Indústria De pães Congelados
Ensaios: Indústria De pães Congelados. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 24/4/2014 • 9.225 Palavras (37 Páginas) • 5.167 Visualizações
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1. JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO PRODUTO
O pão francês já se tornou um alimento comum na mesa do consumidor
brasileiro, com isso a demanda desse produto aumentou consideravelmente
nos últimos tempos. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de
Panificação e Confeitaria (ABIP, 2009), são mais de 63 mil micros e pequenas
empresas (96,3% das padarias brasileiras), e atendem em média 40 milhões
de clientes por dia (21,5% da população nacional). A Panificação está entre os
maiores segmentos industrial do país.
Apesar desse fator, a mão-de-obra especializada nesse setor sofreu um
declínio, gerando assim o aumento das filas nas padarias, já que com poucos
especialistas a produção se torna menos eficiente para suprimir a demanda.
A partir disso, foi elaborada uma novidade que influencia o cotidiano
tanto nos meios de produção quanto para quem adquire o produto, os pães
congelados. O Engenheiro Augusto Cezar, fala sobre congelamento e sua
aplicação, e a questão da qualidade quando aplicada no pão francês: “A essa
tendência mundial, teremos que nos adaptar rapidamente, ou perderemos o
bonde da evolução tecnológica. O pão congelado, por exemplo, é o inicio de
uma nova era, um novo rumo ao segmento de panificação e confeitaria. Hoje,
os empresários estão de olho na redução de custos, da mão de obra e do
espaço físico, além dos ganhos de produtividade. Isso faz com que
supermercados, panificadores e confeitarias também procurem se aperfeiçoar
nessa nova tendência. Já é possível fabricar o pão francês congelado com
muita qualidade”. (Revista Panificação Brasileira)
A indústria de alimentos congelados tem crescido rapidamente, pois
causam interesse do consumidor devido à facilidade e rapidez no preparo, no
caso dos pães congelados não é diferente, uma vez que a mão-de-obra se
torna menor e o desperdício de matéria -prima também.
Considerando o sucesso que essa novidade obteve até o momento,
pode-se prever que em breve, os donos de padarias, supermercados e lojas de
conveniência poderão levar ao forno o pão pré-assado congelado,
proporcionando sempre um pão fresquinho ao consumidor.
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2. ESTUDO DE MERCADO
De acordo com da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e
Confeitaria (ABIP, 2009) a Panificação é um dos maiores segmentos
industriais do país, e conta com cerca de 63 mil empresas de
pequeno e médio porte.
O consumo per capto de pães no Brasil é de 33Kg/ano.
O Estado com maior concentração de padarias no país é São Paulo,
que conta com cerca de 12.764 estabelecimentos, o que torna essa
região bastante atrativa para a implantação de uma indústria de
congelados nesse segmento, uma vez que as opções e demanda de
abastecimento se tornam maiores.
De acordo com um estudo de mercado, realizou-se uma pesquisa de
campo a fim de descobrir o preço da média do kg dos pães tanto congelados
quanto assados no mercado, e o preço dos pães já assados tem uma média de
$6,50 o kg, e os pães congelados têm uma média de $2,86 o kg.
Segue abaixo uma tabela com informações sobre pães e suas vendas
nos últimos anos e o faturamento no mercado mundial de pães industrializados.
Vendas de Pães Industrializados
2007 2008 2009 2010 2011
Faturamento (bilhões R$) 2,066 2,276 2,550 2,928 3,231
Volume (tons) 783.577 803.219 871.662 967.565 992.973
Per Capita (kg/hab/ano) 4,2 4,2 4,6 5,1 5,2
População Brasileira - milhões hab 188 190 191 191 192
Fontes: Abima e Nielsen
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3. LOCALIZAÇÃO INDUSTRIAL
De acordo com pesquisas econômicas e demográficas, o estado de São
Paulo se demonstra como o mais propício a receber novos negócios com maior
aceitação pública e comercial dentre os demais estados brasileiros. Sendo
assim também a região escolhida pelo grupo para a instalação da empresa,
mais especificamente na cidade de Piracicaba, pois durante o estudo de
mercado realizado não foram encontradas muitas empresas que atuam nessa
área no estado de São Paulo. Segundo o censo de 2010 do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), a população é de 364.571 e sua extensão
territorial chega aos 1.378,501 km² e possuindo uma densidade demográfica de
264,67 hab./km².
De acordo com dados fornecidos pela Secretaria Municipal de
Desenvolvimento Econômico (SEMDEC) de Piracicaba, os fatores
determinantes para a implantação da indústria neste local foram as leis de
incentivo fiscal a Lei nº 4.020/95, alterado pela Lei nº 5.049/01, que autoriza a
Prefeitura Municipal a proporcionar incentivos e serviços ao desenvolvimento
industrial e comercial do Município de Piracicaba e os benefícios oferecidos, tal
como doações de lotes às empresas que pretendam se instalar no Município,
mediante o cumprimento de requisitos expressos na Lei nº 4.020/95 e suas
alterações e Lei nº 5.224/2002.
Após os dados analisados, conclui-se que a cidade de Piracicaba é o
local mais adequado para se instalar uma empresa de pães congelados.
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4. ESTIMATIVA DE PRODUÇÃO
Como nossa empresa estará situada na cidade de Piracicaba, segue
abaixo a estimativa de produção:
População de Piracicaba: 364.571 hab.
