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Texto Sócrates e os Sofistas - Relativismo x Verdade
1. Sofistas - Contemporâneos de Sócrates - A palavra sofista significa 'mestre da sabedoria'. Eram professores que ensinavam por todas as partes da Grécia. Numa época em que a democracia grega exigia a confrontação pública dos cidadãos para resolverem seus problemas comerciais e jurídicos, os sofistas ensinavam, em troca de uma remuneração, a persuasão e a retórica. Os principais sofistas foram Protágoras, Górgias, Pródico e Hípias. A sofística propôs uma "humanização" da cultura, na qual o estudo de ciências teóricas e práticas estivesse encaminhado para a busca da virtude, entendida como adequação à ordem social. É de Protágoras a frase que coloca o homem no meio das preocupações: "o homem é a medida de todas as coisas". Esta frase quer dizer que não há um mundo objetivo desvinculado dos sujeitos que conhecem o mundo. Se num dado momento, para um indivíduo, o tempo está quente, o tempo está quente; mas, se para um outro está frio, o tempo está frio. Disso se conclui que não uma objetividade a respeito do tempo. Deste modo, a 'verdade' sobre o tempo é relativa a cada sujeito. Isso é chamado de relativismo.
Ideias sofísticas: a rejeição à tradição, a relatividade dos critérios morais e epistemológicos, como por exemplo a negação da existência de verdades absolutas, e a ênfase nos problemas da vida cotidiana.
O caráter pejorativo que posteriormente adquiriu o termo sofista deve-se sobretudo às severas críticas que Sócrates, Platão e Aristóteles formularam contra os sofistas. Aristóteles definiu a sofística como a "arte da sabedoria aparente", de relativismo, e acusou os sofistas de serem simples comerciantes do saber. No século XIX, Hegel reconheceu os sofistas como mestres da Grécia e iniciou a revisão crítica de seu pensamento. Estudiosos posteriores assinalaram que Platão e seu mestre Sócrates, contemporâneo e grande adversário dos sofistas, embora ressaltassem o caráter artificial da retórica persuasiva, atacavam basicamente as teses relativistas da sofística inicial. Outros concluíram que o pensamento de Sócrates e Platão não teria sido possível sem a precedência sofista.
2. Sócrates - 470 à 399 c.C. - Segundo palavras de Cícero, "Sócrates fez a filosofia descer dos céus à terra". Antes, os filósofos buscavam obsessivamente uma explicação para o mundo natural, a physis. Para Sócrates, no entanto, a especulação filosófica devia se voltar para outro assunto, mais urgente: o homem e tudo o que fosse humano, como a ética e a política. Sócrates dizia que a filosofia não era possível enquanto o indivíduo não se voltasse para si próprio e reconhecesse suas limitações. "Conhece-te a ti mesmo" era seu lema. Para ele, a melhor maneira de abordar um tema era o diálogo: por meio do método indutivo que denominou "maiêutica", numa alusão ao ofício de sua mãe, que era parteira, era possível trazer a verdade à luz. Assim, ele se voltava para os outros, quer fossem um adolescente como Lísias, um militar como Laques ou sofistas consagrados como Protágoras e Górgias, e os interrogava a respeito de assuntos que eles julgavam saber. Seu senso de humor confundia os interlocutores, que acabavam confessando sua ignorância, da qual Sócrates extraía sabedoria. Neste processo, que foi chamado de método socrático, Sócrates buscava a verdade, ou seja, um argumento demonstrativo objetiv e universal que não hava como ser modificado e aceito por todos.
3. A Ética socrático-platônica
Aristóteles reconheceu o Sócrates platônico como o iniciador da Ética.
A ética socrático-platônica se iniciou através de uma metodologia dialógica pela qual Sócrates, a personagem principal dos diálogos platônicos, inquire os demais personagens sobre os temas: 'homem interior' (psychê), 'verdadeira sabedoria' (sophrosyne) e 'virtude' (arete). A partir das encruzilhadas ou aporias do discurso, Sócrates buscava na fala de seus interlocutores as definições (horismos). Sócrates ao interpelar os cidadãos de Atenas, procurava mostrar-lhes que o verdadeiro valor do homem reside no único bem inatingível pela inconstância da fortuna, a incerteza
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