GANHOS E PERDAS COM A FERRAMENTA FMEA

Imagine se você tivesse uma bola de cristal que pudesse prever o futuro, porém essas previsões fossem possíveis apenas para o uso profissional, por exemplo, um novo projeto, um novo processo, um ambiente ainda não testado, uma nova tecnologia, uma desmobilização de equipamento, um procedimento cirúrgico, uma entrega para um grande cliente, etc. Responda-me com sinceridade, se isso realmente existisse você usaria a bola de cristal?

Nos últimos meses acompanhamos dois grandes acidentes que mobilizaram e focou toda atenção das pessoas e governos ao redor do mundo, a explosão da plataforma de petróleo, operada pela empresa britânica BP (British Petroleum) em abril de 2010 e mais recentemente, em agosto de 2010, o desabamento de uma mina no Chile, soterrando 33 mineiros que estavam no local.

Felizmente, depois de 68 dias soterrados os 33 mineiros chilenos puderam ser resgatados com vida, depois de um esforço conjunto do governo chileno, empresa responsável, autoridades e especialistas vindos de outros países. Já no caso na BP, 11 pessoas morreram durante a explosão da plataforma de petróleo, além do impacto causado ao meio-ambiente, que já é considerado um dos maiores já ocorridos.

Nos dois casos uma pergunta é feita por muitas pessoas... “Era possível prevenir esses acidentes?”

Bem, essa é uma pergunta que gera muita polêmica, nos EUA, por exemplo, o Congresso criticou duramente os líderes da BP por não preverem a possibilidade de um grande vazamento, bem como as falhas subseqüentes no sistema de segurança. Da mesma forma o Congresso Nacional do Chile instaurou uma comissão para investigar o acidente, pois há dúvidas sobre as condições de segurança da mina e da existência de um estudo preventivo para acidentes durante os trabalhos na mina.

Esses dois acidentes nos remetem a possibilidade de análise das possibilidades inerentes ao uso da metodologia FMEA (a nossa bola de cristal organizacional), que tem como principal ganho a oportunidade de identificação prematura e conseqüente prevenção de modos de falha em projetos e processos, evitando muitos custos provocados por alterações não previstas e muitas vezes, salvando vidas, o que não tem custo estimado.

A metodologia FMEA embora popularizada pelo segmento automotivo (muitas pessoas inclusive acreditam que é desse segmento a sua origem) é muito utilizada por vários outros setores, como saúde e educação. Como nenhum setor está imune a falhas, a metodologia fornece uma metodologia simples e eficiente para a identificação e prevenção de falhas, o que invariavelmente, reduz custos.

O grande problema é que a maioria das organizações, principalmente as do segmento automotivo, não consegue enxergar a metodologia FMEA como algo que possa agregar valor a organização, muito menos, contribuir para a redução de custos de novos projetos e processos.

Costumo ajudar empresários e profissionais a entender os benefícios da utilização da metodologia FMEA com uma simples pergunta “Prevenir ou detectar, qual ação gera mais resultado?” Se a resposta for “prevenir”, então deixe-me falar sobre o principal foco da metodologia FMEA que é prevenção ao invés de detecção.

Esperar por falhas que irão acontecer, e em seguida, analisar o que deu errado é uma abordagem dispendiosa, não apenas ao que diz respeito