"O Desenvolvimento, Moral E Social, Segue Estágios Do Desenvolvimento Intelectual".

“O desenvolvimento, moral e social, segue estágios do desenvolvimento intelectual”.

Segundo Piaget, existem estágios no desenvolvimento moral. Distinguindo-se as fases de anomia, heteronomia e autonomia moral.

Nos primeiros anos de vida, fase da anomia, os pequenos vivem um período de iniciação às regras e precisam da intervenção constante de um adulto que os oriente sobre o que é aceitável - não morder o irmão e não bater nele, pedir um biscoito ao dono do pacote em vez de tomá-lo.

Na fase de heteronomia moral, a criança não consegue analisar as intenções numa ação, e associa a punição com o erro, considerando todo erro justo de punição. Piaget percebeu que a criança pequena tem dificuldades para fazer julgamentos, diferentemente do adolescente que é capaz de pensarem termos de possibilidades e um numero maior de alternativas.

Na fase da autonomia moral (entre 8 e 12 anos) desenvolve a moral da igualdade ou de reciprocidade, e percebe as regras como estabelecidas e mantidas pelo conselho social.

Pesquisas mostraram que o desenvolvimento cognitivo e o desenvolvimento moral estão correlacionados, mostrando que a dimensão cognitiva do julgamento moral implica que há mudanças na forma cognitiva do raciocínio ao longo do desenvolvimento.

Quando o individuo atinge o pensamento formal, referindo-se ao desenvolvimento cognitivo, tem capacidade de fazer suposições, argumentar, expressar-se por proposições. Nesse nível, ele é crítico, não aceita afirmações sem comprovações e não atribui significado a fatos isolados.

De acordo com os estudos de Piaget, o desenvolvimento no julgamento moral é estimulado pela interação social nos grupos de iguais e nas famílias. De modo que famílias que escutam e valorizam as opiniões da criança, facilitam o seu desenvolvimento moral.

No cotidiano do ambiente escolar, pequenos conflitos interpessoais apontam a importância e a necessidade da existência de regras que visem à garantia do convívio social. Esses conflitos, naturais em qualquer relação, são vistos como uma oportunidade para trabalhar valores e regras. Piaget concebe os conflitos interpessoais e intrapessoais como necessários ao desenvolvimento, porque através do processo de desequilibração o sujeito é motivado a buscar uma nova ordem interna.

Para Piaget, o desenvolvimento moral e, mais ainda, as ações relacionadas a ele dependem de uma espécie de "energia motora" para que ocorram: a afetividade. Esse aspecto ganhou cada vez mais espaço nas pesquisas e, hoje, o desenvolvimento de questões ligadas a sentimentos e emoções ocupa o primeiro plano nos estudos sobre a moralidade.

Todos esses aspectos apontam para um longo processo de construção da moralidade, que começa na infância, se intensifica na adolescência e continua pela vida toda. Dessa forma, deve ser deixada de lado a ideia de que uma criança ou um jovem têm boa ou má índole.

REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS

{https://periodicos.ufsc.br/index.php/perspectiva/article/.../9127/10679}. Acesso em: 28 outubro 2014.

{http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0201.html}. Acesso em: 28 outubro 2014.

{http://revistaescola.abril.com.br/formacao/uma-moral-para-agir-mundo-juizo-senso-dilemas-justica-regras-afetividade-piaget-gilligan-511707.shtml}.