Consumo per capta do pão é 33,5 kg, multiplicando ele por 0,03 (3% da
produção) e pelo numero de habitantes temos que a produção anual é de:
Produção anual: (364571 hab.) x 0,03 x 33,5 = 366393,86
Por mês: (366393,86) / 12 = 30532,82 kg
Por dia: (30532,82) / 30 = 1011,76 kg
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5. CARACTERIZAÇÃO DAS MATÉRIAS PRIMAS UTILIZADAS NO
PROCESSAMENTO DE PÃO FRANCÊS
Uma parte muito importante no processo de elaboração de uma indústria
alimentícia é saber quais são as matérias primas necessárias para a produção
do produto escolhido e suas características, pois a partir disso pode-se definir
fatores como os meios de transporte necessários para cada um. Segue abaixo
algumas das matérias primas do pão francês e suas características mais
importantes:
5.1 FARINHA DE TRIGO
Segundo um artigo publicado em 2012 pela empresa Fleischmann,
farinha de trigo é um produto consumido no mundo todo, principalmente na
produção de massas e pães, pois se diferencia bastante em relação a outros
cereais, já que contêm em quantidades balanceadas duas proteínas, a gliadina
e a glutenina, que juntas formam o glúten, responsável pela massa elástica no
processo de assamento do pão. Lilian Guerreiro, em seu Dossiê Técnico sobre
Panificação (2006), escreve que as características da farinha de trigo a ser
utilizada dependem do produto a que se destinam. O pão francês, por exemplo,
é um produto mais exigente, ou seja, necessita de farinha mais forte, de melhor
qualidade que aquela requerida para um pão de forma. As formulações mais
ricas em açúcar, gordura, etc., costumam ser menos exigentes, uma vez que
estes ingredientes também colaboram no resultado final. As principais
propriedades da farinha é a força: capacidade de uma farinha para produzir um
pão crescido e de grande volume. A tolerância nas fermentações e cor da
farinha.
De acordo com dados obtidos pela empresa Fleischmann, o consumo
per capto de trigo no Brasil é cerca de 55Kg.
Com relação à forma de transporte desse material, é recomendado pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 1993) que esse produto
seja transportado de modo que não seja exposta a umidade e ao abrigo do sol,
como no transporte por caminhões, método utilizado pela empresa Nita
Alimentos, que atua na região escolhida para a abertura da indústria
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fornecendo produtos a base de trigo e por esse fator pode ser um fornecedor
em potencial.
5.2 ÁGUA
Por possuir muitas possibilidades de uso, que vão desde a limpeza,
ingrediente para produtos diversos, consumo e além, a água é indispensável
no processamento de alimentos.
Através de exigências normativas, é necessário tomar certos cuidados
com a água quando se diz respeito ao seu manuseio em áreas alimentícias
industriais e voltadas para o consumo. Alguns desses cuidados envolvem a
limpeza e manutenção dos reservatórios de água, análise periódica de
bactérias e determinados processos de higienização e desinfecção destes
reservatórios seguindo métodos indicados pela própria legislação brasileira. O
objetivo de tais medidas e cuidados é principalmente evitar a presença de
bactérias do grupo Coliforme, que representam certa ameaça na qualidade e
segurança no manuseio e consumo da água.
Na área da panificação, qualquer tipo de água potável é permitido para
ser utilizada. No entanto, sabe-se que pela qualidade da água utilizada o
resultado final pode diferir. Águas que possuem quantidades muito grandes de
minerais tendem a influir de maneira diferente no pão das que possuem baixas
quantidades de minerais. O tipo mais aconselhável na panificação é o de uma
água que possua teores medianos de sais e minerais em sua composição, pois
desta maneira os pães terão um melhor desenvolvimento no metabolismo das
leveduras e uma ação mais eficaz no fortalecimento do glúten.
5.3 SAL REFINADO IODADO
Segundo a ANVISA (2000), O produto deve apresentar-se sob a forma
de cristais brancos, com granulação uniforme, ser inodoro e ter sabor salinosalgado próprio. Independente do tipo do sal deve ser iodado. O principal
fornecedor é a Norsal, com a linha de sal refinado iodado Lebre, que apesar de
ter sede no Norte do país tem vasta atuação no estado de São Paulo.
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5.4 GORDURA VEGETAL
Esse tipo de gordura tem origem nos óleos vegetais e foi criada para
substituir as de origem animal a fim de reduzir o custo dos alimentos
industrializados. Além do seu efeito melhorador na massa e na qualidade do
pão, também atua no valor nutricional do pão pelo fornecimento de mais
energia (calorias). As principais características da gordura vegetal são: o sabor
e aroma, a consistência e plasticidade e a estabilidade. E as suas funções são:
Aumento do volume do pão, melhora na maciez do produto e a melhora nas
propriedades de conservação.
O fornecedor encontrado para esse produto foi a Triangulo Alimentos,
localizada na cidade de Itápolis no estado de São Paulo.
5.5 AÇÚCAR CRISTAL
No Brasil, o açúcar tem como sua principal origem a cana-de-açúcar,
através do aquecimento e cristalização de seu caldo. O açúcar proporciona
sabor, aroma e textura aos alimentos e também é muito importante para a
saúde do ser humano, uma vez que contém glicose, uma das principais fontes
de energia.
Segundo Lilian Guerreiro, a adição de açúcar à massa tem como
finalidade facilitar a adaptação da levedura ao processo de fermentação e
colaborar com o sabor, aroma e a cor do produto final. É geralmente
empregado o açúcar de cana (sacarose), mas podem também ser usados o
xarope de milho ou o açúcar invertido.
