Homem E Sociedade
Pesquisas Acadêmicas: Homem E Sociedade. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: jorgejunior17 • 18/11/2013 • 2.809 Palavras (12 Páginas) • 464 Visualizações
Segundo Stuart HALL -
MULTICULTURAL: características sociais e problemas de governabilidade apresentados por sociedades com diferentes comunidades culturais.
MULTICULTURALISMO: estratégias e políticas usadas para governar ou administrar problemas de diversidade e multiplicidade em sociedades multiculturais.
Então preste atenção: multicultural se refere a uma sociedade que é formada por muitas etnias (=culturas) diferentes, e que de alguma forma fazem questão de manter hábitos próprios e suas tradições.
Apesar de comporem uma mesma sociedade nacional, e haver uma CULTURA NACIONAL que agrega a todos indistintamente, um país multicultural convive com setores que se diferenciam muito em sua forma de convivência, demandas de serviços e políticas, ou mesmo demanda de mercado.
Muitos países no mundo de hoje são sociedades multiculturais, e enfrentam muitos problemas políticos para que todos se sintam INCLUÍDOS; não apenas com direitos iguais, mas que sejam igualmente valorizados como parte de uma sociedade múltipla.
Portanto o debate do multiculturalismo nos leva aos conceitos de IDENTIDADE CULTURAL, e consequentemente de DIFERENÇA CULTURAL.
Quem é igual a quem em uma sociedade multicultural? Ou mais, quem quer ser igual a quem, quem quer ser diferente e mesmo assim tratado igualmente?
O Brasil e os Estados Unidos são países que desde sua criação, no período colonial, formam sociedades MULTICULTURAIS.
As sociedades multiculturais não eram comuns até a década de 80. Faziam parte da história de territórios colonizados.
Atualmente, quase todos os países europeus, que eram ocupados por uma sociedade etnicamente homogênea, começam a conhecer a convivência com a participação em sua população, de um numero cada vez maior de etnias. Isso os torna multiculturais também.
O multiculturalismo como expressão cultural da atualidade, é uma forma de atitude política que se baseia no reforço das IDENTIDADES CULTURAIS:
A globalização do capital e a circulação intensificada de informações, com a ajuda de novas tecnologias, longe de uniformizar o planeta (como propalado por certas interpretações fatalistas), trazem consigo a afirmação de identidades locais e regionais, assim como a formação de sujeitos políticos que reivindicam, a partir das garantias igualitárias, o direito à diferença. Mulheres, negros (ou afro-americanos), homossexuais, populações latino-americanas ("hispanos" ou chicanos) e migrantes em geral se fazem presentes como atores políticos a partir da marcação de diferenças de gênero, culturais e étnicas. A cultura torna-se instrumento de definição de políticas de inclusão social - as "políticas compensatórias" ou as "ações afirmativas" - que tomam os mais diversos setores da vida social. Cotas paras minorias, educação bilingüe, programas de apoio aos grupos marginalizados, ações anti-racistas e antidiscriminatórias são experimentadas em toda a parte.
(FONTE: Itaú Cultural, Enciclopédia Eletrônica, disponível em:
ttp://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=3186)
Identidade versus Diferença –
São conceitos inseparáveis e mutuamente determinados: não temos como perceber ou definir uma identidade cultural sem relacionar com alguma outra que é DIFERENTE dela.
Diferença, ou o direito à diferença: conjunto de princípios que organizam elementos culturais e princípios de valores de inclusão e exclusão, capazes de informar o modo como indivíduos marginalizados são posicionados e construídos em teorias sociais dominantes, práticas sociais e agendas políticas.
Boaventura de Souza Santos, um iminente sociólogo da atualidade tem uma frase que colabora de forma excepcional para a compreensão do debate sobre a identidade e o direito à diferença. Qual seja:
“As pessoas têm direito a serem iguais sempre que a diferença as tornar inferiores; contudo, têm também direito a serem diferentes sempre que a igualdade colocar em risco suas identidades.”
O conceito de identidade cultural permite compreender os processos através dos quais os indivíduos passam a tomar como “gosto” ou “preferência pessoal” um conjunto que expressa sua subjetividade e o coloca nas relações interpessoais de forma a sentir que pertence a um coletivo.
A identidade cultural de um grupo se manifesta tanto externamente, através de práticas coletivas próprias, rituais, vestuário e adornos corporais, por exemplo; como intersubjetivamente, quando cada indivíduo entende como próprio de si mesmo um conjunto de hábitos e formas de sensibilidade que foram coletivamente constituídas.
Para constituir uma identidade, os indivíduos passam pelos processos de socialização, endoculturação, recebem a visão de mundo de sua cultura, introjetam os valores. Todos os conceitos trabalhados anteriormente nos outros módulos fazem parte dos processos de identificação.
A diferença está no seguinte ponto. A cada cultura corresponde um imenso e vasto repertório de hábitos, saberes, valores, técnicas. Nenhum indivíduo, de qualquer cultura que seja, pode conhecer, entrar em contato e experimentar a totalidade desse conjunto.
Ao entrar em contato com diferentes setores e ordens da sociedade, cada indivíduo entra em um processo de identificação, onde os elementos de sua subjetividade vão se reorganizando em função de novas experiências. A cada uma delas o sujeito avalia qual seu grau de envolvimento e como delas se aproxima. Perguntas como: “Fazer isso, DESTA forma, me dá prazer?”; “Eu me sinto bem ao pensar sobre esse assunto DESTA maneira?”; “Eu considero justo que as pessoas tomem ESTA tal atitude em tal situação?”; “Eu percebo beleza NESTA forma de aparência social?”
Tais questionamentos fazem parte da capacidade de REFLEXÃO que cada um de nós possui, e que nas sociedades contemporâneas faz parte de uma exigência para nossos posicionamentos
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