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Memorial Profuncionario Modulo 2

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Por:   •  16/10/2013  •  1.826 Palavras (8 Páginas)  •  5.310 Visualizações

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Este memorial refere-se ao segundo módulo estudado no curso técnico de formação para os funcionários da educação (Profuncionário) em Multimeios Didáticos, cujo tema abordado foi “Educadores e educandos: tempos históricos”, parte que integra o bloco de formação pedagógica.

A temática a qual se refere este módulo é de extrema relevância, visto que evidencia uma compreensão, por parte dos educadores, da organização da educação, da escola e dos processos de construção das instituições escolares ao longo da história do Brasil. Isso possibilita aos profissionais da educação verificarem-se como sujeitos inseridos nesse processo e agentes fundamentais da transformação da escola em um espaço de formação humana.

Inicialmente, por meio dos estudos das unidades propostas, pude refletir acerca da importância em estudar e compreender a educação por meio da história. Esse estudo oportuniza analisar se a escola, ao longo da história, vem cumprindo a significação social que damos a ela, qual seja, a de um local onde se transmite a cultura já produzida e se tem acesso ao conhecimento sistematizado, local de aprendizagens compartilhadas e colaborativas entre seus seguimentos.

Ao analisarmos a escola, é conveniente refletirmos questões como o ensino escolar e a educação e definirmos com mais precisão esses diferentes conceitos. O primeiro, refere-se ao processo de ensino-aprendizagem ocorrido por meio da mediação de conhecimentos sistematizados – no caso da escola, entidade credenciada pelos órgãos competentes – realizada pelos professores e funcionários no interior da escola. O ensino escolar ocorre na relação estabelecida entre professor e aluno por meio da partilha de vivencias, de saberes, os quais o professor organiza de forma sistemática e intencional. Quanto à educação, essa não se prende aos limites da escola, é mais ampla. O conceito de educação abarca as mais diversas esferas sociais, visto que em qualquer instituição social (e a escola está entre elas) ou ambiente que proporcione alguma forma de apropriação de conhecimentos, ali se educa. Como nos remete Silva: “A educação é uma prática social, e acontece nas relações entre os seres humanos, com o desejo de socializá-los e humanizá-los culturalmente.”

Todos nós educamos. Esse é um processo que ocorre naturalmente, por meio de ações, vivências, livros, revistas, filmes, viagens, entre tantas outras formas de interação da humanidade. Em cada momento histórico são mais valorizadas algumas formas de interação em detrimento de outras, o que depende das demandas impostas pela sociedade de cada período. Assim, entende-se que existe um movimento constante que influencia a formação da cultura de um povo, de uma civilização, as informações que são transmitidas de geração em geração.

Eis um papel relevante da história, manter viva a memória das ressignificações ocorridas na sociedade. Nesse sentido, a escola se consubstancia em uma instituição formal, responsável por transmitir de forma sistematizada a educação dos homens e mulheres construídas ao longo do tempo. Analisar essa construção permite-nos enxergar nossas origens, nossas raízes e compreender as formas organizacionais da sociedade.

Tendo em vista a grande contribuição, exposta acima, que a história nos proporciona no entendimento das organizações sociais, nada mais coerente que realização de um estudo mais aprofundado no que tange a historicidade do nosso país, tendo como foco a educação – objeto principal deste ensaio.

No Brasil, durante a colonização portuguesa, houve uma organização, com relação à educação, iniciada pelos padres da Companhia de Jesus , mais conhecidos como Jesuítas. O território brasileiro era habitado por nativos quando os portugueses aqui chegaram, e a igreja intencionava evangelizá-los, catequizá-los, propagar a fé cristã e “introduzir o princípio do trabalho como instrumento de dignificação do homem e contribuir com a Coroa Portuguesa no processo de colonização e exploração das terras”. Para tanto, perceberam a necessidade dos nativos aprenderem a ler e escrever, ou não seria possível converte-los à fé católica.

Considera-se que em 1549, com a chegada dos padres da Companhia de Jesus, o Brasil passou a ter uma educação formal, tendo em vista a criação de vários colégios, seminários e internatos que criaram em território brasileiro. Essas instituições eram destinadas à educação das elites, filhos de portugueses, fazendeiros e senhores de engenho. A educação ensinada pelos padres garantia a continuação dos trabalhos missionários, além de formar administradores locais.

Os portugueses, ao colonizarem o Brasil, organizaram-se “[...] nas capitanias hereditárias, nas sesmarias, nas grandes propriedades rurais, na utilização de mão-de-obra dos nativos e dos escravos e na apropriação dos bens naturais.” A instauração de valores morais, éticos e comportamentais nos padrões da cultura européia também fez parte do projeto de colonização. Pode-se dizer que a escola, desde os tempos jesuíticos, tem papel fundamental na construção dessa “integração” cultural dos povos indígenas no nosso país.

É importante, para um melhor entendimento dos processos históricos, pelos quais o Brasil percorreu, visualizar o panorama Europeu no século XVIII, entre os anos de 1740 e 1789. Este foi um período de grandes manifestações no que tange à razão humana, à visão de mundo, ao que se considerava certo ou errado e às formas de expressão de pensamentos. Filósofos e cientistas, entre eles: Newton, Lokce, Hume, Rousseau, Kant e Hegel, que são de suma importância, defendiam que a razão, aliada ao raciocínio sistemático e rigoroso, iluminaria as ações da humanidade. Opunham-se aos saberes divinos e religiosos, propondo um projeto de sociedade fundamentado na individualidade, na propriedade privada, na laicização, etc.; inspiravam-se na ciência para explicar o progresso humano.

Os impactos desse movimento, conhecido como Ilustração, foram de grande proporção e, no que se refere à Portugal, enfraqueceram a monarquia. Em meio à demasiada turbulência, a Corte portuguesa vivia uma dicotomia, procurando, de um lado, manter as estruturas conservadoras e práticas religiosas, e de outro, aderir aos novos conceitos que emergiam.

O Marquês de Pombal é uma figura que ilustra de brilhante forma a apreensão da Corte portuguesa em tomar parte das novas mentalidades, visto que um de seus principais ideais era colocar Portugal no mesmo patamar de outras nações européias consideradas modernas. Para tanto, reafirmar a autoridade real sobre a religiosa era necessário. Nesse sentido, entre outras ações, o primeiro ministro reduziu os privilégios da nobreza, aumentou

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