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Nem Vale Nada

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Por:   •  16/12/2014  •  3.015 Palavras (13 Páginas)  •  245 Visualizações

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Um dos filmes mais comentados dos últimos meses, chega às telas Amor sem Escalas (Up in the air), novo e aclamado trabalho de Jason Reitman, o premiado diretor de Juno. Não se espante com o filme à primeira vista: ele demorou bastante a me conquistar. Mas, no final, eu estava completamente envolvida com a trama que aborda a solidão e o vazio das relações pelo olhar masculino.

Baseado no livro de Walter Kirn, a história gira em torno de Ryan Bingham (George Clooney), um homem com uma profissão bem peculiar: ele é pago para viajar pelos Estados Unidos despedindo funcionários de empresas em crise. Ryan não parece se incomodar com o trabalho hostil, pois se contenta com a vida que ele considera perfeita.

Desapegado de tudo e de todos, ele passa a maior parte do tempo entre aeroportos, hotéis e carros alugados. De vez em quando faz algumas palestras em que conta seu case 'a mochila vazia'. A razão de abordar o tema é o fato de que Ryan consegue carregar tudo o que precisa em uma mala de mão, é membro de elite de todos os programas de fidelidade existentes e está próximo de atingir seu maior objetivo: 10 milhões de milhas voadas.

Se para os outros essa é uma vida solitária e vazia, para ele tudo faz sentido. Ryan tem uma casa em que passa apenas alguns dias por ano; duas irmãs que mal vê; relacionamentos esporádicos que considera reais. Nada mais importa, essa foi sua escolha e ele nunca questiona isso. Mas quando seu chefe, inspirado pela eficiente e novata funcionária Nathalie (Anna Kendrick) ameaça mantê-lo permanentemente na sede da empresa, Ryan se assusta. Ao mesmo tempo, ele se envolve com Alex (Vera Farmiga), uma mulher com o mesmo estilo de vida que o seu e, pela primeira vez, ele vê a perspectiva de ficar em terra firme, contemplando o que realmente pode significar ter um lar.

Alguns pontos chaves tornam Amor sem Escalas interessante. A relação de Ryan e Alex é cercada de detalhes que se revelam uma grande surpresa perto do final do filme. O modo como Ryan lida com a tecnologia que está ocupando seu lugar no trabalho também chama a atenção. A frieza atual das relações humanas - evidenciada tanto na forma como Ryan trata sua família como na demissão dos funcionários - é outra questão abordada. E o embate entre Ryan e Nathalie sobre casamento e comportamento com seus parceiros é brilhante.

Todos estes pontos levam ao mesmo caminho: o excelente roteiro que, em alguns momentos, parece que vai cair no clichê 'só o amor constrói' mas dá uma rasteira no espectador, surpreendendo especialmente nos instantes finais. E diante de um roteiro tão primoroso, o elenco abraçou cada diálogo com vontade, sobressaindo em boas atuações. George Clooney é ele mesmo, charmoso, carismático e sedutor, o solteirão convicto capaz de levar a vida que quiser. Vera Farmiga e Anna Kendrick também correspondem ao perfil de suas personagens; uma é totalmente despojada, a outra, convicta de suas intenções.

Corajoso e autêntico, Amor sem Escalas não cai em ciladas para agradar ao público. Seu protagonista é um cara que não pensa em casar, nem em ter filhos muito menos em assumir um compromisso real (de acordo com os padrões da sociedade), porque o real dele é cada um na sua. Ele não se preocupa em comprar uma casa, ter bens, nada. Ele não quer se comprometer e não faz a menor questão que as pessoas gostem dele. E todo mundo questiona esse jeito tão peculiar, aparentemente solitário, mas que foi uma escolha dele. E a vida é feita de escolhas, não? Simples assim.

Sinopse do filme:

Ryan Bingham tem por função demitir pessoas, por estar acostumado a ver o desespero e a angustia dos outros ele mesmo se tornou uma fria. Ele adora seu trabalho e sempre esta viajando por diversas cidades nos Estados Unidos. Até que seu chefe contrata Natalie Kenner, recém formada em psicologia ela desenvolve um sistema onde demite pessoas por vídeo chamada sem mesmo precisar se deslocar do seu escritório. Essa novidade caso seja adotada pela empresa põe em risco o emprego de Ryan. Ele passa então a tentar convence-la do erro que é a sua “grande ideia” inovadora, viajando com Natalie para mostrar a realidade da sua profissão.

Pontos observados no filme:

O ator principal vivido por George Clooney tem um grande conflito que é o fato de não manter raízes com nada e ninguém, ele é desligado de tudo que possa parecer uma vida normal, o único laço de fidelidade que ele mantém é com seu emprego e com as companhias pelas quais ele viaja e se hospeda tentando ser o próximo ganhador de um cartão, por voar 10 milhões de milhas. Para ele relacionamentos é uma bagagem pesada e na suateoria de mochila vazia ele nos ensina que devemos tirar dos nossos ombros esse fardo que inclui: amigos, namorado e até mesmo nossos familiares.

Ele por sua vez carregava em sua leve pasta apenas o indispensável, era objetivo e gostava da vida artificial que lhe era oferecida em aeroportos e hotéis. Penso que esse peso ao qual ele se refere, seja na verdade o que mais devemos carregar conosco, pois se colocamos em nossas mochilas bons relacionamentos, colegas de trabalho que fazem parte do maior tempo de nossos dias, e a família que é pra quem voltamos a noite, o fardo ficara mais leve de se carregar do que o peso da solidão.

Laços muito afetivos às vezes nos fazem confundir e não saber separar o profissional do pessoal, mas em contrapartida ter certas pessoas em nossa mochila e estar na mochila de alguém é fundamental, pois elas podem ser chaves para nos abrir portas lá na frente, assim como ele mesmo Ryan foi uma chave para ajudar abrir a porta para Natalie mandando a carta de recomendação quando ele foi para outro emprego.

Depois de aprender a lição Natalie se tornou mais sensível emrelação a demissão, pois quem demite deve ter bom senso de estar atento as situações do mercado atual, podemos dar quem sabe uma outra opção, uma ideia ao demitido ou quem sabe antes de dispensa-lo procurar saber se não há a possibilidade de remaneja-lo dentro da empresa ou ainda em uma filial. Saber como colocar as palavras pois apesar da situação estamos diante de uma pessoa com sentimentos e que por um tempo foi útil somando forças na companhia, onde com certeza criou vínculos e expectativas.

A frieza que Natalie demostrava em seu plano de demissão era algo que talvez não fazia por mal, apenas não tinha noção do que é sentar frente a frente com alguém e sentir o que sente quem esta sendo dispensado. Ela era bem sentimental até, e depois que teve a experiência percebeu mesmo não querendo ceder e crer que seu projeto era totalmente desumano. Por vezes a tecnologia demasiada nos traz conforto e nos faz

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