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Cana de cana na matriz energética brasileira

Tese: Cana de cana na matriz energética brasileira. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  3/6/2014  •  Tese  •  1.524 Palavras (7 Páginas)  •  367 Visualizações

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A cana de açúcar na matriz energética brasileira

Caracterização do setor sucroalcooleiro

O balanço energético Nacional do Ministério das Minas e Energia (MME,2007)Mostra que a oferta brasileira de energia fundamenta-se principalmente nos combustíveis fosseis (carvão e petróleo) e na hidroeletricidade, e afirma que ainda terão, por muito tempo, papel importante na matriz energética nacional . O documento destaca também a necessidade de implementação de programas que busquem fontes alternativas de energia para que haja maior confiabilidade da oferta existente no mercado, lançando-se, desta forma, as bases para o desenvolvimento brasileiro.

O cultivo da cana de açúcar ligado ao uso da biomassa dela proveniente para fins energéticos permitem ao Brasil ocupar posição estratégica privilegiada no cenário nacional. A biomassa residual resultante do processo industrial das usinas sucroalcooleiras, em grande quantidade, integra-se favoravelmente ao processo de cogeração, que se constitui da produção simultânea e seqüenciada de duas ou mais formas de energia a partir de um único combustível (COGEN,2008).

A cogeraçao é uma pratica cada vez mais tradicional do setor sucroalcooleiro, sendo aplicada em varias partes do mundo. No Brasil, desde a instituição do programa brasileiro do álcool (Proálcool), parte significativa das usinas sucroalcooleiras tornou-se auto-suficiente em termos energéticos. Elas passaram a gerar toda a energia necessária para suprir sua demanda utilizando cada vez mais o bagaço da cana de açúcar, que responde por 30% do conteúdo energético da cana de moída,chegando a render excedentes que podem ser vendidos á rede(BRIGHENTI,2003).

Segundo o plano Decenal de expansão elétrica (EPE,2008), existem 4.113 MW atualmente instalados no setor sucroalcooleiro, com cerca de 900 MW excedentes para comercialização. As perspectivas para 2017 são de um potencial de 12.000 MW instalados, com cerca de 8.000 MW excedentes gerados para comercialização.

Além da contribuição para mitigar o aquecimento global, já prestada pelo setor sucroalcooleiro e seus produtos através da oferta do etanol como combustível automotivo e da cogeração de energia a partir do bagaço para suprimento da demanda interna, as usinas sucroalcooleiras brasileiras tem contribuído para a diminuição do efeito estufa por meio de projetos regidos pelo mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) do protocolo de Kyoto.

Isso porque vendem seus excedentes de energia para a rede elétrica nacional, deslocando e substituindo parte da geração de energia fóssil cujo’ consumo seria muito maior sem esta contribuição. O chamado mercado de créditos de carbono contribui para tomar mais atrativos os projetos de cogeração com bagaço, viabilizando, em muitos casos, o aumento de produção de energia renovável e a diminuição do uso dos combustíveis fósseis.

O setor sucroalcooleiro Brasileiro

A produção de cana de açúcar é uma atividade de grande importância para a economia brasileira Representa 2,2% do PIB, com um faturamento anual de mais de US$ 8 bilhões, e gera aproximadamente um milhão de empregos diretos, em dados de anos imediatamente anteriores a 2004.

( ver MACEDO ET AL., 2004).

A cana plantada se destina a produção de açúcar e álcool em proporção aproximada de 50% para cada produto final, sendo que a região Centro Sul concentra a maior parte das áreas de cultivo. O estado de São Paulo é o maior produtor, seguido de Paraná e minas gerais. Essa cultura no Brasil apresenta tradicionalmente dois períodos de colheita: na região norte- nordeste a safra vai de setembro a março e no centro sul, de maio a novembro.

A safra brasileira 2006/2007, conforme levantamento da união da indústria de cana de São Paulo (ÚNICA,2008a),foi de 426.002.444 toneladas, sendo o centro sul responsável por 87% da produção nacional e o norte –nordeste pelos 13% restantes. O estado de São Paulo lidera o ranking de produção, seguido de Paraná, Minas Gerais, Alagoas, Goiás e Pernambuco.

A produção de cana em 2007 foi de cerca de 500 milhões de toneladas e estima-se atingir cerca de 1.075 milhões de toneladas em 2017. Tal incremento representa um crescimento médio nacional da ordem de 8 % a.a neste período, denotando o relevante potencial deste energético, para o planejamento de sua expansão.Este potencial não distribui uniformemente. Cerca de 80% dele se concentra na região Centro-Sul, principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Apenas 20% advêm da região Norte Nordeste, sobretudo dos estados de Alagoas e Pernambuco, com o Maranhão despontando na terra terceira posição ao fim de 2007.

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