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Justiça

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Por:   •  18/3/2014  •  Seminário  •  511 Palavras (3 Páginas)  •  174 Visualizações

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Por outro lado, há também o grande número de processos que forçam os operadores do Direito a não dedicar a atenção necessária ao julgamento dos fatos, bem como a atuação mecânica e algumas vezes corrupta da Polícia, que em grande número narram os fatos de forma incompleta, causando consequentemente uma onda de ações incorretas. É notório no filme o conhecimento de situações que não encontram-se narrados nos autos, e portanto não podem ser apreciados pela justiça.

A Diretora posicionou suas câmeras voltando o olhar para o que ocorre diariamente, desde a saída do preso das celas da Polinter, até as salas de audiência no Fórum do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O contraste emitido por esses lugares é relevante. As condições demonstram a clara diferença de classes, entre aquele que comanda e o que é subjugado. Enquanto que na Polinter as pessoas se acumulam entre diversas situações como: A grande fila para a visita de parentes e amigos, as condições de trabalho dos policiais responsáveis pela carceragem e a degradação animal a que são submetidos os presos; temos um claro constrate com as condições pomposas do tribunal. Não é preciso ver o filme ou ir longe para ver essa realidade, pois uma simples visita ao Palácio da Justiça de nossa Belém é suficiente para fazer a comparação. Em certo momento de seu depoimento a Diretora Maria Augusta Ramos relata a sua surpresa ao deparar-se com o cenário das prisões e do judiciário, comparado ao seu conceito prévio de uma justiça nos moldes dos filmes americanos e da realidade vivida por ela própria em países da Europa. É claro que não está errado a busca de conforto no trabalho, mas os ambientes deveriam no mínimo aproximar-se em condições que lembrassem o tratamento justo.

Outro ponto observado é a postura conservadora ou mais liberal dos juízes participantes do documentário na condução das audiências. A cena inicial é particularmente interessante, onde o juiz inicia o depoimento do réu e somente depois de algum tempo percebe que ele está em uma cadeira de rodas. Quando o juiz questiona se quando da prisão, se encontrava naquele estado, o réu confirma, e mesmo percebendo que houve um claro engano na sua prisão, nada faz a respeito. O envolvimento de cada juiz com as audiências é marcado por atuações diferentes. A Dra. Fátima Maria Clemente, por exemplo, demonstra clara irritação, ao deparar-se com o depoimento da personagem Carlos Eduardo, que no momento da prisão estava em companhia de outras mulheres, em um ato claro de traição a esposa. Ironicamente a juíza não ouve seus apelos de liberdade condicional para cuidar de sua esposa e filhos. O contraste torna-se mais claro com a atuação do Dr. Geraldo Luiz Mascarenhas Prado, que possui uma atitude bem mais cordial com todos aqueles a quem trata. Quanto aos representantes do Ministério Público e Defensoria nas audiências a participação é inexistente. Eles não se manifestam questionando, tampouco auxiliando o juiz ou depoentes.

Das audiências apresentadas foi interessante observar que todos os réus usam da mentira para tentar fugir de sua p

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