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Homem E Sociedade

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Por:   •  13/4/2014  •  1.873 Palavras (8 Páginas)  •  314 Visualizações

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Porque existe um número tão grande de espécies, freqüentemente tão semelhantes entre si que só podem se distinguir aos olhos de um especialista?

As espécies se modificaram, ao longo de sua história, por meio de transformações lentas e progressivas, num processo de permanente adaptação às circunstâncias do meio externo.

As formas dos vegetais e animais de hoje são originadas de formas anteriores, muitas delas já extintas.

A palavra evoluir tem origem latina, significando literalmente desenrolar, isto é, passar progressivamente de um a outro estado. Aplica-se a inúmeras circunstâncias, como quando dizemos: “a evolução das idéias”, ou “evolução de uma doença”. Aplicada ao estudo dos seres vivos, porém, a palavra evolução tem o significado bem preciso de transformação de espécies vegetais ou animais em novas espécies.

Foi o francês Georges-Louis-Marie Le Clerc de Buffon (1707-1788), um grande naturalista, quem primeiro demonstrou a existência de uma série de substituições de espécies ao longo dos tempos. Ele chegou à conclusão de que “a forma da espécie animal não é inalterável. Ela pode mudar e até mesmo transformar-se completamente, acompanhando a mudança do meio onde vive.

Um aspecto muito importante da concepção de Buffon é que ele relacionou essas mudanças a alterações ocorridas na conformação geológica dos continentes, tendo sido, pois, o primeiro cientista a contestar a idade atribuída à terra pela Bíblia, admitindo que ela é, na verdade, muito mais antiga. Buffon chegou a comparar a fauna de diversas regiões do planeta, concluindo que a história da Terra compreende diversas etapas geológicas e que o Novo Mundo já esteve ligado ao Antigo.

A observação dos fósseis, encontrados em diversos lugares em todo o mundo, constituía, já havia muito tempo, uma fonte de enigmas indecifráveis. Foi Buffon quem apresentou, pela primeira vez, uma teoria transformista unificada da natureza. Seu importante trabalho Épocas da natureza mostra, apoiado na observação dos fósseis e na comparação de animais de diferentes regiões do planeta, que o universo inteiro nasceu de um lento processo de transformação. Foi ele quem, finalmente, abriu para os naturalistas o caminho para a compreensão evolucionista do mundo vivo.

A ciência, aos reunir uma grande quantidade de informações a respeito do objeto de sua pesquisa, ordena-as segundo uma seqüência lógica ou histórica e cria uma teoria explicativa do fenômeno em questão. Para que essa teoria seja válida e aceita pela exigente comunidade científica, é necessário que ela explique o maior número possível de fatos e que não apresente incoerências em si mesma.

A teoria científica representa, pois, aquilo que se conhece, em dado momento, sobre um assunto determinado, sobre um assunto determinado. Mas, se surgir outra teoria que explique melhor, ou com maior abrangência, essa mesma questão, a teoria anterior tem que ser abandonada, em favor da segunda.

A teoria científica origina-se da observação e experimentação dos fatos e fenômenos da natureza. Os fatos da teoria evolucionista, no entanto, não podem ser submetidos à experimentação de laboratório nem repetidos para verificação – o que também acontece com os fatos astronômicos e históricos. Ela usa outras maneiras para comprovação de suas afirmações, principalmente o recolhimento pelos cientistas de evidências materiais na forma ossos e objetos fossilizados. As únicas alterações de caráter evolutivo que podem ser presenciadas ou experimentadas pelos cientistas são as que ocorrem em pequenos animais invertebrados , que produzem várias gerações por ano, ou melhor ainda, em microorganismos, com várias gerações por dia.

Em 1859, o naturalista inglês Charles DARWIN publicou um livro de impacto imediato e gigantesco: Origens das espécies através da seleção natural.

Em 1838, Darwin teve a oportunidade de ler o livro de um sociólogo – o reverendo Malthus, intitulado abreviadamente Teoria das populações. Nessa obra era demonstrado que os meios de subsistência na natureza e na sociedade não conseguem crescer na mesma proporção em que se multiplicam as populações. Por conseguinte, se os povos de todo o mundo continuassem a crescer continuamente, deveria ocorrer um colapso, isto é, a fome generalizada. Se isto não ocorria. Dizia Malthus, era devido à existência de limitações naturais (ou sociais, no caso humano) restringindo a natalidade ou a proporção de nascidos que chegam à idade adulta.

Seriam, pois, a escassez de alimentos e outras formas de restrições impostas ao ambiente, segundo acrescentaria Darwin, as causas da destruição das formas de vida menos adaptadas, ou menos “aptas”, em favor das que, por alguma singularidade constitucional, fossem mais capazes de se ajustar às peculiaridades ambientais. Darwin imaginou, pois, que a transformação das espécies não seria resultado de um “esforço ativo” da própria espécie no sentido de adaptar-se – como afirmava nessa época Lamarck -, mas sim de um processo de seleção passiva, em que seria viável apenas a forma que melhores condições apresentasse em função das características do meio ambiente. Se essas características mudarem, por força de alterações de clima, de disponibilidade de alimentos ou outras quaisquer, sobreviveriam sempre – e apenas – as espécies mais capazes de aproveitá-las.

Nas últimas décadas, a descoberta de um grande número de antropóides fósseis no leste da África, muitos deles com características “humanóides”, veio trazer novas luzes para a questão da origem do homem. Entre esses fósseis, há várias espécies que apresentam postura ereta permanente, porém um volume cerebral não superior a 500 centímetros cúbicos. Estes são considerados hominídeos, porém não pertencentes ainda ao gênero Homo. Nesse gênero são incluídos apenas os hominídeos de maior capacidade cerebral, sendo que os especialistas divergem quanto a um valor mínimo: 750 centímetros cúbicos, segundo alguns, e 650, segundo outros. O Homo sapiens sapiens, espécie à qual pertencemos e que representa a única sobrevivente do gênero, possui, em média, 1350 centímetros cúbicos, mas esse valor pode variar muito. Na verdade, observa-se um aumento gradual não só do volume, mas também da superfície do cérebro, ao longo da série dos vertebrados, embora o nível de inteligência, dentro de uma mesma espécie, não possa ser deduzido a partir desse parâmetro.

Já vimos que as características ambientais – em particular o clima – constituem o principal fator que irá determinar,

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