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Identidade E Alienação

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Por:   •  7/11/2013  •  6.468 Palavras (26 Páginas)  •  617 Visualizações

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1. Pensar o serviço social: eis a tarefa

Hegel certa vez escreveu que é preciso “Pensar a vida”, e essa idéia acompanhou a autora, que concluiu que o que a impulsionava refletir era o próprio Serviço Social, suas relações com o capitalismo, etc.

Algo que a motivava era o aprofundamento dos estudos sobre a trajetória histórica do Serviço Social, para saber até onde essa trajetória favoreceu ou impediu o desenvolvimento da identidade profissional e da consciência social dos agentes profissionais. Outro ponto era saber até que ponto a alienação estava introduzida na categoria profissional, e também até que ponto os agentes tinham consciência de que a burguesia estava assumindo o controle da sua prática, transformando-a em um instrumento de reprodução das relações sociais de reprodução capitalista, e com isso sua identidade estava sendo moldada, consumida pela burguesia.

E será que os agentes tinham consciência, que se aderissem e operassem com tal identidade estariam a constituir respostas aos interesses do capitalismo? Onde não haveria nenhum potencial de transformação da realidade.

Criticamente a autora conclui “Pensar o Serviço Social, eis a tarefa”, um pensar dialético, que busca compreender o Serviço Social como fenômeno social, histórico e cultural.

A questão fundamental era “a ausência de identidade profissional fragiliza a consciência social da categoria profissional, determinando um percurso alienado e alienador da pratica profissional”.

Essa identidade é a identidade da profissão em si mesma, que está sendo pensada dialeticamente como categoria política e sócio-histórica. Somente recorrendo à dialética como pensamento crítico capaz de desmascarar o real, é que se poderia desvendar os caminhos necessários para buscar a identidade. Apenas no processo histórico que a identidade profissional adquiria concretamente a sua compreensão.

Não é possível estudar a identidade profissional do Serviço Social sem estabelecer ligação com as revoluções burguesas, o surgimento do capitalismo, etc.

A busca fundamental é pensar historicamente o Serviço Social, e principalmente a ligação com o capitalismo. A busca da identidade está ligada com a ruptura da alienação.

A compreensão histórica do Serviço Social, a busca da identidade, a consciência social, está diretamente ligada ao rompimento da alienação, e uma vez rompida o Serviço Social terá condições de produzir novas alternativas de prática e assim lutar por uma nova sociedade.

2 - Serviço Social: a ilusão de servir

2.1.Capitalismo Industrial e Polarização Social

Segundo Dobb há pelo menos três grandes vertentes que devem ser examinadas para se obter uma compreensão do capitalismo como categoria histórica. A primeira proposta é de Werner Sombart, que diz que o capitalismo como foram forma de econômica é a criação do “ espírito capitalista”. Desse modo a origem do capitalismo deve ser atribuída ao desenvolvimento do espírito. Tal tese não reunia evidências históricas que a comprovassem.

A segunda vertente descende a Escola Histórica alemã, e acentua o caráter de sistema comercial do capitalismo situando-o como uma forma de organização da produção que se move entre o mercado e o lucro. Assim a ênfase recai mais sobre o uso da moeda, visualizando o capitalismo em sua dimensão de categoria econômica. Essa vertente se detém ao caráter comercial do sistema capitalista. Assim é pequena sua contribuição oferecida por essa linhagem para a compreensão do capitalismo.

A terceira vertente fundada pelo pensamento de Karl Marx, amplia a questão, já que a essência do capitalismo deixa de ser buscada em fins lucrativos. O capital é uma relação social e o capitalismo um determinado modo de produção, marcado pela dominação do processo de produção.

O modo de produção capitalista definia uma forma especifica de relações sociais entre os homens e as forças produtivas. E como conseqüência surgia uma nova estrutura social, pois a propriedade dos meios de produção estava nas mãos da minoria, o que fez surgir outra classe, os que nada tem além da força de trabalho.

O capitalismo como modo de produção passa a se assentar em relações sociais de produção capitalista, maçadas pela compra e venda da força de trabalho, que é tornado como mercadoria. Portanto não é o caráter comercial do capitalismo, mas sim o modo de produção capitalista.

A história do capitalismo é a história das classes sociais. Assim para compreender o capitalismo é necessário voltar no tempo.

Algumas pesquisas mostram algumas evidências que em algumas sociedades antigas haviam transações monetárias que visavam o lucro. Dessa forma fica difícil dizer com precisão o momento do surgimento do capitalismo. Temos que considerar como início do período do capitalista aquele em que se expressam de forma estável as características que marcam esse sistema. E uma delas que define o capitalismo é posse privada dos meios de produção.

Nas sociedades medievais as relações de trocas eram simples. Com o desenvolvimento do capitalismo mercantil, as relações de produção no campo são invadidas por trocas que se tornam complexas, pois passam a ter o objetivo de acumular riqueza.

A separação entre o produtor e os meios de produção faz com que aja a divisão social do trabalho. O dono da terra se transforma em comerciante ou mercador, passando em seguida a atacadista.

Os burgueses se tornam uma classe cada vez mais próspera, passam a controlar o mercado urbano através de seus monopólios.

Os séculos XIV e XV são marcados pelo aumento de poder dessas oligarquias burguesas. O trabalho assalariado se torna freqüente. Esse processo fez com criassem uma força de trabalho assalariada e sem o meios de produção. E o trabalhador teve que se submeter ao trabalho assalariado para prover sua subsistência familiar.

O emprego de salário assalariado significava para a burguesia uma forma de obter lucro. Nessa fase há uma crescente necessidade de mão-de-obra. Na cidade começavam a surgir as fábricas, que necessitavam de trabalhadores.

Expulsos das terras os camponeses acabavam subordinados as exigências dos donos do capital, já que eram protegidos pela Lei Tudor. Essa legislação oprimia os trabalhadores. Assim a burguesia mantinha o controle da força de trabalho de que necessitava para expandir seu capital.

Na segunda metade do século XVI é que se consumou chamado por Marx “ caminho realmente revolucionário”, através do qual o produtor se transforma

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