Fraudes Contabeis
Dissertações: Fraudes Contabeis. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: tatianecosta23 • 22/8/2014 • 975 Palavras (4 Páginas) • 433 Visualizações
FRAUDES CONTÁBEIS: DE QUEM É A CULPA?
O recente escândalo “contábil” que envolveu a gigante americana das telecomunicações WorldCom Inc. e a conhecidíssima Xerox vem dando continuidade ao desrespeito, pela falta de transparência dos seus demonstrativos, aos investidores e à sociedade em geral, como se não bastasse o que já se viu também das empresas americanas Enron Corp. e Tyco International, da brasileira Eberle Mundial (aquela do Refis) e do extinto Banco Nacional, entre outros muitos casos de semelhante vexame. Enquanto a WorldCom escondeu despesas da ordem de US$3,8 bilhões, a Xerox inflou receitas no montante de US$1,9 bilhão, e, assim, demonstrando ambas lucros bem superiores aos que poderiam gerar, enganaram inescrupulosamente o mercado. Segundo a imprensa, a “manipulação da contabilidade” ajudou essas empresas a cumprirem suas previsões de lucro, como se a contabilidade fosse uma oficina em que se refazem resultados...
Como contador e educador, quero fazer algumas reflexões sobre o que realmente significa tudo isso. A Contabilidade, sendo ciência social, está comprometida com a verdade, e com a verdade devem estar comprometidos os que a praticam e dela se servem. Quando a imprensa denuncia uma “fraude contábil”, que julgamento fará a opinião pública a esse respeito? Seria o contador um bandido? Ou estaria ele preso em uma bifurcação, tendo de decidir pela obediência à ética profissional ou ao patrão? Em carta enviada pelo presidente da WorldCom. ao Presidente George Bush se lê: “... a administração da empresa está tão surpresa quanto ultrajada...”. Ora bolas, como estariam eles surpresos? Será que esse escândalo foi invenção do contador, com a conivência dos auditores (Arthur Andersen, para variar)? Será que, na verdade, a iniciativa não teria sido da própria administração, para mostrar aos acionistas um resultado melhor e, com isso, permanecer no comando e, por tabela, manter em alta a cotação das ações? Como manda quem pode e obedece quem tem juízo, aposto que foi exatamente isso o que aconteceu.
Os contadores da WorldCom erraram? Sim, erraram. Assim como erraram os contadores da Enron, da Xerox, da Tyco, da Eberle e do Banco Nacional. Entretanto, eles não erraram porque executaram procedimentos contábeis indevidos, mas porque não foram austeros na resistência a ordens superiores para procederem assim. O problema não é técnico, é ético. A tal pergunta “como é que os auditores não viram isso?” é hipócrita. Os auditores viram sim, todavia preferiram ser coniventes com o erro a perder o cliente. O erro é tão gritante que qualquer trainee de auditoria o teria detectado. A questão da ética profissional por parte dos contadores precisa ser levada a sério. O que se sabe é que o poder não tem interesse pela verdade, assim como se sabe que a contabilidade serve ao poder. E agora?
O que quero deixar bem claro é que a imagem de vilão nessa história toda parece ser atribuída somente à classe contábil, pela forma como se veiculou o assunto, quando na verdade o erro vem de cima. Não quero de jeito nenhum defender os contadores e auditores, pois eles erraram também. Não concordo, porém, com a maneira de ser dada a notícia sobre isso, induzindo a opinião pública a fazer juízo infundado sobre o comportamento da classe contábil. O que se comenta no mercado é que as fraudes da WorldCom não passaram de uso de práticas contábeis das mais comezinhas, que deveriam ter sido descobertas pela Arthur Andersen..., como se as práticas da contabilidade se prestassem ao papel de instrumento do mal, e os contadores tivessem concebido isso tudo sem que nem mesmo os auditores pudessem descobri-las. A verdade é que a confiança dos investidores ficou
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