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Jovens negros neste quadro

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Por:   •  14/7/2014  •  Resenha  •  341 Palavras (2 Páginas)  •  264 Visualizações

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A Juventude negra dentro desse quadro

A juventude negra, o alvo preferido dos homicidas, da violência policial, dos grupos de extermínio, lidera o rancking dos recebedores dos menores salários. Também encabeçamos a lista dos desempregados, dos analfabetos, dos que têm os piores empregos.

O Brasil tem aproximadamente 11,5 milhões de jovens negras e negros de 18 a 24 anos ( 6,6% da população brasileira ) . Entre 10 nossos, 4 estão empregados, entre os brancos essa relação era de 10 para 6.

Quando conseguimos um posto no mercado, a ocupação normalmente é exercida de forma precária, sem garantia de direitos mínimos, carteira assinada, jornada de trabalho definida.

Ainda tem o quesito “ boa aparência “ , as fotos; que querem uma cara bonita, apresentável. Além de tudo isso, existe a famosa carta de referência, o capital social. Aquela/e que indica ao cargo, e não fazem parte de nossa roda de amizades e parentescos. Um dos pontos de defesa para a implementação nos Estados Unidos da América das ações afirmativas no mercado de trabalho foi esse; o entendimento que se tem sobre a ocupação dos melhores cargos, os de chefia e direção ( cargos de confiança). A indicação é feita por um funcionária/o mais antiga/o, que está numa função de direção e apresenta o currículo de um parente ou amigo da família, endossando a confiabilidade dessa/e futura/o funcionária/o.

E aí ficamos entre um ambiente escolar pouco hospitaleiro, sem pertencimento local , nos direcionando à evasão ; os nossos que conseguem ultrapassar esta etapa, concluindo a vida escolar, deparam-se com o ambiente inóspito do mercado de trabalho. Para não enquadrar-se no genocídio social, a juventude negra recorre a um mercado de trabalho originalmente negro, formatado no período pós escravização, quando o Estado escolheu marginalizar esta mesma população sob a égide do mito de um avanço tecnológico que nos caberia . Assim criamos mercado informal, o famoso ambulante. Inicialmente, dominado por mulheres pretas, ex-escravizadas, comercializando quitutes, feijão, cocadas nas ruas, homens engraxates, sapateiros, hoje sob a nomenclatura de camelôs, vendedores de picolés, água, cerveja.

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