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Impactos Das Alterações Da Cobertura Vegetal No Balanço De Energia Em Área De Caatinga

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Por:   •  14/10/2013  •  781 Palavras (4 Páginas)  •  545 Visualizações

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Nas últimas décadas, as constantes interações do homem com o meio ambiente têm causado alterações significativas nas características da superfície continental, principalmente pela conversão, em grande escala, da vegetação natural em áreas de cultivos e pastagens (VITOUSEK et al., 1997). A agricultura e a pecuária são as atividades econômicas que mais demandam área no mundo e, por isso, estão no centro do debate sobre Mudanças no Uso da Terra (MUT) e mudanças climáticas. Juntas, as áreas cultivadas, pastagens e áreas urbanas cobrem aproximadamente 35% (cerca de 55 milhões de km2) das superfícies continentais (OLIVEIRA, 2008).

A agricultura tem uma grande contribuição na economia brasileira, sendo o Brasil um dos líderes mundiais de produção de carne, soja e biocombustíveis para o mercado internacional. Segundo os resultados do Censo Agropecuário de 2006, as áreas de lavoura no país aumentaram 83,5% em relação ao Censo de 1996, enquanto que as áreas de pastagem reduziram aproximadamente 3,0%, confirmando um modelo de desenvolvimento do setor com expansão das fronteiras agrícolas. A Região Nordeste obteve uns dos maiores aumentos nas áreas de lavoura do país, aproximadamente 114,7%. Além disso, o Censo também apontou a substituição das áreas de vegetação natural por lavouras e pastagens, na década 1996-2006, em razão da progressiva inserção do país no mercado mundial de produção de grãos e da intensificação da pecuária (IBGE, 2010).

O aumento da população também impulsiona o processo de conversão de áreas para cultivos agrícolas e tais transformações modificam o uso da terra e aceleram a degradação ambiental. Segundo OLIVEIRA-GALVÃO (2001) e FERREIRA et al., (1994), dentre os principais desencadeadores do processo de degradação ambiental estão: a) a pecuária extensiva, com prática de sobrepastoreio; b) agricultura inadequada, inclusive fazendo uso de desmatamento e posterior queimada; c) irrigação realizada de forma inadequada, não dispondo de sistema de drenagem apropriado; d) uso agrícola inadequado à capacidade de suporte do meio; e) desmatamento indiscriminado, inclusive para fins energéticos (carvão mineral).

Esses processos de degradação produzem conseqüências sobre os diferentes componentes ambientais, como a eliminação da cobertura vegetal original, com conseqüente redução na biodiversidade, perda parcial ou total do solo devido a fenômenos físicos (erosão) ou químicos (salinização e alcalinização), diminuição na quantidade e qualidade dos recursos hídricos, afetando principalmente o escoamento superficial, diminuição da fertilidade e da produtividade do solo (ROSS, 2001).

O semi-árido do NEB é a principal região do Brasil com problemas ambientais de degradação resultantes dos fatores acima mencionados. As mudanças na cobertura vegetal podem afetar o clima, uma vez que a atmosfera é sensível às características da superfície continental (TWINE et al., 2004). Neste contexto, grande atenção vem sendo dada pela comunidade científica para tentar responder quais seriam os impactos climáticos decorrentes das mudanças de vegetação, seja por ação antrópica ou natural, a qual envolve a análise de sensibilidade climática às condições de superfície. Diversos estudos com Modelos de Circulação Geral da Atmosfera (MCGAs) e Modelos Regionais

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