O meio de transporte mais comum usado pelos fornecedores de açúcar
e o ensacamento do mesmo após o estar pronto e o abastecimento de
caminhões que fazem as suas entregas, o que não compromete as suas
características principais. Atualmente, os principais fornecedores de açúcar na
região em que a empresa será implantada são a Marcon Cereais, que atua na
região de Piracicaba com o açúcar cristal Purinha e a Mirante, que está situada
em Rio Claro.
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5.6 FERMENTO BIOLÓGICO
Também conhecido como Levedura, é um ingrediente essencial para a
panificação, já que é o principal responsável pelo crescimento e também do
sabor do pão. Esse tipo de fermento é constituído por um fungo chamado
levedura, que pode ter várias formas, mas geralmente é unicelular. Sua
atividade ocorre quando há aumento de temperatura no sistema. Os principais
fornecedores desse produto são a Kraft, com a linha Royal de fermentos e
também a Fleischmann, duas empresas muito conhecidas no cenário
alimentício nacional.
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6. ADITIVOS E COADJUVANTES UTILIZADOS NO
PROCESSAMENTO DE PÂES
Além dos ingredientes citados acima, outros devem ser adicionados na
produção do pão francês congelado, estes são chamados de aditivos, que tem
como principal objetivo proporcionar ao pão maior êxito durante o seu preparo
e a maior durabilidade de suas características.
A legislação brasileira proíbe qualquer substância que seja prejudicial à
saúde humana, com isso o departamento do Ministério da Saúde após uma
série de exames, decide quais aditivos podem ser adicionados aos alimentos
com segurança.
Segue abaixo alguns dos aditivos usados na produção do pão francês:
6.1 EMULSIFICANTES
São aditivos químicos naturais ou sintéticos que ao serem adicionados a
massa de panificação proporcionam uma mistura íntima entre a água e as
diversas substâncias encontrada na massa.
Há variadas classes de emulsificantes que apresentam diferentes aplicações,
ficam a exemplo:
Os amaciantes, que permitem o miolo do pão permanecer macio por
mais tempo, além de reduzir sua taxa de envelhecimento e de perda de
umidade. Os principais agentes utilizados nesta categoria são os mono e
diglicerídios, que reagem particularmente bem com a amilose, dificultando a
perda de água na recistalização.
Os condicionadores, que aumentam a tolerância da massa à mistura,
pois agem principalmente no glúten aumentando seu desenvolvimento e
qualidade, além do volume melhorado. Os principais condicionadores são:
estearoil-2-lactil lactato de sódio (ELS) ou de cálcio (ELC), polissorbatos,
monoglicerídeos succinilados e etoxilados.
Por fim, a lecitina, que é um surfactante natural oriundo da soja. É
constituído de uma mistura não exata de fosfolipídeos. Desta maneira, sua
função é indefinida, podendo a lecitina ser utilizada tanto como condicionadora
ou amaciante, dependendo da substância utilizada como amostra.
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6.2 ESPESSANTES
Segundo Dr. Octávio Antônio Valsechi no seu ADITIVOS (2001),
espessantes são substancias cuja finalidade é aumentar a viscosidade de
alimentos, geralmente na forma líquida. Esta classe de aditivos é formada
principalmente por gomas naturais extraídas de plantas, algas, sementes, etc.
6.3 AGENTES ANTI-MOFOS
São substancias usadas para combater o desenvolvimento de bactérias
e fungos, são muito usados na indústria de panificação, porém a ANVISA,
(2001) possui normas quanto ao uso desses produtos. Um p roduto antimofo
bastante usado na indústria é o ácido lático.
6.4 ENZIMAS
São muito utilizadas na produção de pães e outros produtos desse
segmento, pois ajudam a melhorar as características da massa, farinha de trigo
contém beta-amilase suficiente para a conversão de amido em maltose, mas é
deficiente em beta-amilose, essa deficiência é corrigida durante o processo de
preparo do pão, a adição de beta-amilose, esse processo causa bastante
beneficio para a massa e é chamado de suplementação enzimática. Existem
dois tipos de enzimas mais usadas na panificação:
Amilases: atuam nos amidos danificados, pois estes possuem maior
capacidade de absorção de água e na qualidade da massa. Esse fator
proporciona maior durabilidade para o pão.
Proteases: degradam proteínas complexas em compostos mais simples.
Na massa do pão, atuam sobre as ligações peptídicas do glúten, rompendo-as,
atuando de maneira diferente ao esforço mecânico e agentes redutores. De
maneira geral, as proteases atuam no pão de maneira a melhorar a
extensibilidade e a textura da massa, além de reduzir o tempo de mistura da
massa em até 1/3 em determinadas situações. Entretanto, o excesso de
protease pode acarretar certos prejuízos, como baixo volume, textura grosseira
e alteração da cor do miolo.
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6.5 AGENTES OXIDANTES
Segundo Lilian Guerreiro em seu Dossiê técnico (2006), agentes
oxidantes são compostos que fortalecem a massa, alterando suas
características de elasticidade e extensibilidade. Eles interagem com o glúten,
oxidando os grupos sulfidrila e formando pontes dissulfídicas entre as cadeias
de proteína, que aumentam a tolerância à mistura e a capacidade de retenção
de gases durante a fermentação.
