Meio Ambiente, Saúde e Sustentabilidade.

Embasado nos estudos realizados referente aos tipos de poluição, o tema abordado será poluição do solo e poluição da água, que nesse caso em específico será do lençol freático.

Trabalho numa empresa que é vizinha a uma indústria química que produz tintas e solventes. Na empresa em que trabalho, toda água utilizada para consumo provém de poços artesianos. E para manter um poço artesiano em funcionamento é necessário adequá-lo a diversas exigências do órgão regulamentador, que aqui em SP é a CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) ligada a Secretaria de Meio Ambiente do estado de São Paulo.

Uma dessas exigências é a análise periódica da qualidade da água, são análises físico-químicas e biológicas. Essas análises eram realizadas anualmente e através delas foi detectado que a água de um dos poços estava contaminada com benzeno, tolueno, cádmio, chumbo, manganês e outros também, todos com índices fora do valor máximo permitido.

Felizmente essa água não causou danos perceptíveis a saúde de pessoas, mas caso não fosse diagnosticado poderia trazer danos irreversíveis.

A partir desses resultados foi-se necessário realizar investigações para diagnosticar a causa dessa contaminação. A CETESB interditou o poço em questão e instaurou uma varredura na região num raio de 5 Km a partir do ponto contaminado.

Após alguns meses, foi emitido um laudo afirmando que nossos vizinhos fabricantes de tintas e solventes, ao realizar o descarte de forma incorreta de alguns resíduos do processo de fabricação causou a contaminação do solo de seu próprio terreno e que por consequência atingiu o lençol freático.

Os resíduos eram depositados no solo de forma incorreta, sem nenhum tipo de controle ou barreira e isso era o principal gerador de poluição do solo, da água (pelo lençol freático) e inclusive do ar, pois também produziam gases tóxicos.

A empresa de tintas foi obrigada a adequar suas instalações com um depósito especialmente desenvolvido para o armazenamento desse resíduo tóxico, munido de tanques de contenção, filtros de ar entre outros itens. E talvez o mais interessante, que foi desenvolver um programa de gerenciamento de todos os resíduos gerados, devendo apresentar evidências de que cada um deles está sendo descartado de forma correta.

A partir de algumas ações corretivas, o poço contaminado, teve seus índices de poluentes minimizados. Infelizmente não foi possível a descontaminação por completo, pois para sua recomposição integral demanda-se vários anos.

Hoje o poço está disponível para captação de água, porém diariamente é feita uma análise superficial e mensalmente uma análise mais aprofundada em relação aos contaminantes anteriormente detectados.

Com certeza, o grande problema disso tudo seja a precária fiscalização nas indústrias com relação ao correto descarte de produtos químicos e de resíduos sólidos em geral. No caso apresentado, o órgão competente só foi a fundo na investigação e fiscalização após o surgimento de problemas ocasionados pela poluição gerada pela indústria de tintas, quando o ideal seria uma fiscalização contínua desde a liberação de seu alvará de funcionamento.