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Memorias De Minha Infancia

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Por:   •  3/11/2014  •  2.361 Palavras (10 Páginas)  •  2.310 Visualizações

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As memórias de sua infância e das experiências vivenciadas na escola

Minha mãe me colocou na escola com cinco para seis anos de idade, eu perturbava todo mundo, falava que queria ir para a escola, que queria aprender, cada vez que meu irmão saia para estudar era uma choradeira e quando chegava, ficava rodeando ele, queria ver tudo, pegava os lápis, caderno, mal deixava ele almoçar direito, querendo que brincasse comigo de escolinha e quando isso não acontecia chorava muito e muitas vezes minha mãe me batia para eu deixar meu irmão em paz.Eu era uma figura.

No primeiro dia de aula nem dormi direito, amanheci com dor de barriga, pela ansiedade creio eu, pois até hoje sou assim, minha mãe relutou em me levar, comecei a chorar e por muita insistência minha ela me levou. Nossa ao chegar na escola senti uma alegria que não cabia em mim,o pátio muito cheio,muitas crianças,minha mãe foi procurar saber qual era minha professora ao achá-la,lembro como hoje,que me amedrontei,porque na minha cabeça eu tinha uma outra imagem de professora,nova,bonita,amável...mais aquela fugia muito disso...gritava muito,tentando colocar os alunos em fila e eu por ser muito pequena para minha idade era a primeira da fila,cada vez que ela chamava a atenção de alguém meu corpo estremecia,por ser o primeiro dia de aula para muitos ali, eu conseguia perceber que não era só eu que estava assustada.

Ao entrarmos na sala tudo era muito lindo, vários desenhos colocado na parede, que naquele momento não sabia o que era, más depois fiquei sabendo que era o alfabeto, números, e outros desenhos mais que não me recordo muito hoje não.A professora me colocou para sentar na frente,no momento gostei de estar ali de frente para professora, mais depois comecei acreditar que os colegas que se sentavam atrás, apesar de conversarem muito, pareciam ser mais felizes, pois, quando não quisessem olhar para a professora, ou não quisessem prestar atenção às aulas, poderiam olhar a rua, ver o movimento dos carros e das pessoas através das grandes janelas que havia nas salas (sempre ao fundo ou em uma das laterais).

As experiências deste dia foram essenciais para o resto da minha vida não somente escolar, mas também minha vida pessoal. Aconteceram varias situações que nem de longe eu imaginaria, como falei eu tinha outra visão de escola, onde para mim tudo era rosa, no sentindo bom da palavra. Não me recordo muito bem, mais lembro que a professora era muito impaciente, os alunos tinham medos de perguntar as coisas, não me lembro de ela ensinar muito não, na minha opinião ela devia ter partido que o aluno sabia e não dar o tempo todo linhas para serem preenchidas,ela não se preocupava em ensinar para aprender e sim para vencer o conteúdo a ser dado no ano.

Como eu já sabia ler alguma coisa, pois meu irmão me ensinava e aquilo tudo para mim era uma grande perca de tempo. Um belo dia a questionei, e ela gritou muito, falando que a professora ali era ela, que se eu sabia tanto eu que desse aula no lugar dela,me obrigando a ir lá na frente..nossa aquele dia chorei muito.Minha mãe foi chamada e exigiu que eu fosse trocada de sala,que foi o que aconteceu,mais depois mais para frente descobri que a professora foi afastada por motivo de doença,vindo a falecer alguns meses depois.Ela estava muito depressiva,estava tomando muito remédios fortes e acabou tendo um problema no coração...acho que infarto,não me lembro muito bem.Mais enfim...ao ser afastada outra professora pegou a sala,aquela sim era a professora das minhas imaginações,recém formada,primeira turma que ela estava pegando,mais de uma inteligência absurda,ela trabalhava muito com representações de figuras,músicas,as aulas dela era muito dinâmicas,nossa amei e o melhor de tudo,muito carinhosa,atenciosa,sempre que chamávamos para tirar alguma duvida,vinha em nossa mesa,explicava com calma e carinho.

Os acontecimentos surgem na nossa memória, porém transcrevê-los fica mais complicado quando não temos esse hábito. No entanto, o fato de buscar o passado e trazê-lo para o presente, me faz repensar e reconstruir muitas imagens e idéias através do amadurecimento da nossa própria expectativa de vida. Hoje eu sei o tipo de professora que quero ser e a que não quero. Penso que, professor muito bonzinho, permissivo, perde sua identidade como pessoa. Podemos ser amigos, compreensivos, mas o limite deve ser bem claro, bem definido e a preocupação em acompanhar o processo de construção do conhecimento dos alunos deve ser efetiva. Ao ensinar, é fundamental que o professor peça aos seus alunos que opinem, sugiram, contem coisas de seu eu e de seu mundo, isso sim para mim é ser professora.

As expectativas quanto á passagem do Ensino Médio para Educação Superior no curso de Pedagogia.

Quando você está no Ensino Médio já começam as perguntas, pretende fazer o que, vai fazer algum curso profissionalizante ou faculdade e eu já com a resposta na ponta da língua falava: - Vou fazer faculdade de Pedagogia, diante de muitas criticas e elogios firmei minha decisão.

Meus três anos de Ensino médio foram muito corridos, pois minha decisão de trabalhar gritava muito dentro de mim, precisa ajudar meus pais pagar minha faculdade, pois não queria parar de estudar quando terminasse o Ensino Médio a espera de condição para fazer faculdade. Entre muitos protestos de meus pais, arrumei para ser babá meio período em uma casa perto da escola, na verdade era filha de uma professora que me dava aula de inglês, saia da aula e ia direto para casa dela. Comecei a juntar dinheiro, não gastava com nada,cada vez que pegava meu dinheiro eu via meu sonho aos poucos se realizando,sabia que lá na frente este sacrifício valeria à pena.

A escolha da profissão de professor (a) está relacionada a uma diversidade de relações que marca o percurso da vida escolar de modo muito singular. Cruzam-se acasos, circunstanciais e coincidências que vão se construindo nas trajetórias e selecionando escolhas.

PERRENOUD (2002, p.14), em sua visualização do professor ideal, destaca o papel do professor na construção de competências e afirma o papel do educador na formação de cidadãos. Para ele, o perfil do professor que defenda uma cidadania adaptada ao mundo contemporâneo registra-se no fato deste profissional ser ao mesmo tempo, entre outras coisas: uma pessoa confiável; mediador intercultural; mediador de uma comunidade educativa; organizador de uma vida democrática; transmissor cultural.

Minha experiência como aluna hoje é fundamental para a prática docente que terei amanhã. É vivendo criticamente a minha liberdade de aluno que em grande parte, me preparo para assumir ou refazer o exercício de minha autoridade de professor. Para isso, como aluna hoje que

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