O Auto Da Compadecida (falas)
Pesquisas Acadêmicas: O Auto Da Compadecida (falas). Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: maryahrocha • 19/6/2013 • 7.670 Palavras (31 Páginas) • 9.083 Visualizações
O AUTO DA COMPADECIDA – FALAS
PALHAÇO - Rodrigo
JOÃO GRILO - Matheus
CHICÓ
PADRE JOÃO
ANTÔNIO MORAIS
SACRISTÃO
PADEIRO
MULHER DO PADEIRO- Emanuela
BISPO
FRADE-
SEVERINO DO ARACAJU
CANGACEIRO
DEMÓNIO
O ENCOURADO (O DIABO) ?
MANUEL (Nosso SENHOR JESUS CRISTO-André
A COMPADECIDA (NOSSA SENHORA) – Gizele
Filha de Antonio Morais – Helena (Não esta definido se vai participar)
FIGURANTE
FIGURANTE
FIGURANTE
FIGURANTE
FIGURANTE
FIGURANTE
FIGURANTE
FIGURANTE
CRIANÇAS
CRIANÇAS
CRIANÇAS
QUADRO TECNICO
Diretor
Roteiro
Logística
Figurino
Luzes e Som
Figurantes:
O Auto da Compadecida foi escrito com base em romances e histórias populares do Nordeste. Sua encenação deve, portanto, seguir a maior linha de simplicidade, dentro do espírito em que foi concebido e realizado. O cenário (usado na encenação como um picadeiro de circo, numa idéia excelente de Clênio Wanderley, que a peça sugeria) pode apresentar uma entrada de igreja à direita, com uma pequena balaustrada ao fundo, uma vez que o centro do palco representa um desses pátios comuns nas igrejas das vilas do interior.. A saída para a cidade é à esquerda e pode ser feita através de um arco. Nesse caso, seria conveniente
que a igreja, na cena do julgamento, passasse a ser entrada do céu e do purgatório. O trono de Manuel, ou seja, Nosso Senhor, Jesus Cristo, poderia ser colocado na balaustrada, erguida sobre um praticável servido por escadarias. Mas tudo isso fica a critério do ensaiador e do cenógrafo, que podem montar a peça com dois cenários, sendo um para o começo e outro para a cena do julgamento, ou somente com cortinas, caso em que se imaginará a igreja fora do palco, à direita, e a saída para a cidade à esquerda, organizando-se a cena para o julgamento através de simples cadeiras de espaldar alto, com saída para o inferno à esquerda e saída para o purgatório e para o céu à direita.
Em todo caso, o autor gostaria de deixar claro que seu teatro é mais aproximado dos espetáculos de circo e da tradição popular do que do teatro moderno. Agradece ainda o autor a seus amigos Jean Louis Marfaing, José Paulo Moreira da Fonseca e Henrique Oscar as críticas que fizeram ao quadro final da peça e que resultaram em sua modificação para a forma em que vai finalmente escrita aqui.
Ao abrir o pano, entram todos os atores, com exceção do que vai representar Manuel, como se tratasse de uma tropa de saltimbancos, correndo, com gestos largos, exibindo-se ao público. Se houver algum ator que saiba caminhar sobre as mãos, deverá entrar assim. Outro trará uma corneta, na qual dará um alegre toque, anunciando a entrada do grupo. Há de ser uma entrada festiva, na qual as mulheres dão grandes voltas e os atores agradecerão os aplausos, erguendo os braços, como no circo. A atriz que for desempenhar o papel de Nossa Senhora deve vir sem caracterização, para deixar bem claro que, no momento, é somente atriz. Imediatamente após o toque de clarim, o Palhaço anuncia o espetáculo.
CHICÓ
João! João! Morreu! Ai meu Deus, morreu pobre de João Grilo! Tão amarelo, tão safado e morrer assim! Que é que eu faço no mundo sem João? João! João! Não tem mais jeito, João Grilo morreu. Acabou-se o Grilo mais inteligente do mundo. Cumpriu sua sentença e encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca de nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo morre. Que posso fazer agora? Somente seu enterro e rezar por sua alma.
Entra na igreja, limpando as lágrimas e aqui pode-se novamente interromper o espetáculo. Se se montar a peça com dois cenários, organiza-se então a cena para o julgamento que se segue. Mas pode-se continuá-lo com o mesmo cenário, usando-se somente pequenas modificações, já sugeridas no início e que o próprio texto a seguir esclarece.
PALHAÇO, entrando
Peço desculpas ao distinto público que teve de assistir a essa pequena carnificina, mas ela era necessária ao desenrolar da história. Agora a cena vai mudar um pouco. João, levante-se e ajude a mudar o cenário. Chicó! Chame os outros.
CHICÓ
Os defuntos também?
PALHAÇO
Também.
CHICÓ
Senhor Bispo, Senhor Padre, Senhor Padeiro!
Aparecem todos.
PALHAÇO
É preciso mudar o cenário, para a cena do julgamento de vocês. Tragam o trono de Nosso Senhor! Agora a igreja vai servir de
entrada para o céu e para o purgatório. O distinto público não se espante ao ver, nas cenas seguintes, dois demônios vestidos de vaqueiro, pois isso decorre de uma crença comum no sertão do Nordeste.
É claro que essas falas serão cortadas ou adaptadas pelo encenador, de acordo com a montagem que se fizer.
PALHAÇO
Agora os mortos. Quem estava morto?
BISPO
...