Os principais são os seguintes:
Ácido ascórbico (vitamina C): é uma substância redutora que
pode atuar como um oxidante, desde que na massa haja a presença de
oxigênio e de uma determinada enzima da farinha. Nessas condições, o ácido
ascórbico passa a ácido deidroascórbico, é um agente oxidante de ação média.
A legislação brasileira não estipula limites para o uso deste composto, porém
normalmente se utiliza de 30-120 ppm.
Azodicarbonamida (ADA): é um oxidante de ação rápida, ou seja,
atua fortalecendo a massa já durante a mistura. Este composto é rapidamente
consumido, sendo bom para processos rápidos de mistura. No Brasil, seu uso
fica restrito aos moinhos, que podem adicionar este produto à farin ha até o
limite máximo de 45 ppm, para atuar como agente maturador da farinha.
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7. FLUXOGRAMA
Segue abaixo um fluxograma explicitando todas as etapas da fabricação
do pão francês, baseado na dissertação sobre análise térmica da massa de
pão francês durante os processos de congelamento e descongelamento da
Dra. Tatiana Matuda.
Pesagem dos Ingredientes
Mistura
Divisão e Modelagem
Congelamento
Embalagem
Armazenamento
Descongelamento
Fermentação
Incisão
Assamento
Resfriamento
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7.1 PESAGEM DOS INGREDIENTES
A pesagem, sistema de preparação prévia dos ingredientes de uma
receita com a qualidade solicitada pela área de atendimento, é extremamente
benéfica. Ela reduz o tempo de preparo das receitas, tornando a produção mais
ágil, evita desperdício e melhora a limpeza e organização do local. Para que o
sistema seja viável é preciso um planejamento do setor e a implantação de
sistemas de controle e padronização de processos. A pesagem deve ser feita
em um local específico para esta ação, bem ventilado e com os equipamentos
e matérias-primas a serem pesadas.
7.2 MISTURA
A mistura consiste em homogeneizar os ingredientes, dispersar,
solubilizar e hidratar uniformemente os componentes da massa. O trabalho
mecânico contribui para o desenvolvimento da estrutura do glúten e incorpora
bolhas de ar, assim uma mistura heterogênea e espessa de água e farinha é
convertida em uma massa visco elástica homogênea de aspecto seco.
7.3 DIVISÃO E MODELAGEM
Logo após o batimento, a massa é dividida em pedaços, com peso
determinado por divisora mecânica e depois moldado no formato desejado.
No processo de massas congeladas, a etapa de descanso é suprimida
para que não ocorra fermentação antes do ciclo congelamentodescongelamento.
7.4 CONGELAMENTO
O congelamento é o procedimento em que ocorre a redução de
temperatura e mudança de estado da agua contida no pão, de fase liquida para
solida. Esse procedimento deve ser realizado logo após a modelagem a fim de
evitar a fermentação precoce.
Para que essa etapa ocorra com êxito, é recomendado que a massa
seja exposta a uma temperatura de aproximadamente -30ºC a uma velocidade
de 4m/s até que o pão obtenha suas condições internas de -15ºC no centro da
massa.
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7.5 EMBALAGEM
O processo de embalagem é de vital importância na produção do pão
francês congelado. A embalagem tem como função proteger, identificar e
promover o produto e além disso deve ter as seguintes características: evitar
perda de umidade do produto durante o armazenamento, ter barreira física e
selável a quente.
7.6 ARMAZENAMENTO
Cada produto possui sua própria temperatura de armazenamento. A
temperatura ideal para o armazenamento do pão francês é de -20ºC, pois
nesse ponto não há possibilidade de mudança das propriedades do produto.
7.7 DESCONGELAMENTO
Esse procedimento é realizado nos locais onde o produto será vendido e
se faz necessário para aumentar o desempenho do pão, pois é nesse processo
que ocorre a reidratação da massa. Alguns cuidados devem ser tomados
durante esse procedimento para que ocorra um assamento homogêneo, ou
seja, o pão por inteiro está assado, como a clara definição da temperatura e
tempo de assamento, caso contrario, o produto final pode ficar heterogêneo, ou
seja, sua superfície está assada mas seu miolo congelado.
7.8 FERMENTAÇÃO
Na primeira etapa de fabricação do pão, quando são misturados todos
os ingredientes, inicia-se a atividade fermentativa em ritmo lento. Continua
nesse ritmo durante o processo de boleamento e modelagem, até chegar à
etapa de fermentação, onde o processo fermentativo se acelera devido ao
descanso. Nessa etapa são constituídas as condições adequadas para uma
maior produção de ácidos orgânicos e bolhas de gás carbônico. As bolhas e os
ácidos irão colaborar no crescimento da massa e para a formação do sabor e
aroma do pão.
A fermentação só terminará quando a massa estiver no forno entre uma
temperatura de 55º a 60º C.
Existem quatro tipos básicos de fermentação:
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Fermentação alcoólica: é a fermentação que ocorre em maior
intensidade na massa, é responsável por produzir o gás carbônico e é de
grande importância para destacar aroma e sabor do pão.
Fermentação láctica: torna o ambiente favorável à produção de gás por
ser responsável pela queda de pH da massa. Ocorre por ação das bactérias
lácticas que transformam a glicose em ácido láctico.
Fermentação acética: sendo realizada pelo fungo Mycoderna Aceti,
ocorre uma transformação de álcool etílico produzido através do processo de
fermentação alcoólica em ácido acético. De forma geral, apenas 5% da acidez
total é responsável pelo ácido acético.
Fermentação butírica: ocorre através da transformação de ácido láctico
em ácido butírico, pelas bactérias butíricas.
