Médico - filme sobre pessoas e médicos
Resenha: Médico - filme sobre pessoas e médicos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: diogodk • 24/9/2014 • Resenha • 2.604 Palavras (11 Páginas) • 403 Visualizações
RESENHA
The Doctor é um filme que fala sobre pessoas e médicos. Sim, estou traçando uma linha imaginária entre os Médicos e as Pessoas. Não é um tipo de arrogância ou de desprezo – mas sim uma simples constatação que todos nós reagimos de maneira diferente quando estamos diante de um homem ou mulher que pode simplesmente nos dizer “você não tem mais que cinco minutos de vida”.
Neste filme, William Hurt interpreta o médico/paciente Dr. Jack que sofre de um mal: câncer nas cordas vocais. Você tem contato com um profissional admirado que se ocupa quase que unicamente de seu trabalho, tanto que sua família é “alocada” no filme – pois em uma das muitas cenas interessantes, você chega a acreditar que a esposa do Dr. Jack é apenas uma paquera “acidental” de percurso. O curioso é que o médico tem um filho com o qual tem um contato limitado: ambos parecem já não saber mais o que dizer um ao outro.
Jack é um médico solitário, egoísta e totalmente indiferente aos seus pacientes, os quais são apenas números em um papel com leitos de hospital. A doença com tudo o leva de encontro a si mesmo: na condição de paciente, ele quer ser tratado com relevante diferença, pois não se posiciona enquanto paciente e sim enquanto médico. O caso é que o médico Jack descobre como é ser apenas um número em um papel com leito num hospital onde ele trabalha há mais de dez anos.
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O filme mostra uma transformação interessante: Jack se humaniza devido a sua doença porque consegue um olhar sobre si mesmo, seja através da demora de um exame ou da espera por uma resposta sobre o andamento de seu tratamento ou ainda da indiferença por parte da médica que o atende. E há ainda a jovem com um tumor no cérebro (Elizabeth Perkins) que se torna amiga de Jack – uma jovem que enfrenta seu destino com calma e tranqüilidade, mesmo estando diante do inevitável: sua morte. E mesmo sua morte sendo conseqüência da burocracia que rege o universo hospitalar, ela é dócil, amável e trata as pessoas com aprazível amorosidade, diferentemente de Jack. A presença da personagem é fundamental para mostrar ao médico que ele pode ser mais que um homem solitário e egoísta, permitindo que as pessoas estejam próximas a ele ou pelo menos percebendo que aqueles seres que habitam a sua volta: sejam estes seus pacientes, sua esposa ou seu filho – são pessoas com suas dores, angústias, temeridades, esperanças…
A cena do filme que mais me impressiona é o momento em que ele dança com June no deserto ao som da música Strange Angels – ao final, ele está ofegante e acho que pasmo diante de si mesmo. Afinal, ele finalmente se dá conta, que precisou estar doente para se permitir viver. A seguir, ele se lembra de ligar para esposa, alguém que ele manteve distante demais e que já não sabe mais como se aproximar dela. Ela sabe de tudo que acontece em sua vida através da secretária do Dr. Jack e quando ele descobre que o tratamento não está funcionando não é ela quem ele busca.
A constatação definitiva de uma perda, mas como se perde algo que não temos?
RESUMO
RESENHA CRÍTICA: FILME THE DOCTOR: UM GOLPE DO DESTINO
JOAÇABA, SC
FEVEREIRO DE 2011.
Segundo Frankena (1981) apud. Marcolino e Cohen (2008), a ética é um ramo da filosofia, é a filosofia moral ou pensamento filosófico acerca da moralidade, dos problemas morais e de juízos morais. Consiste em saber o que é correto ou incorreto, virtude ou vício, bondade ou maldade na conduta do homem ou entre um grupo de indivíduos. Neste sentido, a ética chega a todas as profissões fazendo valer os conceitos ético-morais na relação entre profissional e paciente respeitando todos os aspectos humanos.
Oliveira e Filho (2010) sugerem que o Código de Ética Médica, fixa os limites morais de comportamento e atitudes do médico em diversas situações da sua prática profissional, a exemplo de códigos de ética médica de outros países, contempla princípios éticos fundamentais, como respeito pelo ser humano, por não utilização de uma medicina fútil, pela obrigação de aprimorar continuamente os conhecimentos e manutenção do sigilo profissional. Dantas e Souza (2008) destacam que as transformações tecnológicas, sociais, legais, econômicas e morais ocorridas de forma acelerada nas últimas décadas incentivaram o surgimento de uma comunidade global mais integrada e esclarecida, com impacto no exercício das profissões de saúde. Na Medicina, novas questões éticas são constantemente incorporadas, levando a uma contínua necessidade de renovação e atualização de seu ensino indo de encontro com a afirmação de Taquette et. al. (2005), em que a atuação dentro da medicina necessita de respeito aos valores e aos indivíduos em todos os seus aspectos. Não só dentro da medicina, mas em todas as profissões da área da saúde devem ser regidas por ética e valores. Porém sabe-se que nem sempre é isso que ocorre, sabe-se que existe certa desumanização da prática médica, que pode ser entendida como uma violação do ser humano e de sua humanidade. Agir com desconsideração ao outro, seja por ignorá-lo seja por não valorizar suas necessidades, caracteriza uma prática que merece uma análise ética.
Por diversos momentos no filme, observa-se essa desumanização com os pacientes, caracterizam-se profissionais não envolvidos, residentes aprendendo dentro de uma atuação errônea, anti-ética e depreciada. Ainda de acordo com Taquette et. al. (2005), a não observância dos princípios éticos pode ser facilmente constatada nos diversos cenários de atendimento à saúde e, também, na própria escola médica, nas relações entre colegas de classe, entre os professores e seus alunos e entre médicos e pacientes. Ou seja, os profissionais já são formados dentro de um modelo biomédico, não tendo uma visão de que o paciente vive dentro de um contexto, tem nome, família, vida social, não quer ser tratado por um número ou pela sua patologia. Quando alguém procura por ajuda médica, é de atuação ética que se trate a pessoa e não a doença, agir com ignorância, mecanicidade ou desconsideração fere todos os princípios e valores que regem a profissão e a promoção de saúde ao paciente. Serodio e Almeida (2008), salientam que a percepção atual
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