LIMA, Maria Regina Soares De. Aspiração Internacional E Política Externa. RBCE, 82. Jan./Mar. 2005.
Ensaios: LIMA, Maria Regina Soares De. Aspiração Internacional E Política Externa. RBCE, 82. Jan./Mar. 2005.. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Sekondes • 20/6/2014 • 859 Palavras (4 Páginas) • 2.110 Visualizações
Brasil: Caso peculiar na formação dos Estados sul-americanos - Sua demarcação territorial foi feita por processos que se realizaram antes pela via de negociação e arbitragens internacionais do que pelo recurso à guerra. Sucesso de uma empreitada diplomática fez com que o Brasil (no início do século XX), já se visse como um país geopoliticamente satisfeito, destacando-se o papel da diplomacia, em especial de seu ícone fundador, Barão de Rio Branco.
Questões afetas à configuração do espaço nacional que vão constituir a agenda principal da PE no início do século passado. (PE como uma questão de Estado, desvinculada e acima da política doméstica.) Competência do Executiva na condução da PE. Legitimação das elites brasileiras do modelo de Estado autônomo pelo desempenho de tarefas relacionadas à defesa da integridade física e soberania territorial do país tem sido associada à estabilidade da PE ao longo do tempo.
Representação dominante no discurso diplomático e acadêmico é de uma continuidade básica nas ações e orientações dos diversos governos, com poucas mudanças. Somente 3 rupturas têm sido identificadas:
Pós-64: Instalação do Governo Militar
1974-78: Pragmatismo responsável do governo Geisel;
1990-92: Governo Collor com a implantação de medidas liberalizantes na economia e a abertura comercial.
Motivo da não ruptura da PE: PE tem desempenhado um papel importante do projeto de desenvolvimento do país.
- Forte componente institucional na formação da PE, que se apresenta no papel preponderante do MRE na formulação e implementação daquela política. (Reforçou o mito da estabilidade da PE como uma política de Estado e não de governo, o que assegurava continuidade ao longo do tempo).
O enraizamento da crença da estabilidade está associado a uma aspiração compartilhada pelas elites brasileiras desde o início da formação nacional do país, a saber a crença de que o país está destinado a ter um papel significativo na cena nacional e o reconhecimento desta condição pelas principais potências mundiais, em função de suas dimensões continentais, de suas riquezas naturais e da "liderança natural" entre os vizinhos.
No discurso diplomático, esta aspiração se transforma na própria razão da existência da PE, na medida em que essa pode se legitimar internamente por ser um dos principais instrumentos de um projeto de desenvolvimento nacional.
Ao contrário de potências que dispõem de recursos militares e grande poder econômico, um país como o Brasil tem de construir este poder, e o "caminho mais rápido", mais direto para o fortalecimento de seu poder é o próprio caminho de desenvolvimento econômico e expansão industrial.
Brasil esteve presente na criação de esforços de coordenação multilateral (metade do século XIX)
Constituição da Liga das Nações:1ª Manifestação do país de buscar reconhecimento das grandes potências e direito de participação em pé de igualdade.
Como o reconhecimento das potências é buscado pela via multilateral e não pela demonstração de força militar, o único papel que poderia garantir tal reconhecimento é o de mediador entre os fortes e fracos.
Pós Segunda GM: Institucionalização dos princípios liberais de não discriminação e igualdade de tratamento entre parceiros comerciais. Princípios liberais desfavorecem países em desenvolvimento de modo que a partir da segunda metade do século XX, uma agenda de reforma dos regimes comerciais, pautada sobretudo na eliminação das normas de reciprocidade e implantação de regras especiais que levassem em conta as desvantagens dos primeiros na cooperação economica internacional se faz presente.
Bandeira da coalizão do Sul: defesa de um tratamento especial e diferenciado para os países
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