7.9 INCISÃO
A incisão é um processo necessário para que o pão tenha um bom
crescimento e aparência através da pestana. Mesmo sendo um processo
relativamente simples, requer do padeiro responsável grande destreza ao
executar a incisão nos pães. Se feito corretamente, este procedimento garante
ao pão um bom desenvolvimento gasoso em seu interior além de uma
aparência convidativa após a fornada. É aconselhável ao padeiro encarregado
utilizar lâminas curvadas para executar as incisões, proporcionando cortes
mais precisos. Há também um lado especifico do pão onde a incisão deve pode
gerar melhor resultado.
7.10 ASSAMENTO
No assamento, além de depender dos tipos, formatos e tamanhos dos
pães, depende também da temperatura, tempo e do tipo de forno que será
utilizado (convencional ou turbo), e a carga a ser trabalhada no mesmo. Sendo
assim, pode-se notar que deste processo resulta mudanças físico-químicas e
bioquímicas como expansão do volume, evaporação de agua, formação de
poros, desnaturação de proteínas, gelatinização do amido, formação de casca,
entre outros.
Um exemplo de assamento para pão francês de 350g: utilizar a temperatura de
225º C por 25 minutos.
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7.11 RESFRIAMENTO
O resfriamento ocorre no termino de todas as etapas anteriores, mais
especificamente após o assamento. Esta etapa faz parte do descanso, que é
necessário para uma melhor qualidade do pão. Aqui pode-se observar uma
situação exclusiva de repouso do pão para uma condição apropriada para o
consumo. É preciso também fazer o pão resfriar e também não permitindo que
este estrague.
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8. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
Os principais equipamentos utilizados para a fabricação do pão é a
masseira, cilindro, modeladora, divisora, câmara de fermentação, fornos,
abaixo segue sobre o funcionamento de cada um.
8.1 MASSEIRA
Tem como principal função misturar e amassar a massa utilizada no pão.
É constituída por um tacho, onde são colocados os ingredientes, de um
sistema de amassamento que pode conter um ou dois braços e um painel, que
tem o botão de liga/desliga e um controlador de velocidade dos braços. Esse
equipamento precisa estar sempre limpo e sem resíduos de massas ou
ingredientes que foram utilizados em alguma operação anterior e por isso deve
ser limpo diariamente.
Figura 1: Masseira
8.2 CILINDRO
Nesta função, ele desenvolve o glúten, homogeneizando a massa (efeito
de alisamento), e auxilia no crescimento, já que obtém uma melhor retenção do
gás da fermentação. Sua utilidade também se estende para a confecção de pizzas,
biscoitos e bolachas, devido à disposição da massa em formato de lâminas. O
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equipamento constitui-se de dois rolos de aço dispostos verticalmente, que
giram em sentido contrário, impulsionando a massa por dentro do espaço
regulável entre eles.
Geralmente um pão feito diretamente na masseira é mais volumoso, por
causa da possibilidade de se agregar mais água à massa, enquanto que a massa
cilindrada forma um pão de volume mais reduzido e compacto (“massudo”); esta
condição se acentua qua nto maior for à quantidade de farinha de “poar” empregada
(usada para não grudar nas superfícies do cilindro).
Figura 2: Cilindro Industrial
8.3 DIVISORA
As divisoras presentes no mercado são puramente volumétricas, com o
objetivo de dividir a massa em partes menores, e de mesmo volume,
consequentemente, de mesmo peso. A mais comum é a divisora mecânica,
com o corpo todo em ferro fundido e um sistema de lâminas na parte superior,
que divide a massa em 30 porções, à medida que for acionada manualmente a
alavanca. Existem divisórias elétricas, que faze m esta divisão automaticamente.
Para a produção de pão francês de 50 g , geralmente utiliza-se uma massa de
2 kg para a divisão. Inicialmente, com as lâminas travadas, a massa é
comprimida para a expulsão dos gases e melhor distribuição da massa, após a
liberação da trava, o corte é efetuado.
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Figura 3: Divisora Industrial
8.4 MODELADORA
Constitui-se basicamente de um rolo (cilindro) superior com regulagem e
um rolo inferior, duas mesas, uma na entrada e outra na saída, as quais,
acopladas ao sistema de retorno, possibilitam trabalhar com um ou dois
operadores: dois manipuladores para comando de abertura dos espaços entre
os rolos, e lonas de feltro. Este equipamento é utilizado em todo tipo de pão
que possui formato enrolado, incluindo também o tradicional pão francês.
Figura 4: Modeladora
8.5 TÚNEL DE CONGELAMENTO RÁPIDO
São usados na rápida redução de temperatura de algum produto,
visando preservar suas características nutricionais e físicas e também evitar a
proliferação de bactérias ou qualquer microrganismo que cause deterioração
do alimento.
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Esse equipamento é muito usado na indústria alimentícia, principalmente
no processo de fabricação de congelados.
Com relação ao processo de congelamento, não é usado nitrogênio ou
oxigênio no procedimento, o que diminui o custo do mesmo. Para facilitar o seu
manuseio, é instalado um painel eletrônico frontal, com um botão liga/desliga e
um visor indicando a temperatura do processo.
Figura 5: Armário de congelamento rápido
8.6 CÂMARA DE FERMENTAÇÃO
Compõe-se de paredes/teto que dificulta a transferência de calor, um
sistema de aquecimento com resistores elétricos controlados por um
termostato, que mantém a temperatura constante: um sistema de umidificação,
que mantém a umidade estável (isto é, possível graças ao umidostato, que
controla a umidade do ambiente). Pode Ter uma únicaporta ou duas, neste
caso, permitem um fluxo de entrada e saída por lados diferentes.
