasil

RESUMO:

O presente trabalho se volta a uma análise reflexiva sobre a Proposta Pedagógica utilizada na educação infantil no Brasil, abordando o surgimento desta ao longo da história, sua razão de ser, aprofundando sua importância no processo de ensino aprendizagem através de breve histórico percorrendo a proposta da Escola Tradicional, da Escola Nova e a Sócio-Interacionista. A educação infantil, nível de ensino integrante da educação básica, ao mesmo tempo em que rompe com a tradição assistencialista presente na área, requer um aprofundamento de quais seriam os modelos de qualidade para a educação de crianças pequenas. Pautada na lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 9.394/96, que atualmente atende crianças de zero a cinco anos e se divide em duas realidades: CMEI e Pré-escola, as quais são reconhecidas apenas como um investimento necessário para o desenvolvimento desde os primeiros meses de vida até a idade de ingresso na educação formal. Na pesquisa realizada, busca-se através de fontes bibliográficas, verificar se a proposta pedagógica contemporânea corresponde aos interesses e aos níveis de desenvolvimento da Educação Infantil. Para este estudo, utilizaremos os pressupostos teóricos de Oliveira (2010), Aroeira, Soares e Mendes (1996), Mizukami (1986), Ferreira,Mello, Vitoria, Gosuen e Chaguri (2009).

INTRODUÇÃO

A educação de crianças em CMEIS e Pré-escolas, cada vez mais, tem sido vista como um investimento necessário para seu desenvolvimento desde os primeiros meses até a idade de ingresso na escolarização obrigatória. A partir da Lei 9394/96, que estabelece novas diretrizes e bases para a educação nacional, o atendimento em CMEIS (até três anos de idade) e pré-escolas (de quatro a seis anos) constitui a Educação infantil, nível de ensino integrante da educação básica.

A educação infantil passa, então, por consideráveis mudanças perante o que era reconhecido como "educação pré-escolar", a qual rompe com a tradição assistencialista presente na área, tendo por finalidade o desenvolvimento integral da criança, complementando a ação da família e da comunidade. Considerando que nossas leis perpassam por mudanças constantes, em seis de fevereiro de 2006, a Lei nº 11.274/2006 (Brasil, 2006) ampliou o Ensino Fundamental para nove anos. Com a referida resolução, houve a antecipação da obrigatoriedade da matrícula para o Ensino Fundamental aos seis anos de idade, ampliando assim, sua duração de oito para nove anos, ocasionando a redução de um ano na Educação Infantil, a qual passa a atender crianças de zero a cinco anos de idade.

Pautados nessas Leis entendemos que a organização do trabalho pedagógico na Educação Infantil deve ser orientada pelo princípio básico de procurar proporcionar, à criança, o desenvolvimento da autonomia, isto é, a capacidade de construir as suas próprias regras e meios de ação, que sejam flexíveis e possam ser negociadas com outras pessoas, sejam eles adultos ou crianças. Obviamente, esta construção não se esgota no período de zero aos cinco anos de idade, devido às próprias características do desenvolvimento infantil, porém se faz necessário que esta construção seja iniciada na Educação Infantil. Contudo o caráter de assistencialismo ainda se faz presente no que diz respeito aos métodos, nas práticas de atendimento e principalmente no perfil dos profissionais dessa área, que por vezes são considerados como monitores e não professores de Educação Infantil.

Partindo dessas observações, busca-se respaldo teórico para a sustentação das ideias e conceitos emitidos em autores que abordam essa temática, tais como: Oliveira (2010), Aroeira, Soares e Mendes(1996), Mizukami (1986), Ferreira, Mello,Vitoria, Gosuen e Chaguri (2009) e Ostetto ( 2010 ).

Portanto, o presente artigo tem como objetivo, investigar como se desenvolve o processo das metodologias utilizadas na educação infantil que se refere a crianças de zero a cinco anos de idade.

A EDUCAÇÃO INFANTIL E A ESCOLA TRADICIONAL

Após a chegada dos portugueses em 1500, foi fundada pelos padres Jesuítas da Companhia de Jesus, a primeira escola no Brasil no ano de 1549.

O ensino tradicional, privilegia a camada mais abastada, tendo suas regras pautadas no autoritarismo e em normas disciplinares rígidas.

As aulas são centradas no professor, que por sua vez transmite seus conhecimentos através de exercícios de fixação, e mantém uma relação autoritária onde o aluno é disciplinado, atento e cumpridor de seus deveres.

O papel da escola baseia-se em transmitir conhecimentos disciplinares para a formação geral do aluno, a fim de inseri-lo na sociedade. Também se caracteriza pelo preparo moral e intelectual do aluno, partindo de um modelo de postura conservadora que mantém como compromisso da escola a cultura, os problemas sociais pertencem a sociedade.

Os conteúdos são pré-determinados, fixos e independentes do contexto escolar, são esses os conhecimentos sociais e valores acumulados pelas gerações adultas e repassados como verdades acabadas e absolutas. Aos alunos são apresentados somente os resultados desse processo, a fim de que sejam armazenados.

A metodologia utilizada é a de Herbart a qual se baseia na exposição verbal da matéria e ou demonstração, onde a ênfase se da nos exercícios, na repetição de conceitos ou fórmulas e na memorização, visando disciplinar a mente e formar hábitos.

A ênfase é dada às situações de sala de aula, onde os alunos são "instruídos" e "ensinados" pelo professor. Comumente, pois, subordina-se educação à instrução, considerando a aprendizagem do aluno como um fim em si mesmo:os conteúdos têm que ser adquiridos, os modelos imitados. (MIZUKAMY, 1986, p.13).

O processo avaliativo é realizado visando à exatidão de reprodução dos conteúdos, as notas obtidas funcionam perante a sociedade como níveis de aquisição do patrimônio cultural, sendo esse caracterizado como uma avaliação discriminatória.

A análise pontual da Escola Tradicional vai até 1932. Mesmo com a expulsão dos Jesuítas pelo Marquês de Pombal de Portugal em 1808 e a proclamação da República em 1889, a tendência educacional em nosso país em nada se modificou, a tendência da Escola Tradicional permaneceu no sistema de ensino por aproximadamente trezentos e oitenta e três anos.

Segundo Aroeira,

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