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Gestão De Resíduos Industriais Orgânicos

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Por:   •  11/11/2014  •  1.576 Palavras (7 Páginas)  •  293 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

Na década de 80, o problema dos resíduos e sua disposição segura era mais agravante, pois estes não recebiam muita atenção. A disposição inadequada levou à poluição das águas e a contaminação dos solos afetando diretamente a saúde humana e ao meio ambiente. (LORA, 2000)

Na realidade, o agravamento da situação ambiental teve seu início após a Revolução Industrial, uma vez que a tecnologia empregada melhorou as condições de vida na sociedade pré-moderna, contribuindo para o crescimento populacional, o qual gerou a necessidade de investimentos em novas técnicas de produção em massa, visando atender a demanda cada vez mais crescente de consumo.

O aumento da população mundial e a mudança de seus hábitos consumistas, como a urbanização das comunidades e o aprimoramento de técnicas cada vez mais modernas de industrialização, resultaram num aumento significativo no volume dos resíduos gerados.

A adequada destinação desses resíduos é um dos grandes desafios da humanidade. E, no caso do Brasil, o desafio é ainda maior, pois poucos são os casos de destinação final correta dos resíduos industriais. Apesar disso, a maioria das legislações e regulamentações propostas para o gerenciamento de resíduos é caracterizada por uma definição geral de “resíduos sólidos” ou “resíduos perigosos” onde se usa critérios tais como a origem e a presença de substâncias ou compostos tóxicos e suas propriedades.

A legislação invoca o princípio da responsabilidade do gerador que trata a responsabilidade desde a geração, estocagem, armazenamento, transporte, tratamento até sua disposição final. Sendo assim, o gerenciamento requer um bom entendimento do processo que dá origem ao resíduo, ocasionando ao desenvolvimento de tecnologias de tratamento efetivas e programas de treinamento de pessoal para que as práticas inadequadas possam ser abolidas.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, define resíduos como: "restos das atividades humanas, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis, podendo apresentar-se no estado sólido, semi-sólido ou líquido, desde que não seja passível de tratamento convencional" (ABNT, 2004).

Os resíduos sólidos são classificados segundo a lei 12305/10 em: resíduos domiciliares, de limpeza urbana, de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviço, industriais, de serviços da saúde, da construção civil e de mineração. Além da classificação quanto à origem podem ser feitas distinções entre os resíduos úmidos e secos, orgânicos e inorgânicos e perigosos e não perigosos.

Dentro destas definições, entende-se que resíduos sólidos orgânicos é todo resíduo de origem animal ou vegetal, ou seja, que recentemente fez parte de um ser vivo, como por exemplo: frutas, hortaliças, restos de pescados, folhas, sementes, cascas de ovos, restos de carnes, etc.

Este tipo de resíduo acima citado são considerados poluentes e, quando acumulado, tornar-se altamente inatrativo e mal-cheiroso, normalmente devido à sua decomposição. Se não houver o mínimo de cuidado com o armazenamento desses resíduos cria-se um ambiente propício ao desenvolvimento de mircoorganismos, que muitas vezes podem ser agente causador de doenças (NETO, et al., 2007).

As indústrias que possuem processos orgânicos geram resíduos sólidos, líquidos e emitem gases tóxicos para a atmosfera, levando ao longo do tempo, a um grande impacto ao meio ambiente. Independente do tamanho e potencial poluidor da indústria, a legislação ambiental exige que todas as empresas tratem e disponham de forma adequada seus resíduos.

A forma mais racional e viável de fazer o controle ambiental, é minimizar a geração dos resíduos pelo controle dos processos industriais, e em paralelo, buscar alternativas de reciclagem e reuso para os resíduos gerados, reduzindo ao máximo os custos com tratamento e disposição final, de maneira que esteja de acordo com os princípios de saúde pública, economia, engenharia, conservação dos recursos naturais, estética entre outras considerações ambientais e que também possa representar as atitudes e mudanças de hábitos das comunidades.” (BRAGA & DIAS, 2008).

Para conseguir êxito no processo de gerenciamento desses resíduos, é fundamental que a indústria conheça os tipos de resíduos que são gerados, suas características e fontes de geração.

2. GESTÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS

Compreende-se por gerenciamento ou gestão de resíduos todas as ações de administração de resíduos, passando pela sua quantificação, classificação, caracterização, propostas de tratamento, valorização e identificação de novos rumos para a pesquisa, representados pela busca de processos de tratamento, estudos de viabilidade para locais de estocagem seguros e de acordo com as normas de segurança existentes, organização do sistema de transportes de resíduos e estabelecimento de planilhas de custos.

2.1. CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS

As ações reguladoras para o controle dos resíduos sólidos, normalmente, têm sido dirigidas ao estabelecimento de critérios para o seu manuseio e disposição, e por esse motivo, a sua classificação segundo sua periculosidade, é uma etapa primordial nos trabalhos com esse tipo de resíduo.

No Brasil, para padronizar a classificação dos resíduos, a ABNT através da norma NBR 10004:2004, propôs um conjunto de procedimentos (ABNT, 2004a). Pela NBR 10.004:2004, os resíduos sólidos são classificados em três classes, conforme tabela 1.

Tabela 1 – Classificação dos resíduos sólidos quanto à periculosidade

TIPO CARACTERÍSTICAS

Classe I - Perigoso Resíduos ou misturas de resíduos que apresentam risco à saúde pública, provocando ou acentuando, de forma significativa, um aumento de mortalidade ou incidência de doenças, risco ao meio ambiente, quando o resíduo é manuseado ou destinado de forma inadequada. Possuem uma ou mais das seguintes propriedades: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.

Classe II a - Não-perigoso e não-inerte Resíduos ou misturas de resíduos que não se enquadram na

classe I ou na classe II-b. Podem ter propriedades como combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água.

Classe II b - Não-perigoso e inerte Resíduos ou misturas de resíduos que não têm nenhum dos seus constituintes solubilizados em concentrações superiores

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