Libras? Que língua é Essa?
Trabalho Universitário: Libras? Que língua é Essa?. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: jessierezende • 1/12/2014 • 1.435 Palavras (6 Páginas) • 517 Visualizações
RESENHA DO LIVRO: "LIBRAS? QUE LÍNGUA É ESSA?"
03/07/2013 12:57:00
Audrei Gesser é mestra em letras pela Universidade Federal de Santa Catarina, doutora em linguística aplicada na área de educação bilíngue pela UNICAMP. Tem interesse em questões de ensino e aprendizagem de línguas orais e de sinais, formação de professores. Atua em suas pesquisas viabilizando a reflexão da relação do ouvinte com o surdo e da surdez e a língua de sinais.
A intenção da autora nesta obra é trazer informações, com o objetivo de refletir sobre algumas questões relativas à surdez, propiciando um olhar diferenciado de dois mundos desconhecidos entre si, o do surdo em relação ao mundo ouvinte e do ouvinte em relação ao mundo dos surdos.
A obra de Audrei Gesser trata de uma temática cujo objetivo é pensar algumas questões que ainda hoje precisam ser afirmadas e reafirmadas que ainda é preciso insistir no fato de que libras é língua? Desde a década de 1960, foi conferida a língua de sinais o status linguístico, e ainda hoje passados cinquenta e um anos continuamos a afirmar e reafirmar essa legitimidade.
O livro expõe elementos que faz o leitor repensar algumas crenças, práticas e posturas e encontrar um olhar diferenciado para as transformações que marcam a área da surdez na atualidade, já que as decisões políticas têm propiciado um olhar para as novas formas de narrar às realidades surdas no Brasil.
Segundo a autora a necessidade da comunidade surda em se expressar vai além da busca por compreensão da língua, é fazer parte do silencio dos surdos se manifestar na forma cultural e diversa da sua identidade na sociedade ouvinte.
A libras é um diferencial na identificação dos surdos, a expressão facial e corporal que acompanham os sinais também são partes importantes na composição da cultura dos surdos. Mesmo com língua própria eles sofrem com a diversidade e o preconceito do mundo dos ouvintes.
No primeiro capítulo a autora cita em qualquer lugar em que haja surdos interagindo, haverá línguas de sinais. Podemos dizer que o que é universal é o impulso dos indivíduos para a comunicação e, no caso dos surdos, esse impulso é sinalizado. A língua dos surdos não pode ser considerada universal... Que possa ser colado e utilizado por todos os surdos de todas as sociedades de maneira uniforme e sem influências de uso.(p.12)
A linguagem brasileira de sinais foi criada com o objetivo de utilizar os gestos e os sinais para substituir os sons durante a comunicação. Os sinais são uma forma comum de entendimento entre pessoas mudas ou surdas eles compartilham de uma dificuldade em comum que é entender e ser entendido. Assim como a linguagem oral a língua de sinais pode variar de região para região, com a criação de variações linguísticas como as gírias.
No capítulo a língua de sinais é artificial a autora ressalta que a língua de sinais é natural, pois evolui como parte de um grupo cultural do povo surdo. (p.12)
Infelizmente a concepção dos ouvintes é o surdo como incapaz de opinar e de tomar decisões sobre seus próprios assuntos. O papel da língua de sinais na educação dos surdos e um fator de extrema relevância na vivência social dos surdos, pois promoverá um maior entendimento entre a cultura ouvinte e não ouvinte.
Na parte a língua de sinais tem gramática a autora coloca que absolutamente. O reconhecimento linguístico tem marca nos estudos descritivos do linguista americano William Stokoe em 1960. Ao descrever os níveis fonológicos da língua americana de sinais... Stokoe apontou três parâmetros que constituem os sinais e nomeou-os: configuração de mão (CM); ponto de articulação (PA) ou locação (L),...; e movimento (M)... (p.13-14)
Além dos sinais feitos com a mão, esse tipo de linguagem pode incorporar expressões faciais, movimentos feitos com a cabeça ou com o corpo. Os sinais em si são formados a partir da combinação da forma e dos movimentos realizados com a mão, podendo representar letras do alfabeto ou substantivos e palavras completas. No primeiro caso as palavras são soletradas e cada letra é representada através de uma combinação feita com os dedos.
Para facilitar o entendimento algumas convenções foram estabelecidas os verbos são sempre apresentados no infinitivo, os pronomes pessoais não possuem representação e são usados pelo sistema de apontação e todas as palavras são representadas com iniciais maiúsculas. Para dominar a linguagem dos sinais não é preciso apenas conhecer os gestos, mas a estrutura gramatical do sistema para poder empregá-los corretamente.
A autora ressalta que as mãos não são o único veículo usado nas línguas de sinais para produzir informação linguística. Os surdos fazem uso extensivo de marcadores não manuais. (p.17)
As investigações linguísticas apontam e descrevem a existência de características linguístico-estruturais que marcam as línguas humanas naturais. A crença, ainda muito forte na sociedade ouvinte, de que a língua de sinais dos surdos não tem gramática está ancorada na crença de que falamos a seguir: a de que elas não passariam de mímicas e pantomimas. (p.19)
A importância de saber e entender libras vêm sendo divulgada entre os brasileiros, principalmente familiares, amigos de pessoas surdas ou mudas, professores e profissionais da saúde que necessitam desse conhecimento para atender melhor essas pessoas.
É importante conhecer a estrutura linguística da Libras para o educador interagir com os alunos portadores de deficiência auditiva ou surdez. Torna-se importante destacar o valor do interprete de libras para português em sala de
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