Gestao De Paradoxos
Ensaios: Gestao De Paradoxos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: fepaulin • 5/11/2013 • 864 Palavras (4 Páginas) • 393 Visualizações
Uma agência que vende eventos e viagens de incentivo trabalha com sonhos. Trabalha com sonhos, pois um evento e uma viagem de incentivo são, para o cliente, o momento do seu show, o momento que tem para impactar os seus convidados, sejam eles funcionários da própria empresa, sejam clientes, distribuidores ou parceiros.
Cada experiência desta deveria ser única e exclusiva, criada para a ocasião, mas não é o que acontece em todas as agências. Muitas vezes, para facilitar o trabalho, o piloto automático é ligado, e um projeto já realizado para um cliente que foi sucesso, acaba sendo apresentado para outro que fez uma solicitação parecida. Existem sim algumas partes do processo da organização de um evento que podem e devem ser padronizadas, científicas, mas o projeto como um todo, onde será realizado, qual será o tema, a cenografia, os brindes, etc., esta deve ser uma criação artística, seguindo o desejo particular de cada cliente.
Os diretores da empresa onde trabalho deveriam levar estas valiosas informações em consideração e deixar de cometer alguns erros cruciais no momento de tornar realidade os sonhos de seus clientes, aprendendo a trabalhar com a arte e a ciência juntas da maneira certa, o que não acontece hoje em dia.
Se o padrão da agência é trabalhar com hotéis 5 estrelas, mas os diretores aceitam atender um novo cliente que não tem budget para fazer seu evento nesta categoria de hotel, eles deveriam orientar sua equipe a pesquisar novas opções, a redesenhar o modelo, a reinventar para poder atender à necessidade daquele cliente. Ao invés disso, eles tentam convencer o cliente de que o hotel 5 estrelas é melhor para ele, mesmo sabendo que o cliente não tem a verba necessária para fechar o evento lá e, obviamente, já sabe quais seriam as vantagens de um hotel de categoria superior. Esta atitude acaba gerando um retrabalho para equipe e um sentimento de frustração no cliente que não teve sua solicitação atendida e ainda teve que ver hotéis melhores que não tem verba para pagar. Tudo isso porque os diretores não quiseram deixar de fazer o trabalho dentro do padrão da agência, estavam com o piloto automático ligado e não se atentaram que se tratava de um novo cliente, com uma realidade diferente dos outros e que fez uma nova solicitação.
O mesmo ocorre quando ao finalizar uma viagem de incentivo para um destino que agradou muito a um determinado cliente, os diretores começam uma verdadeira luta para vender a mesma viagem para qualquer outro cliente. Eles precisam levar em consideração que o que agradou a um pode não agradar a outro e que o trabalho de quem está ali é exatamente fabricar sonhos, e sonhos são diferentes, cada um tem o seu. O destino pode até ser o mesmo, mas a dinâmica da viagem precisa ser outra, o tema precisa ser outro, e eles seguem vendendo tudo igual. O processo científico pode até trazer maior segurança e garantia de sucesso, mas usando uma mesma viagem para dois clientes diferentes, a empresa está impossibilitando seus funcionários de se tornarem artistas, de criarem sua obra, pesquisando e criando novas viagens. A melhor opção neste caso seria oferecer o mesmo destino e, a partir daí, fazer reuniões constantes com o novo cliente para apresentar uma nova viagem, com tema, dinâmica, brindes, tudo novo e receber o feedback se ele está de acordo ou não, se o seu sonho está se tornando realidade ou não.
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