Fornecer ao pão uma condição de desenvolvimento apropriado para sua
qualidade se garantir após esta fase. Proporcionando às massas as
características necessárias para um bom pão ser produzido.
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Figura 6: Câmara de fermentação
8.7 FORNOS
Os fornos podem ser elétricos, a diesel ou a gás e tem como função
fornecer as calorias necessárias para que ocorra um perfeito cozimento da
massa, ou seja, proporcionar um ambiente ideal para todas as reações que
devem acontecer no pão.
Com relação ao seu modo de funcionamento, o forno deve ser ligado
com antecedência para que quando a massa for colocada o equipamento já
esteja com uma temperatura homogênea.
Esse equipamento deve ser limpo diariamente com o varredor, a fim de
tirar qualquer resíduo que tenha permanecido nele.
Figura 7: Forno Turbo
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9. EMBALAGENS
De acordo com a Empresa de Assistência Técnica de Extensão Rural
(EMATER) do Rio Grande do Sul, a embalagem deve proteger o produto, ser
quimicamente inerte, oferecer todo o tipo de proteção durante a estocagem,
não permitir contato do produto estocado com o ar frio e seco do freezer e
proporcionar a permanência das características fundamentais do produto. Seu
formato é muito importante, pois deve permitir a expansão de volume durante o
congelamento.
Existem diversos tipos de embalagens para alimentos congelados,
segue abaixo uma lista com algumas delas e suas principais características
para o uso:
Sacos plásticos – podem ser de polipropileno ou polietileno e
devem ser incolores, inodoros e atóxicos.
Filmes de PVC ou plástico aderente – adere bem aos alimentos,
mas têm uma tendência a se soltar no freezer.
Folhas de alumínio – devem ser duplas para não rasgar ou furar
no freezer.
Recipientes plásticos – normalmente este tipo de embalagem tem
também tampa. Dê preferência aos recipientes quadrados e retangulares para
melhor distribuição do espaço no freezer.
Bandejas e pratos de alumínio descartáveis – são práticas e
podem ser encontradas em diversos tamanhos. Se quiser uma embalagem
mais segura, envolva o recipiente depois de tampado ou saco plástico, vede,
etiquete e congele.
Travessas e vidros refratários – podem ser usados no freezer,
bem vedados. No descongelamento, nunca levar um ao forno quente
diretamente do freezer para evitar que quebrem.
Potes de vidro – devem ser resistentes e são ótimos para molhos
e alimentos líquidos. Não se esqueça de deixar um espaço de 2 cm da borda
para a expansão, senão o vidro quebra.
Formas de gelo – ideais para sucos, sopinhas e purês de frutas.
Depois de congelados, devem ser retirados rapidamente e embalados em
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recipientes plásticos ou sacos plásticos. Para facilitar a retirada, devem ser
maleáveis.
Embalagens comerciais – como as margarinas, as de sorvete
também podem ser utilizadas. Para melhor vedação, coloque dentro de sacos
plásticos, vede e congele.
Durante o processo de congelamento, o pão sofre desidratação.
Portanto os sacos plásticos de polietileno são os mais adequados para sua
estocagem, uma vez que os mesmos não sofrem mudanças em sua estrutura
quando são expostos a temperaturas elevadas ou baixas.
Esse tipo de embalagem é conhecido como termoplástico, devido a sua
alta resistência à temperaturas muito baixas ou altas, o que também evita a
mudança da estrutura dos produtos armazenados com esse material.
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10. PRINCIPAIS MARCAS CONCORRENTES
Foram elaboradas pesquisas para encontrar as principais marcas que
atuam no segmento de pães congelados, a fim de conhecer mais sobre o
mercado. Abaixo segue as principais empresas produtoras de pães
congeladas:
10.1 SARIPAN
A Saripan Pães e Confeitaria é uma empresa fundada em 1984 iniciando
suas atividades em uma padaria em Osasco. Ao longo dos anos, se
desenvolveu como uma empresa de competência e assim expandiu seus
negócios, na medida em que hoje esta é detentora de outra marca, a Pão do
Mestre e possui um espaço físico de produção de 3.500m², produzindo cerca
de 100.000 pães diariamente e tendo em seu catálogo 78 opções de pães em
suas mais variadas formas. Além disso, a Saripan foi a pioneira nas parcerias
com supermercadistas objetivando a comercialização de pães franceses a
serem apenas assados nas propriedades dos clientes.
10.2 PECPÃO
Esta, que é uma empresa originária no Rio de Janeiro, exerce suas
atividades desde 1995. Possuindo uma visão empreendedora, a PecPão
Frozen Bread viajou à Europa para estudar os métodos mais utilizados e
eficazes da produção deste produto que pouco antes do início do século 21 já
ocupava aproximadamente 50% do mercado confeiteiro brasileiro no quesito
específico de pães congelados ou pré-preparados. Ao retornar ao Brasil, a
PecPão desenvolveu estudos correspondentes as demandas nacionais que
acarretaram futuramente em uma unidade inteiramente dedicada aos estudos
deste crescente campo no mercado brasileiro. Atualmente, o foco desta
empresa é o próprio Rio de Janeiro, porém seus negócios se estendem por
todo o Brasil através de parcerias com grandes clientes.
