O Papel Do Tutor Para A Construção De Uma Comunidade Virtual De Aprendizagem

O PAPEL DO TUTOR(A) PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA COMUNIDADE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM

Alonso Batista dos Santos

Para iniciar minha reflexão sobre a questão considerei importante afirmar o significado de “tutor” que, entre outras definições, o dicionário Aurélio define como “Pessoa a quem é ou está confiada uma tutela” ou ainda “Protetor; conselheiro”. Partindo dessa definição afirmei a importância do tutor no processo de educação à distância, especialmente pelo fato de ser-lhe confiado a tutela de pessoas que estão buscando formação/qualificação.

Uma característica que o tutor deve desenvolver é a capacidade de “sentir o outro”, de saber que ao desenvolver seu papel ele estará lidando com gente, que tem sentimentos, que tem problemas, e não com uma tela de computador. Acredito que esse sentimento é fundamental para o trabalho.

Na minha experiência profissional, no meu relacionamento com os amigos e com minha família sempre falo que tão importante quanto o lugar que você ocupa é o que você faz desse lugar, com qual compromisso você assume a atividade que lhe é confiada, independente da função. É evidente que os trabalhos burocráticos do tutor devem ser mencionados: sua responsabilidade com os prazos, com os relatórios, sua relação de pertença à equipe, seus compromissos com a instituição, enfim seus compromissos institucionais. Entretanto o que mais me chamou a atenção sobre o papel do tutor é a sua atuação como educador, e quando falo em educador é na perspectiva de Paulo Freire quando diz: “Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si...” (FREIRE, 1981, p 79).

O papel do tutor como motivador de uma turma é o que mais me chama a atenção, pois motivar as pessoas a refletirem, a pensar seu papel no mundo, a buscar novas informações é algo muito importante e de muita responsabilidade.

Acredito que o maior desafio de uma comunidade, seja virtual ou não, é criar um sentimento de responsabilidade uns com os outros. Mas como é que a gente cria responsabilidade com o outro se eu não o conheço? Se o máximo o que eu tenho de informações são aquelas que o outro se propõe a oferecer (e todas as informações serão positivas ao juízo do informante)? Acredito que estas inquietações são os grandes desafios para uma comunidade virtual, seja ela de aprendizagem ou não.

Ainda sobre as características do(a) tutor(a) como promotor(a) de interatividade, acredito ser de fundamental importância que desenvolva o sentimento de ser um educador, de fazer parte do processo educacional, sentir que não faz parte apenas de um curso, de uma disciplina, mas que, mesmo não sendo o professor, é responsável por uma parte da educação brasileira. Eu acredito que cada um que se proponha a ser tutor ou tutora está sim buscando uma forma de sobrevivência, isso é legítimo, entretanto também tem que saber esse não é um papel menor ou maior na educação do Brasil. Nem mais, nem menos, é uma peça que faz parte de uma engrenagem que se não funcionar, prejudica todo processo (não faço menção ao modelo fordista de produção, pois neste caso, as pessoas não detém o conhecimento de toda linha de produção, desvalorizando sua força de trabalho, a intenção é demonstrar a responsabilidade do tutor)