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Gestão Custos

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Por:   •  7/11/2013  •  1.854 Palavras (8 Páginas)  •  596 Visualizações

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Depois de uma infância marcada pelos horrores do nazismo, Samuel Klein vendeu produtos de porta em porta; veio para o Brasil na década de 50 e aqui construiu uma das maiores empresas do varejo da história, a Casas Bahia.

Samuel fugiu dos nazistas na Polônia e depois se tornou comerciante na Alemanha. Aportou aqui em 1952, comprou uma charrete (fotos no alto) e reiniciou os negócios no Bom Retiro. O nome da primeira loja, Casa Bahia, foi uma homenagem aos imigrantes nordestinos que se mudaram para o ABC em busca de trabalho na indústria automobilística

Simples, sempre vestido de camisa pólo de mangas-curtas e chinelos franciscanos, uma boa conversa no seu sotaque judaico, Samuel Klein, fundador da Casas Bahia, pode ser facilmente confundido com um dos seus fregueses. Sempre à frente dos negócios, ele construiu a maior empresa do varejo brasileiro, considerado pelos seus colaboradores, a quem chama de “filhos”, um pai e exemplo a ser seguido.

Samuel Klein nasceu em 15 de novembro de 1923 na aldeia de Zaklikov, a 80 quilômetros da cidade de Lublin, na Polônia. Terceiro de nove irmãos, filho de Sucher e Szeva Klein, Samuel teve uma infância modesta, ajudando o pai carpinteiro, depois de abandonar os estudos fugindo do preconceito e da perseguição aos judeus na época.

Iniciada a Segunda Guerra Mundial, em 1939, Samuel Klein foi preso e enviado a um campo de concentração em Maidanek, na Polônia, junto com seu pai. Sua mãe e cinco irmãos mais novos foram para o campo de extermínio de Treblinka e Samuel nunca mais os viu. Foi enviado a um campo de trabalhos forçados, onde sobreviveu com as habilidades de carpinteiro.

Em 1944 Samuel conseguiu fugir aproveitando-se de uma distração dos guardas, quando os alemães resolveram retirar os presos de Maidanek e levá-los a pé para a Alemanha. Permaneceu na Polônia até o fim da guerra. Em seguida foi para Munique, na Alemanha, onde ficou por seis anos.

Samuel tornou-se comerciante na Alemanha: comprava vodca de fazendeiros e vendia para os soldados russos, além de viajar para vários lugares abastecendo com o que estava em falta. Em cinco anos juntou algum dinheiro. Em Berlim conheceu e casou-se com Chana, uma jovem vendedora de uma loja de calçados. Nesta época Samuel já tinha se reencontrado com a família que havia sobrevivido àqueles duros anos. Em 1950 nasceu o primeiro filho do casal, Michael Klein. Samuel e Chana Klein tiveram outros três filhos – Saul, Oscar e Eva Klein -, já no Brasil.

Cansado de conviver com guerras e instabilidades políticas, Samuel decidiu, em 1951, aventurar-se pela América do Sul. Primeiro foi para a Bolívia e ali se deparou com o país em plena guerra civil. Mudou o rumo e chegou no ano seguinte ao Brasil. Ficou no Rio de Janeiro, na casa de uma tia, por seis semanas, depois veio para São Paulo, chamada na época de “cidade do trabalho e do emprego”.

Início dos negócios

com US$ 6 mil no bolso, Samuel Klein comprou uma casa e uma charrete e, com a ajuda de um conhecido que transitava bem pelo comércio do Bom Retiro, reduto dos imigrantes judeus e árabes na década de 50, conquistou uma carteira de 200 clientes e algumas mercadorias – roupas de cama, mesa e banho. De porta em porta, começou a mascatear pelas ruas de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo.

Cinco anos depois, em 1957, Samuel comprou sua primeira loja, no centro de São Caetano, que chamou de “Casa Bahia” em homenagem aos imigrantes nordestinos que haviam se mudado para a região em busca de trabalho na indústria automobilística.

No endereço de número 567 da avenida Conde Francisco Matarazzo, Samuel aumentou a variedade de produtos e começou a trabalhar com móveis, colchões, entre outros itens. A clientela não demorou a freqüentar a loja para pagar suas prestações e adquirir novas mercadorias. Era o início de um império que foi conquistando cada vez mais clientes e mercados.

As lojas seguintes foram abertas na região do ABC, nas cidades de Santo André e Mauá. Mesmo com as novas filiais, Samuel continuou a vender nas ruas. Chegou a ter 80 peruas com mercadorias comercializadas de porta em porta.

Em 1970 adquiriu o controle acionário de uma financeira, a Intervest, com o objetivo de financiar os fregueses nas lojas e dar impulso a abertura de novas filiais. Foi nesta época que o sistema de venda de porta em porta foi encerrado; em 1970, abriu a primeira loja em São Paulo, no bairro de Pinheiros.

Os filhos Michael e Saul Klein começaram a trabalhar na sede da empresa na década de 80, período em que foi inaugurada a 100ª loja. Sempre à frente dos negócios, Samuel comandou a expansão em ritmo acelerado, com a abertura de novas filiais nos Estados de Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, todas na década de 90. Em 1996, a Casas Bahia abriu o maior Centro de Distribuição da América Latina, e segundo maior do mundo, em Jundiaí. Nos anos 2000, chegou a Goiás e ao Distrito Federal.

Em 2003 Samuel completou 80 anos e publicou sua biografia: “Samuel Klein e Casas Bahia, uma trajetória e sucesso”, pela Editora Novo Século.

No ano seguinte, a Casas Bahia entrou no Estado do Rio Grande do Sul, já com 14 milhões de clientes e mais de 400 lojas. Em 2006 Samuel Klein foi agraciado com o título de “Cidadão Paulistano”, concedido pela Câmara Municipal de São Paulo. Um ano antes, a Casas Bahia já tinha 23 milhões de clientes. (http://jivagofaria.com.br)

Enquanto os concorrentes perseguiam os clientes endinheirados, Klein abria as portas para a periferia do mercado de consumo. Pelos corredores de suas lojas caminham jovens recém-casados, trabalhadores sem carteira assinada, donas de casa sem renda própria. Os concorrentes fecham lojas ao menor sinal de crise. Seu Samuel só este ano abriu 31, que já garantem 10% do faturamento anual. Com essa fórmula, os Klein adquiriram um poder avassalador nas vendas de eletrodomésticos, móveis e celulares. Suas 340lojas respondem pela venda de um terço da produção brasileira de geladeiras, fogões, lava-roupas – a chamada linha branca. Ninguém vende mais celulares no País do que o grupo. São 250 mil aparelhos a cada mês. Não há também quem entregue tantosmóveis. A cada 30 dias, as caixas registradoras da rede recebem R$ 80 milhões com esse negócio.

O vigor aparentemente inesgotável das Casas Bahia gerou uma série de mitos. O mais forte diz que o segredo do negócio é a intuição e o carisma do seu Samuel. Meia verdade. Esses foram a matéria-prima para um modelo de gestão sofisticado, sustentado por três pilares: enorme poder de compra, gestão financeira impecável e publicidade massiva e permanente. Seu Samuel não os esconde de ninguém e os resume

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