Linha Cronológica (Colônia/Império/1ª República E 2ª República), Com As Informações Mais Significativas Dos Principais Estabelecimentos Escolares Fundados Em Cada Período
Ensaios: Linha Cronológica (Colônia/Império/1ª República E 2ª República), Com As Informações Mais Significativas Dos Principais Estabelecimentos Escolares Fundados Em Cada Período. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: luciapel • 25/3/2014 • 908 Palavras (4 Páginas) • 432 Visualizações
O termo Paideia não é muito conhecido entre a grande maioria das pessoas em nosso país. No entanto, no meio intelectual e no ambiente das ciências humanas o termo já é bem mais familiar. Paideia é uma expressão tipicamente grega e de extenso uso na Grécia antiga. Bastante utilizado por Sócrates, Platão, Aristóteles e demais homens de cultura. Não há uma tradução exata para este vocábulo, pois é polissêmico; assim, houve uma transliteração do grego para a nossa língua.
Os latinos, nos tempos de Cícero e Varrão, indicavam com a palavra humanitas, o mesmo significado que os gregos davam com o seu termo paideia. Humanitas para aqueles significava a educação do ser humano no sentido das “boas artes” distintas dos outros animais. Deste modo, as boas artes incluíam a poesia, a eloquência, a filosofia etc, todas procurando valorizar o que o ser humano é e deve ser. Em outros termos, a finalidade dessas boas artes era estimular a capacidade de formar esse ser humano verdadeiro, em sua forma mais autêntica e perfeita.
Entretanto, para os gregos paideia significa formação, educação, cultura, conhecimento, civilização, organização, política etc. Desta forma, segundo Nicola Abbagnanno, em seu Dicionário de Filosofia, paideia é a busca e a realização que o homem faz de si, da sua verdadeira natureza humana. Neste sentido, podemos, aproximadamente, chamar de humanitas a paideia grega, uma vez que a preocupação dos helenos era a preparação, a formação e realização do ser humano individual e social em sua plenitude. Ainda segundo Abbagnanno paideia tem um estreito sentido com cultura. E esta com a filosofia, no tocante a todas as formas de investigação porque para os gregos o ser humano só podia realizar-se por meio do autoconhecimento e de seu mundo. O conhecimento do mundo referia-se à vida da comunidade, na polis (cidade-estado). O conhecimento dessa vida era resultado do processo de formação cultural. Um fim, um ideal a ser alcançado pelos indivíduos enquanto verdadeiros cidadãos da polis. Ideal este que podemos encontrar em Platão e em Aristóteles. E é importante enfatizar que tal processo de formação era visto como algo que excluía qualquer atividade infra-humana ou ultra-humana. Esta formação excluía aquelas atividades utilitárias como artes, ofícios e todo o trabalho manual, pois estas atividades eram consideradas inferiores, típicas dos escravos e que não distinguia o ser humano do animal. Esta concepção perdurou até o mundo moderno. Mais precisamente a partir de Hegel, filósofo alemão. Primeiro pensador a valorizar o trabalho produtivo e, como também, em Karl Marx.
Aquele processo formativo como dissemos também excluía toda e qualquer atividade ultra-humana. Tudo o que diz respeito ao transcendente, deus ou deuses, está fora deste processo. O ideal clássico de cultura ou paideia se constituía assim de dois aspectos: aristocrático e naturalista. Ambos os aspectos resultavam na bios teoretikos, na vida contemplativa ou teórica, onde o indivíduo de cultura se dedicava a buscar a sabedoria superior, o fim último da cultura. A vida teórica era a vida dedicada ao pensar filosófico. Platão em seu projeto ideal de República demonstra essa necessidade de maneira tão contundente, ao ponto de exigir que aquele que fosse o governante de um estado deveria ser ou um rei filósofo, ou um filósofo rei. O fato é que nenhum estado poderia construir uma sociedade harmoniosa e civilizatória sem a presença da
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