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Memorial Do Processo De Institucionalização Do Serviço Social

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Por:   •  19/3/2015  •  1.609 Palavras (7 Páginas)  •  259 Visualizações

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Memorial do processo de institucionalização do Serviço Social

Introdução

O serviço social ao longo de sua existência vem junto à sociedade cumprindo seu papel em suas proposições, no Brasil e no mundo, contribuindo para a manutenção no campo dos direitos, no universo da família, do trabalho e do não trabalho, da saúde, da educação, dos idosos, da criança e adolescente, da discriminação a indivíduos homossexuais, entre outras formas de violação dos direitos. Toda essa demanda da assistência social e evolução da categoria podem ser justificadas na emergência da questão social, a partir da dos embates do acirramento da classe trabalhadora com a elite capitalista em sua relação capital trabalho que constituíram a atuação e reformulação da assistência social e dos profissionais da categoria desde o rompimento com uma prática que tinha em como base um cunho caridoso de assistência ao patamar de planejamento e execução de políticas públicas.

A Política de Assistência Social, bem como a profissão de Serviço Social, foi institucionalizada a partir do reconhecimento do Estado, em conformidade com a necessidade de reconhecimento dos direitos humanos e trabalhistas do indivíduo em sociedade. No âmbito nacional, este surgiu em face à ascensão do sistema capitalista, em meio à contradição existente entre os detentores do capital e a classe trabalhadora.

A assistência social teve iniciativa do Estado sob o respaldo da igreja católica como práticas caridosas por meio de suas entidades filantrópicas. Em meio ao período pré-capitalista quando então não havia qualquer desvelo da elite para com as classes menos favorecidas, estas compostas por trabalhadores que vieram a reivindicar por condições de trabalho moradia e salário digno, o que resultou em diversos protestos e embates violentos; é um período de crescimento numérico da classe trabalhadora, extensamente explorada, mas em franca organização que se intensificam as lutas por melhores condições de vida e de trabalho, contudo a classe dominante encara tais lutas como ameaça a seus interesses e desorganização social e moral.

Com a revolução de 30, modificações importantes ocorreram nos campos políticos, econômicos e sociais. Primeiro foi o fechamento do Congresso Nacional e das Assembleias Legislativas estaduais e municipais.

Nessa perspectiva, esclarece Netto (2005, p.69)

“é somente na intercorrência do conjunto de processos econômicos, sociopolíticos e teórico-culturais [...] que se instaura o espaço histórico social que possibilita a emergência do Serviço Social como profissão” e complementa referindo-se em termos históricos universais “A profissionalização do Serviço Social não se relaciona decisivamente à “evolução da ajuda”, à “racionalização da filantropia” nem à “organização da caridade”; vincula-se à dinâmica da ordem monopólica” (p. 74).

Décadas depois surge um segundo método de ação do serviço social: serviço social de grupo. Atender caso a caso de maneira isolada já não era suficiente para atender as grandes demandas. Em 1934 se inicia no interior do serviço social um movimento que tem por finalidade definir a técnica e o objetivo desse método de trabalho. A concepção de trabalhos com grupos se desenvolveu para ação intergrupos: há um certo tipo de problemática social que necessita atuação de vários grupos, que por terem objetivos comuns, devem se interligar.

A partir dessa necessidade começa a se gestar a noção de serviço social de comunidade. Tratava-se de um trabalho de organização de comunidade entendido como a arte e o processo de desenvolver os recursos potenciais e os talentos de grupos de indivíduos e dos indivíduos que compõem os grupos.

Após este primeiro momento: um processo de adaptação e ajuste de tipo interativo e associativo e mais uma técnica para conseguir o equilíbrio entre recursos e necessidades.

O Serviço Social no Contexto da Ditadura Militar no Brasil e América latina

No Brasil, após o denominado golpe militar de 64 a atuação do profissional assistente social ficou limitada somente na execução de políticas sociais em expansão dos programas de desenvolvimento da comunidade, atuando na eliminação de quaisquer obstáculos ao crescimento econômico e a integração aos programas de desenvolvimento do Estado. Neste período os assistentes sociais trabalhavam em consonância com o regime autoritário, sem ter como questionar as atitudes de natureza arbitrária do regime, que instituíram o período como de negação aos direitos humanos.

Houve grande dificuldade na época, quando as empresas privadas assumiam as medidas de políticas sociais, assim implementando programas assistenciais para obter maior controle sobre o trabalhador, isto proporcionou oportunidade para ação do serviço social.

De um modo geral, pode-se dizer que no plano da América latina, a demanda do serviço social esteve igualmente voltada à execuçãodos programas do governo autoritário, sem a participação popular, não sendo incutido á classe trabalhadora a manifestação de seus anseios frente às suas reais necessidades.

O Processo de renovação do serviço social no Brasil e América latina

O Movimento de Reconceituação no Brasil se dá a partir da segunda metade dos anos setenta, quando a Ditadura Militar vai perdendo a sua força e onde os assistentes sociais começam a ter um maior contato com o pensamento crítico-dialético, de raiz marxiana, encontrando campo para estar junto à classe trabalhadora engajando-se de maneira concisa frente aos seus reais paradigmas, começando a criticar o tradicionalismo. Por volta dos anos de 1970 aos 1980, os movimentos sindicais e operários contribuíram para os assistentes sociais que pretendiam romper com o tradicionalismo. O movimento de Reconceituação no Brasil é comprometido com os interesses da população, busca investir nas pesquisas, qualificar a formação acadêmica e sua interlocução com as ciências sociais.

Os assistentes sociais, dentro desse processo de renovação, baseados na manutenção do sistema, tiveram que estar com as idéias voltadas para o avanço da teorização do serviço social dentro do contexto socioeconômico da realidade brasileira, cuja perspectiva foi evidenciada nos Encontros de Araxá, em 1967, Teresópolis em 1970, perdendo os seus domínios nos Encontros de Sumaré em 1978. Tais encontros constituíram-se dentro de suas circunstâncias e ao período inicial de deliberação da profissão,

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