Literatura Jesuítica
Artigo: Literatura Jesuítica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Maria09 • 13/9/2014 • Artigo • 424 Palavras (2 Páginas) • 315 Visualizações
Literatura Jesuítica
Os impérios ibéricos continham em sua expansão uma profunda ambiguidade. Ao espírito capitalista-mercantil associavam um certo ideal religioso e salvacionista. Por essa razão, dezenas de religiosos acompanhavam as expedições a fim de converter os gentios.
Como consequência da Contrarreforma, chegam, em 1549, os primeiros jesuítas ao Brasil. Incumbidos de catequizar os índios e de instalar o ensino público no país, fundaram os primeiros colégios, que foram, durante muito tempo, a única atividade intelectual existente na colônia.
Do ponto de vista estético, os jesuítas foram responsáveis pela melhor produção literária do Quinhentismo brasileiro. Além da poesia de devoção, cultivaram o teatro de caráter pedagógico, inspirado em passagens bíblicas, e produziram documentos que informavam aos superiores na Europa o andamento dos trabalhos.
O instrumento mais utilizado para atingir os objetivos pretendidos pelos jesuítas (moralizar os costumes dos brancos colonos e catequizar os índios) foi o teatro. Para isso, os jesuítas chegaram a aprender a língua tupi, utilizando-a como veículo de expressão. Os índios não eram apenas espectadores das peças teatrais, mas também atores, dançarinos e cantores.
Os principais jesuítas responsáveis pela produção literária da época foram o padre Manuel da Nóbrega, o missionário Fernão Cardim e o padre José de Anchieta.
obra do padre Anchieta também merece destaque na poesia. Além de poemas didáticos, com finalidade catequética, também elaborou poemas que apenas revelavam sua necessidade de expressão. Os poemas mais conhecidos de José de Anchieta são: “Do Santíssimo Sacramento” e “A Santa Inês”. Veja, abaixo, um trecho do poema:
A Santa Inês
Cordeirinha linda,
Como folga¹ o povo,
Porque vossa vinda
Lhe dá lume² novo!
Cordeirinha santa,
De Jesus querida,
Vossa santa vida
O Diabo espanta.
Por isso vos canta
Com prazer o povo,
Porque vossa vinda
Lhe dá lume novo.
Nossa culpa escura
Fugirá depressa,
Pois vossa cabeça
Vem com luz tão pura.
Vossa formosura
Honra é do povo,
Porque vossa vinda
Lhe dá lume novo.
Virginal cabeça,
Pela fé cortada,
Com vossa chegada
Já ninguém pereça;
Vinde mui depressa
Ajudar o povo,
Pois com vossa vinda
Lhe dais lume novo.
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