Humanização
Trabalho Escolar: Humanização. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Past • 16/4/2013 • 8.922 Palavras (36 Páginas) • 730 Visualizações
A temática humanização do atendimento em saúde mostra-se relevante no contexto atual, uma vez que a constituição de um atendimento calcado em princípios como a integralidade da assistência, a eqüidade, a participação social do usuário, dentre outros, demanda a revisão das práticas cotidianas, com ênfase na criação de espaços de trabalho menos alienantes que valorizem a dignidade do trabalhador e do usuário.
Na possibilidade de resgate do humano, naquilo que lhe é próprio, é que pode residir a intenção de humanizar o fazer em saúde.
Buscar formas efetivas para humanizar a prática em saúde implica em aproximação crítica que permita compreender a temática para além de seus componentes técnicos, instrumentais, envolvendo, essencialmente, as suas dimensões político-filosóficas que lhe imprimem um sentido.
Nessa aproximação, se faz primordial, inicialmente, a análise do conhecimento já produzido acerca dessa temática. E é nessa direção que se encaminha a proposta deste estudo: analisar a produção científica da enfermagem, acerca da temática "humanização em saúde", veiculada em periódicos nacionais, na busca de compreender quais as concepções de humanização que vêm se configurando, ou seja, o que é a humanização veiculada nesses textos.
2.0 Objetivo
2.1 Objetivo Geral
É realizar uma reflexão sobre o humanizar que realizamos no cotidiano identificado a necessidade e importância na atividade da enfermagem tanto considerações éticas quanto aos avanços tecnológicos.
2.2 Objetivos Específicos
• Considerar a essência do ser, o respeito à individualidade e a necessidade de ser humano.
• Dar qualidade à relação profissional da saúde-paciente;
• É acolher as angústias do ser humano diante da fragilidade de corpo, mente e espírito.
• Criar uma relação dialogal, para perceber o querer ser atendido com respeito.
3. Revisão da Literatura
3.1 A política nacional de humanização do SUS
Manual da Humanização
Apresentação
O Manual de humanização, elaborado com base no Programa Nacional de Humanização da assistência Hospitalar (PNHAH) apresenta informações importantes para a implantação de um processo de humanização dos serviços de saúde. Dirigido aos Grupos de trabalho de humanização, ampara suas orientações em experiências produzidas pelo PNHAH, já desenvolvido em mais de duas dezenas de instituições hospitalares no Rio Grande do sul.
O desenvolvimento das ações propostas pela Política de Humanização da Assistência à Saúde (PHAS) tem como princípios fundamentais o respeito às especificidades de cada instituição, estimula a cooperação entre as mesmas pela troca de experiências produzidas, que visam a qualificação do serviço público de saúde.
A Política de Humanização da Assistência à Saúde oferece uma Diretriz que contempla os projetos de caráter humanizado desenvolvidos nas diferentes instituições de saúde, estimulando a criação e sustentação permanente de espaços de comunicação e divulgação, que facultem e estimulem a livre expressão, o diálogo, o respeito e a solidariedade.
COORDENAÇÃO PHAS - ESP-SES/RS
3.2 Construções de uma Cultura de Humanização
Uma das diferenças entre o ser humano os animais irracionais é que seu corpo biológico é envolvido, desde a infância, por uma rede de imagens e palavras, apresentadas primeiras pelos pais, pelos familiares e, em seguida, pela escola, pelo trabalho, enfim, por todas as relações sociais. É esse “banho” de imagem e de linguagem que vai moldando o desenvolvimento do corpo biológico, transformando-o em um ser humano, com um estilo de vida singular.
Como somos dotados de linguagem, podemos construir redes de significados, que compartilhamos em maior ou menor intensidade com nossos semelhantes e que nos dão uma identidade cultural. Dessa forma, somos capazes de transformar imagens em escultura e pintura, sons em música e palavras, palavras em poesia e literatura, ignorância em religião, arte, saber e ciência. Somos capazes de produzir cultura e, a partir dela, intervir e modificar a natureza. Transformar doença em saúde, por exemplo.
Contudo a palavra pode fracassar e, quando a palavra fracassa, somos também capazes das maiores arbitrariedades. A destrutividade faz parte do humano e a história testemunha a que ponto podemos chegar. O homem pode se tornar lobo do homem. Passamos a usar nosso conhecimento para aniquilar pessoas que consideramos diferentes de nós e que, por isso, percebemos como uma ameaça a ser eliminada. Essa destrutividade pode se manifestar em muitos níveis e intensidades, desde pequenos gestos cotidianos à atos de violência cruéis e definitivos.
Mas então, o que é humanizar? Humanizar é garantir à palavra a sua dignidade ética. Ou seja, para que o sentimento humano, as percepções de dor ou de prazer sejam humanizadas, é preciso que as palavras que o sujeito expressa sejam reconhecidas pelo outro. É preciso, ainda, que esse sujeito ouça do outro palavras de seu reconhecimento. É pela linguagem que fazemos as descobertas de meios pessoais de comunicação com o outro. Sem isso, nos desumanizamos reciprocamente. Ou seja, sem comunicação, não há humanização. A humanização depende de nossa capacidade de falar e de ouvir, depende do diálogo com nossos semelhantes.
Paradoxalmente o desenvolvimento científico e tecnológico tem trazido tanto benefícios como prejuízos. Um mundo novo está sendo construído a partir das revoluções tecnológicas, e há uma indagação constante sobre como se processam as informações em uma era midiática.
A palavra pode ser reduzida, o contato humano secundarizado, a informação descontextualizada, a comunicação fragmentada na mesma medida que os avanços tecnológicos também engendram práticas sociais integradoras, humanizadas.
A ciência e tecnologia se tornam desumanas quando ficamos
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