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Matriz Energetica

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Por:   •  29/9/2013  •  4.224 Palavras (17 Páginas)  •  464 Visualizações

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1- INTRODUÇÃO

A Revolução Industrial, com o surgimento da máquina a vapor e de outras conquistas tecnológicas produziu uma era de prosperidade sem precedentes na história da humanidade, mas causou grandes danos ambientais decorrentes do uso predatório dos recursos naturais e da poluição nas suas mais variadas formas. O êxito dos modelos de desenvolvimento proporcionado pela mecanização dos sistemas de produção e o uso intensivo de energia ainda hoje vigente retardou a adoção de técnicas e procedimentos mais sustentáveis, o que começou a despontar a partir do conceito de desenvolvimento sustentável lançado na Conferencia da ONU de Desenvolvimento e Meio Ambiente, celebrada no Rio de Janeiro, em 1992. (QUEIROZ PINTO JUNIOR, 2006).

O carvão mineral foi a principal matéria-prima energética da revolução industrial, em virtude da sua ocorrência abundante nos países onde as novas técnicas de produção se desenvolviam, incluindo o conhecimento técnico no emprego desta fonte de energia, mas ele foi perdendo seu espaço desde a descoberta do petróleo em 1859, uma fonte de energia também abundante, mais barata e de mais fácil extração na natureza. Além de suprir as novas e crescentes demandas de energia, o desenvolvimento da petroquímica proporcionou a criação de novas matérias primas e de novos produtos em grande escala, alterando substancialmente os padrões de produção e consumo na era industrial, principalmente no século XX, em meados dos anos cinquenta e final dos anos setenta. Este período é marcante, pois assinala o inicio da era triunfante do petróleo e a decadência da mecanização tocada à maquina a vapor, como ocorria no Brasil, por exemplo, com o transporte ferroviário, àquela época dominante e movido pelas caldeiras a lenha, já que não há no País jazidas de carvão mineral, diferentemente das Nações industrializadas. (QUEIROZ PINTO JUNIOR, 2006).

A partir da década de 70, o homem começou a perceber os impactos gerados por uma maior utilização de combustíveis fósseis como fonte de alimentação para as máquinas, e o mundo voltou sua atenção para fontes de energia menos poluidoras, mais eficientes e com menor custo. Esta realidade tornou-se mais evidente a partir de 1992, com a decisão dos Estados membros das Nações Unidas de estabelecerem, durante a Rio/92, a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, no âmbito do qual foi instituído o Protocolo de Kyoto e o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), constituído pelos mais renomados especialistas em energia do mundo, seus estudos revelam que o aquecimento global que provoca as mudanças climáticas tem sido diretamente afetado pela emissão de CO2, sendo que o consumo de combustíveis fósseis como o carvão mineral e o petróleo representam a principal fonte de emissões de gases de efeito estufa do planeta. (QUEIROZ PINTO JUNIOR, 2006).

O Brasil possui se comparado com outros países do mundo enormes oportunidades no ramo da energia. Na analise de Queiroz Pinto Junior (2006), o brasil por ser um país de tamanho continental, ter a maior rede fluvial do mundo e ser um país tropical ele leva vantagem comparativa em relação a outros países no que tange a oportunidade de gerar energia a um preço mais barato. Infelizmente na prática não é isso o que acontece. Problemas burocráticos e um desenvolvimento que ainda continua fortemente baseado apenas na obtenção de energia proveniente do petróleo fazem com que aqui no Brasil a energia continue ainda cara e suja.

Essa situação é ainda mais agravante já que no mundo atual existem grande preocupações com as questões ambientais como visto na Rio+20. O mundo atual clama por uma economia que seja mais sustentável em que as emissões de CO² diminuam e que se possa trazer o desenvolvimento não só no curto prazo mas como também para o longo prazo para as futuras gerações. (OLIVEIRA E SANTOS, 2008)

Atualmente no Brasil cerca de 40% da energia gerada é proveniente da queima do combustível fóssil petróleo. Na analise de Horta Nogueira (2011) esse número tende a aumentar com a descoberta de grandes poços de petróleo na camada do pré sal na costa brasileira. É importante ressaltar nesse caso que o custo de se extrair petróleo a 2500 metros abaixo da terra depois de perfurar uma camada de sal tem um custo alto. Estima-se que ele seja de 70 dólares por barril. Portanto, investimentos nessa energia só são possíveis por causa do alto custo do barril de petróleo que hoje está em cerca de 100 dólares. Se imaginarmos que até há 10 anos atrás o custo do barril de petróleo era de 40 dólares o investimento hoje feito pela Petrobrás não seria possível.

E como já é sabido o petróleo não é um insumo renovável o que quer dizer que em algum tempo ele acabará. Considerando-se no longo prazo, é fácil de imaginar que vai ficar cada vez mais difícil extrair esse que é uma dos mais importantes commodities para a economia atual. E com isso o petróleo tende no longo prazo a ficar cada vez mais caro devido à dificuldade da sua extração. (HORTA NOGUEIRA, 2011)

Como já foi dito, o Brasil tem grande potencial para gerar energia mais barata. Para tanto o nosso país precisa a começar a investir em tecnologia e infraestrutura. No curto prazo ainda somos completamente dependente de petróleo que como já foi visto tende a ficar cada vez mais caro. Mas para o longo prazo, o Brasil tem oportunidades de gerar energia em várias frentes, além das hidrelétricas. Devido a grande rede fluvial brasileira o país pode ter outras fontes de energia que no longo prazo tendem a ser mais baratas que o petróleo, além de serem renováveis e de menor custo ambiental é o caso do etanol, do biodiesel, da energia eólica, energia nuclear e outros. (QUEIROZ PINTO JUNIOR, 2006).

O etanol já é um caso conhecido e já com grande importância para a nossa matriz energética. Essa energia pode ser usada como um substituto perfeito da gasolina. Além disso, o bagaço da cana pode ser usado para gerar energia elétrica. Apenas uma fazenda de cana de São Paulo conseguiu através da do bagaço da cana gerar energia elétrica para toda a fabrica de etanol e para uma cidade de 100.000 habitantes. É importante também ressaltar que o etanol gera várias oportunidades de emprego no campo. Infelizmente, esse insumo tem se deteriorado nos últimos anos devido ao grande investimento do governo em petróleo do pré sal relegando o etanol para um plano secundário. (HORTA NOGUEIRA, 2011)

O biodiesel assim como o etanol também pode gerar grandes oportunidades de emprego no campo. Estima-se de acordo com os estudos de Rathman (2011) que se forem incluídos 10% de biodiesel no diesel tradicional serão criados 150.000 empregos. O biodiesel

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