10.3 VILLEMAN
Villeman Pães Congelados é o nome de uma empresa que teve origem
há oito anos atrás (2005), e que embora seja uma das mais novas no
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segmento apresenta uma proposta de produção eficaz, ecológica e satisfatória.
Hoje, com mais de 60 colaboradores especializados esta empresa detém um
comportamento saudável e competitivo no mercado brasileiro de pães
congelados. Com frota própria, a Villeman é capaz de cobrir todo o território
nacional com sua vasta gama de produtos, garantindo qualidade e praticidade
para seus clientes.
10.4 GLACIAL ALIMENTOS
Uma empresa surgida no ano de 1998 com foco no ramo de panificação,
a Glacial Alimentos atende principalmente o Sudeste e o Sul do país. Possui
uma grande quantidade de produtos em seu catálogo que vão além de pães,
abrigando também espaço para assados, massas para panificação e
congelados variados. Com uma estrutura de 800m² sua produção chega a 200
toneladas de produtos mensalmente. Uma característica diferencial e rentável
que esta empresa oferece a seus clientes é o empréstimo do equipamento
necessário para a produção e comercialização dos pães e alimentos diversos
que a Glacial oferece. Possibilitando assim uma maior gama de possíveis
interessados na marca a fazerem parcerias com a empresa em questão, lendo se assim clientes em potencial. Há também uma frota própria na empresa,
possibiltando mais facilidades para seus clientes no transporte dos materiais.
10.5 PANNEPAN
Com o propósito de não apenas produzir pães congelados no mercado,
a Pannepan Pães, Doces e Salgados Congelados leva a seus clientes a
possibilidade de montar padarias da maneira mais rentável e simples possível,
oferecendo também o equipamento necessário para o comércio do produto
destinado aos seus clientes, além de fazer desnecessário o uso de um grande
pessoal envolvido no processo de assamento de pães em estabelecimento
comerciais de diferentes portes, variando desde os pequenos e simples aos
maiores e mais complexos, pois a Pannepan não se limitando aos pães e ao
maquinário, também oferece a seus clientes assistência permanente no caso
de necessidade, treinamento e acessoria 24hr por dia, proporcionando uma
enorme facilidade e simplicidade nos negócios que oferece a seus clientes. A
26
Pannepan possui sede em Assis, São Paulo; Foca no Sudeste do país, porém
estende seus negócios por todo o Brasil.
10.6 BREAD
Sendo uma empresa atuante com maior interesse na região Sul e
Sudeste do país, a Bread Indústria de Pães Congelados possui estrutura para
atender clientes dos mais diferentes portes, desde mercearias a
supermercados. Apresenta uma proposta de produtos com alta receptividade
devido ao alto nível de tecnologia integrada no processamento e produção de
seus produtos, garantindo a seus clientes qualidade na entrega pela frota
própria e um produto de alto nível. A Bread oferece um largo catálogo de
produtos e é líder neste segmento no Sul do país.
10.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Cada empresa citada possui características únicas que as tornam
essenciais para o avanço do segmento de pães congelados no Brasil,
adotando medidas inventivas e empreendedoras para atrair mais e mais
clientes, gerando um grande aumento desta área no mercado de panif icadoras
brasileiras. Fazendo também a menção de que cada uma destas empresas não
são necessariamente líderes de mercado, mas que possuem grande destaque
em solo nacional e também são empresas de visão e aderentes de valores
atualizados e importantes para o mercado aquecido que o Brasil possui.
27
11. LEGISLAÇÃO DO PRODUTO
Um ponto que não pode ser esquecido quando se trata da abertura de
uma indústria, é o conhecimento da legislação sobre o produto que será
produzido, pois é nela que estarão todas as informações necessárias para o
segmento das normas.
Segue abaixo a legislação completa do pão, de acordo com as normas
da ANVISA (Resolução nº 12 do ano de 1978) e do INMETRO (Portaria nº 146
do ano de 2006).
1. DEFINIÇÃO
Pão é o produto obtido pela cocção, em condições técnicas adequadas,
de massa preparada com farinha de trigo, fermento biológico, água e sal,
podendo conter outras substâncias alimentícias aprovadas.
2. DESIGNAÇÃO
O produto é designado por "pão", "pão comum "ou "pão de trigo" quando
se tratar do produto comum ou "pão" seguido da substância o tipo que o
caracterize. Ex.: "pão de leite", "pão de centeio", "pão francês".
3. CLASSIFICAÇÃO
O pão é classificado de acordo com o ingrediente ou tipo que o
caracterize:
a) pão ázimo - produto preparado com farinha de trigo, água e sal, sem
adição de fermento, apresentando-se sob a forma de lâminas finas;
b) pão de centeio - produto preparado, no mínimo, com 50% de farinha
de centeio, sendo-lhe proibido o emprego de caramelo;
c) pão integral ou pão preto - produto preparado, no mínimo, com 50%
de farinha de trigo integral, sendo-lhe proibido o emprego de caramelo;
d) pão misto - produto preparado com mistura de farinha.
