O Processo De Internacionalização
Trabalho Escolar: O Processo De Internacionalização. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Fernandaxando • 25/3/2014 • 4.822 Palavras (20 Páginas) • 235 Visualizações
Com base no referencial teórico gerado pela Escola Nórdica de Negócios Internacionais, foram desenvolvidas pesquisas sobre o processo de internacionalização de algumas firmas brasileiras, a procura de pontos de convergência entre os modos suecos e brasileiros de expansão das firmas além- fronteiras. O presente artigo analisa as principais idéias daquela escola e apresenta evidências empíricas extraídas de pesquisas sobre o processo de internacionalização de empresas brasileiras, que confirmam os principais pontos advogados pela escola.
Palavras-chaves: modelo de Uppsala de internacionalização de empresas; escola nórdica de negó- cios internacionais; internacionalização de empresas brasileiras.
AA AA ABBSSTTRRAACCTT BBSSTTRRAACCTT BSTRACT
Based on the theoretical background generated by the Nordic School of International Business, research on the process of internationalization of the Brazilian firms has been developed, looking for points of convergence between the Swedish and the Brazilian modes of expansion of the firms beyond the borders. The present paper analyses the main ideas of that school, as well as to present empirical evidences extracted from research on the internationalization process of the Brazilian firm, confirming its main points.
Key words: Uppsala internationalization model; nordic school of international business; internationalization of Brazilian firms.
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Adriana Hilal e Carlos A. Hemais
RAC, v. 7, n. 1, Jan./Mar. 2003
II II INNTTRROODDUUÇÇÃÃOO NNTTRROODDUUÇÇÃÃOO NTRODUÇÃO
Em meados da década de 70, começou a ser publicada uma série de trabalhos da Universidade de Uppsala, relatando a forma como as empresas suecas inter- nacionalizavam seus negócios. Esses trabalhos, ao examinarem o processo sue- co de internacionalização, levantaram pontos importantes, que serviram para ca- racterizar o fenômeno e se tornaram os fundamentos do que viria a ser, mais tarde, a Escola Nórdica de Negócios Internacionais, que sucedeu a Escola de Uppsala, lidou com as principais controvérsias daquela escola e ampliou suas linhas de pesquisa.
O impacto mais importante causado pela nova linha de pensamento, foi fazer com que os estudos de Negócios Internacionais deixassem de ser examinados puramente como fenômeno econômico para serem também analisados sob a perspectiva da Teoria do Comportamento Organizacional.
A partir da visão daqueles pesquisadores, a firma internacional é definida como uma organização caracterizada por processos cumulativos de aprendizagem e que apresenta uma complexa estrutura de recursos, competências e influências.
Com base no referencial teórico gerado pela Escola de Uppsala, pesquisas têm sido desenvolvidas, examinando o processo de internacionalização da empresa brasileira e buscando pontos de convergência entre os modos sueco e brasileiro de expandir as empresas além-fronteiras.
O presente trabalho tem o objetivo analisar as principais idéias defendidas pela Escola de Uppsala e sua sucessora, a Escola Nórdica de Negócios Internacio- nais, seu processo evolutivo e a forma como são abordados assuntos como orga- nizações informais, networks pessoais e estrutura de poder. O estudo também apresenta evidências empíricas extraídas de pesquisas sobre o processo de internacionalização da empresa brasileira, confirmando os principais pontos ad- vogados pelas escolas em exame.
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Na década de 70, pesquisadores da Universidade de Uppsala (Hörnell, Vahlne e Wiedersheim-Paul, 1973; Johanson e Wiedersheim-Paul, 1974; Johanson e Vahlne, 1977, 1990) focalizaram seu interesse no processo de internacionalização
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O Processo de Internacionalização na Ótica da Escola Nórdica
de firmas suecas manufatureiras e desenvolveram um modelo de como essas firmas escolhiam mercados e formas de entrada quando decidiam se internacio- nalizar. A pesquisa foi amplamente influenciada pelos trabalhos sobre a teoria da firma de Cyert e March (1963), de Aharoni (1966) e de Penrose (1995).
Um dos pressupostos subjacentes da escola é que a internacionalização da firma, seja por meio de exportações, seja por meio de investimentos diretos (FDI), é uma conseqüência do seu crescimento (Carlson, 1975). Quando o mercado doméstico está saturado e, conseqüentemente, o número de oportunidades lucra- tivas diminui até o ponto de impedir a ampliação da firma, deve-se buscar novos locais para se expandir. Dado que as novas alternativas geralmente parecem ser mais incertas do que as velhas fórmulas familiares, supõe-se que a expansão será dirigida para locais mais similares àqueles das operações existentes. Se a expan- são vertical é descartada como sendo muito incerta ou não lucrativa, o caminho a seguir é, normalmente, a expansão geográfica. Portanto, dentro dessa perspecti- va, o processo de internacionalização não é visto como uma seqüência de passos planejados e deliberados, baseados em uma análise racional, mas como uma se- qüência de passos de natureza incremental, visando a se beneficiar da aprendiza- gem sucessiva por meio de etapas de comprometimento crescente com os mer- cados estrangeiros.
Um dos mais importantes documentos gerados pela escola foi a pesquisa de Johanson e Vahlne (1977, 1990), na qual eles advogavam que o processo de internacionalização se dava de forma incremental, por causa das incertezas e imperfeições das informações recebidas sobre o novo mercado. Essa forma incremental se materializaria tanto por meio de uma seqüência de modos de ope- ração, como por meio de uma seqüência na seleção de mercados estrangeiros a serem servidos.
A seqüência de modos de operação se inicia com um envolvimento leve, geral- mente representado por exportação direta, quando se tem a oportunidade de ad- quirir conhecimentos sobre o novo mercado. O envolvimento se aprofunda a partir do aumento desses conhecimentos e da melhoria dos canais de informação, podendo a firma chegar a um alto envolvimento, representado pelo estabeleci- mento de subsidiárias no país estrangeiro. A seqüência na seleção de mercados abrange a entrada sucessiva em mercados cada vez mais psiquicamente distan- tes, à medida que a firma ganha experiência de operações estrangeiras.
Segundo a escola, a incerteza em relação ao resultado de uma ação aumenta com a
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