O Hiperconsumo Como Agente Influenciador No Comportamento De Jovens E Pré-adolescentes
Casos: O Hiperconsumo Como Agente Influenciador No Comportamento De Jovens E Pré-adolescentes. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: AmandaBraga • 23/1/2014 • 1.140 Palavras (5 Páginas) • 575 Visualizações
O hiperconsumo como agente influenciador
no comportamento de jovens e pré-adolescentes
Amanda Braga de Santana
Faculdade Boa Viagem - MBA em Moda – Disciplina: Moda e sociedade
Sapatos de salto alto, maquiagens, perfumes fortes, blusas decotas, vestidos curtos. Elementos que fazem parte do guarda-roupa de adultos estão cada dia mais presentes no dia-a-dia de jovens e crianças. Vestir-se como a mãe ou uma pessoa mais velha deixou de ser uma mera brincadeira para tornar-se um hábito comum entre pré-adolescentes. Mas qual a motivação que os levam a agir de tal maneira, levando-os a uma maturidade precoce e a uma transformação brusca em suas vidas?
De umas décadas para cá, como diz o próprio Lipovetsky, surgiu uma nova modernidade, constituída pela busca constante do desejo, pela estimulação incessante da demanda e pelas necessidades intermináveis de consumo. A quantidade produtos e serviços, com inovações e qualidades exaltadas pelo marketing e pela comunicação das empresas, cresce diariamente e em endereços cada vez mais próximos de nós. Na verdade, hoje, basta um acesso à internet mais próxima, sem nem mesmo precisarmos sair de casa, para termos esse mundo de ofertas, sem falar nas diversas formas de pagamento e de entrega em domicílio, aguardando por consumidores ávidos a comprarem por impulso. Em resumo, como diz o mesmo autor supracitado, no que se refere ao consumidor, “o imperativo é mercantilizar todas as experiências em todo lugar, a toda hora e em qualquer idade, diversificar a oferta adaptando-se às expectativas dos compradores, reduzir os ciclos de vida dos produtos pela rapidez das inovações, segmentar mercados, favorecer o crédito ao consumo, fidelizar o cliente por práticas comerciais diferenciadas”(p.12, 2007).
O consumo mudou, não só no âmbito de sua velocidade, mas em sua facilidade de acesso. O dinheiro, transformado em um simples objeto de plástico rígido, com um chip e uma senha de acesso, e com limites altíssimos de crédito e parcelamentos de débitos, deixou de ser um problema e transformou-se em uma espécie de “passe-livre” para o mundo das compras. Da mesma maneira em que a internet está ao nosso alcance em qualquer lugar – facilidade proporcionada pelos smartphones, que leva a internet conosco para onde formos –, os cartões de crédito vem até nós, consumidores, sem precisarmos solicitá-los. Basta uma única correspondência diretamente em nossas residências, que é possível adquirir dezenas de cartões de crédito e fidelidade. Vivemos em um eterno bombardeio de ofertas de produtos e de meios para adquirí-los.
Em centros urbanos cada dia mais estressantes, o tempo para a resolução de tantas obrigações e tarefas tornou-se curto. Nesse contexto, pais ocupados e ausentes vivem em eterna cobrança individual no que concerne ao trabalho, à casa e à família, principalmente aos filhos, o que reflete em um constante sentimento de culpa. Influenciados por tal sentimento e pelas facilidades do mundo moderno, a autonomia dada aos jovens por seus próprios pais é cada dia maior. Está aí o grande filão para o excesso de permissividade e a quase inexistência do “não” na educação das crianças e dos jovens. Viagens, festas e compras são escolhidas pelos filhos e pagas com os cartões de crédito que tem em conjunto com seus pais. Lipovestky compartilha desse pensamento ao falar que nunca se viu um momento, como o que estamos vivendo, em que os pais se esforçaram tanto para satisfazer os desejos dos seus filhos.
Ora, um universo de novos produtos a serem experimentados e vividos encanta aos olhos e à imaginação de qualquer consumidor, mais ainda sendo ele jovem e ávido por novidades. É como provar os benefícios e a autonomia que só se tem após maioridade, com o início da vida adulta, sem preocupar-se com suas responsabilidades e, principalmente, sem ter que arcar com as despesas. Mas seria essa uma nova prática a ser adotada? Seria de fato uma vivência saudável?
Assistindo a uma edição especial do programa de televisão britânico Supernanny – programa que leva a educadora Jo Frost (que cuida de crianças há mais de vinte anos e publicou em seus três livros alguns métodos
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