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e) pão doce - produto de sabor doce, preparado com adição de açúcar
e/ou mel, manteiga ou gordura, podendo conter recheios diversos.
f) pão de leite - produto preparado com adição de leite integral ou seu
equivalente, contendo, mínimo 3% de sólidos totais;
g) pão de ovos - produto preparado com adição, no mínimo de 3 ovos
por quilo de farinha, correspondente a 0,045 g de colesterol;
h) pão de luxo ou de fantasia - produto adicionado de substâncias
alimentícias tais como: leite, ovos, manteiga, queijo, coco, frutas secas ou
cristalizadas, sementes oleaginosas e designado de acordo com o ingrediente
que o caracterize;
i) pão de forma ou para sanduíche - produto obtido pela cocção da
massa em formas untadas com gordura, resultando em pão com casca fina,
macia e grande quantidade de miolo;
j) pão de glúten - produto preparado com farinha de trigo e glúten, ou
farinha de glúten;
k) panetone - produto de forma própria, preparado com leite, ovos,
açúcar, manteiga ou gorduras e frutas secas ou cristalizadas;
l) farinha de pão ou de rosca - produto obtido pela moagem de pães ou
de roscas torradas em perfeito estado de conservação;
m) torrada - produto obtido de pão em fatias, ou massa de pão moldada
individualmente em forma de fatias, e torrada.
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4. CARACTERÍSTICAS GERAIS
O pão deve ser fabricado com matérias primas de primeira qualidade,
isentos de matéria terrosa, parasitos e em perfeito estado de conservação.
Será rejeitado o pão queimado ou mal cosido. Será interdito, na panificação, o
emprego de farelo de qualquer espécie. É permitida a fabricação de pão com
farinha de trigo enriquecida com vitaminas e sais minerais. É proibida a
fabricação de pão redondo de peso superior a dois quilos, assim como o
emprego de material corante em qualquer tipo de pão. É permitido o fabrico de
pães com outras farinhas desde que tragam a designação de sua origem.
5. CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉTICAS
Aspecto: massa cozida: O pão deve apresentar duas crostas, uma
interior e outra mais consistente, bem aderente ao miolo. O miolo deve ser
poroso, leve homogêneo, elástico, não aderente aos dedos ao ser comprimido
e não deve apresentar grumos duros, pontos negros, pardos ou avermelhados.
Cor: A parte externa deve ser amarelada, amarelo-pardacenta, ou de
acordo com o tipo; o miolo deve ser de cor branca, branco-parda ou de acordo
com o tipo.
Cheiro: próprio.
Sabor: próprio.
6. CARACTERÍSTICAS MICROBIOLÓGICAS.
a) Os pães embalados ou não devem obedecer ao seguinte padrão:
* Bactérias do grupo coliforme: máximo, 5x10/g.
Bolores e leveduras: máximo 103/g.
Coliforme fecal: ausência em 1g.
Salmonelas: ausência em 25 g.
b) Os pães doces, de ovos e de leite devem obedecer ao seguinte
padrão:
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Bactérias do grupo coliforme: máximo, 5x10/g.
Bactérias do grupo coliforme de origem fecal: ausência em 1g.
Staphylocoocus aureus: ausência em 1g.
Salmonelas: ausência em 25 g.
Bolores e leveduras: máximo, 2x102/g.
c) As farinhas de pão devem obedecer ao seguinte padrão:
Bactérias do grupo coliforme: máximo, 5x 10/g.
Bactérias do grupo coliforme de origem fecal: ausência em 1g.
Salmonelas: ausência em 25 g.
Bolores e leveduras: máximo 103/g.
Deverão ser efetuadas determinações de outros microrganismos e/ou de
substâncias tóxicas de origem microbiana, sempre que se tornar necessária a
obtenção de dados adicionais sobre o estado higiênico-sanitário dessa classe
de alimento, ou quando ocorrerem tóxi-infecções alimentares.
7. CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS
Ausência de sujidades, parasitos e larvas.
8. ROTULAGEM
O rótulo deve constar a denominação do produto de acordo com a
classificação desta Norma.
(*) - Significa período de carência de 2 anos a partir da data de
publicação
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NORMAS PARA A COMERCIALIZAÇÃO DO PÃO
Serviço Público Federal
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO
EXTERIOR - MDIC
INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E
QUALIDADE INDUSTRIAL – INMETRO
Portaria Inmetro nº 146, de 20 de junho de 2006
O PRESIDENTE DO INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA,
NORMALIZAÇÃO E
QUALIDADE INDUSTRIAL– INMETRO, no uso de suas atribuições,
conferidas pelo parágrafo 3º do
artigo 4º da Lei nº 5.966, de 11 de dezembro de 1973, em conformidade
com o estatuído no inciso II do
artigo 3º da Lei nº9 933, de 20 de dezembro de 1999, e tendo em vista o
disposto na Regulamentação
Metrológica, aprovada pela Resolução nº. 11, de 12 de outubro de 1988,
do Conselho Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Conmetro, resolve
baixar as seguintes disposições:
Art. 1º O pão francês, ou de sal, deverá ser comercializado somente a
peso.
Art. 2º A indicação do preço a pagar pelo quilograma do pão francês, ou
de sal, deverá:
a) ser grafada com dígitos de dimensão mínima de 5 cm (cinco
centímetros) de altura; e
b) ser afixada próxima ao balcão de venda e em local de fácil
visualização pelo consumidor.
Art. 3º A balança a ser utilizada quando da medição da quantidade do
pão francês, ou de sal, deverá possuir, no mínimo, as seguintes características:
c) menor divisão igual ou menor a 5 g (cinco gramas); e
d) indicação de massa medida (peso) e do preço a pagar.
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Art. 4º Esta Portaria entrará em vigor a cento e vinte dias da data de sua
publicação no Diário Oficial da União, quando ocorrerá a revogação da Portaria
Inmetro nº 3, de 10 de janeiro de 1997.
33
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