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Jogos E Brincadeiras Na Educação Infantil

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Por:   •  22/1/2015  •  2.299 Palavras (10 Páginas)  •  493 Visualizações

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O papel da escola frente aos jogos e brincadeiras

Jean Chateau (1987) escreve que a escola deve se apoiar na utilização do jogo e de atividades lúdicas. Portanto, deixa claro que a escola não deve se basear apenas no jogo enquanto diversão, pois isso levaria as crianças a viver em um mundo ilusório. Aborda também, a escola não deve basear-se simplesmente no trabalho, criando um ser formal e técnico. Para ele o ideal é que a escola saiba equilibrar essas duas concepções, para que dessa maneira a criança seja habituada ao esforço, mas também possa se divertir. Almeida (2000) comenta sobre essa visão:

Não obstante, é preciso compreender claramente que o trabalho escolar deve ser mais que um jogo e menos que um trabalho (restrito). É um equilíbrio entre o esforço e o prazer, instrução e diversão, educação e vida – nas escolas maternais e jardins, será ainda quase um jogo -, um divertimento, um desafio; nas séries mais avançadas, estará próximo do trabalho (produção, elaboração, esforço, busca, descoberta do conhecimento). (ALMEIDA, 2000, p.61)

Friedmann (1996) escreve que a escola tem que trabalhar para que a criança se desenvolva integralmente. Para que isso ocorra a mesma deve dispor de todos os recursos necessários, metodologias diversas e matérias variadas. A autora enxerga a escola como um local de transformação social:

A escola é um elemento de transformação da sociedade; sua função é contribuir, junto com outras instâncias da vida social, para que essas transformações se efetivem. Nesse sentido, o trabalho da escola deve considerar as crianças como seres sociais e trabalhar com elas no sentido de que sua integração na sociedade seja construtiva (...). A educação deve instrumentalizar as crianças de forma a tornar possível a construção de sua autonomia, criticidade, criatividade, responsabilidade e cooperação. (FRIEDMANN, 1996, p. 54).

Oliveira (1995), baseada nas teoria de Vygotsky, analisa o papel da escola trabalhando com os níveis de desenvolvimento estabelecido por este estudioso. A autora aborda não somente do papel da escola em si, mas também do professor, que o profissional que atuará na mesma, pois, segundo a própria autora e a teoria de Vygotsky, é necessário que haja intervenções de adultos para que a criança consiga atingir conhecimentos que ainda não se tornam sólidos para ela:

Como na escola o aprendizado é um resultado desejável, é o próprio objetivo do processo escolar, a intervenção é um processo pedagógico privilegiado. O professor tem o papel explícito de interferir na zona de desenvolvimento proximal dos alunos, provocando avanços que não ocorreriam espontaneamente. O único bom ensino, afirma Vygotsky, é aquele que se adianta ao desenvolvimento. Os procedimentos regulares que ocorrem na escola – demonstração, assistência, fornecimento de pistas, instruções – são fundamentais na promoção do “bom ensino”. Isto é, a criança não tem condições de percorrer, sozinha, o caminho do aprendizado. A intervenção de outras pessoas – que, no caso específico da escola, são o professor e as demais crianças – é fundamental para a promoção do desenvolvimento do indivíduo. (OLIVEIRA, 1995, p. 62)

Chateau (1987), afirma que as escolas maternais, ou seja, de educação infantil, devem utilizar os jogos principalmente para que a criança aprenda o que é uma tarefa, pois, quando ela empilha cubos de um jogo, por exemplo, ela aprende a fixar sua atenção em busca de um objetivo a se esforçar para esse fim, ou seja, a cumprir uma tarefa. O autor, como já citado, defende a ideia de usar o jogo não só como divertimento e não só como trabalho, dizendo que há a necessidade de haver esses dois fins equilibrados:

Repitamos: a escola, não é nem o jogo, nem o trabalho real. É menos e outra coisa. Não procuremos identificá-la com um nem com outro. O escolar deve ser mais do que uma criança e menos que um adulto. O trabalho escolar deve ser mais do que o jogo e menos do que o trabalho. É uma ponte lançada do jogo ao trabalho. Nas escolas maternais, será ainda quase um jogo, um jogo educativo.

Nas classes mais avançadas, será próximo ao trabalho. (CHATEAU, 1987, p.137).

Freire (1989) concorda com Chateau (1987) no sentido da importância de haver equilíbrio entre a diversão e o trabalho na utilização dos jogos, considerando a importância desses dois aspectos. O autor acredita que o mesmo é um ótimo instrumento de trabalho para o professor, principalmente na educação infantil e que várias “atividades sérias” podem ser trabalhadas através dos jogos, explorando a ludicidade e consequentemente passando a ser uma atividade prazerosa para a criança, pois a aprendizagem depende em grande parte da motivação:

O jogo contém um elemento de motivação que poucas atividades teriam para a primeira infância: o prazer da atividade lúdica. Creio de minha parte, que todas as propostas sérias de desenvolvimento poderiam ser realizadas dentro do jogo, aproveitando seu caráter lúdico. No entanto, não caiamos no exagero. Escola alguma poderia ser só jogo. Nas atividades infantis, mesmo àquelas sem orientação escolar, o que a criança faz contém uma mistura inseparável de jogo e trabalho, de atividade descomprometida e atividade séria, de puro prazer funcional e ação adaptativa. Portanto, seria perfeitamente compatível o desenvolvimento de atividades sérias dentro do contexto do jogo. A escola não seria só jogo, mas, na primeira infância, o contexto de desenvolvimento das atividades poderia ser o do jogo. (FREIRE, 1989, p. 76).

O jogo na escola tem que ter um sentido e não apenas ocorrer para passar o tempo. Nada impede que esse sentido seja em algumas horas o divertimento, a descontração, pois, o lazer também é muito importante e pode ser um objetivo, desde que planejado anteriormente. Dentro da escola, o ele deve ser realizado com objetivos. O professor, ao incluir um jogo em sua aula, deve estipular o que pretende com essa atividade, ou seja, quais objetivos ele pretende alcançar.

Com os jogos e brincadeiras podemos desenvolver diversas habilidades, trabalhar conteúdos, auxiliar no desenvolvimento cognitivo, motor, etc.; ambos são excelentes instrumentos de trabalho para o professor, principalmente na educação infantil. Usá-los ao acaso, sem objetivos, seria simplesmente um desperdício.

Chateau (1987) ressalta a importância do esforço exigida pelos jogos. O professor ao aplicá-lo aos seus alunos tem que levar em conta o nível de dificuldade que eles terão ao realizar essa tarefa, pois, se a criança não enxergar uma dificuldade a ser vencida, um objetivo

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