O Que Os Alunos Aprendem Numa Serie Influenciara Na Aprendizagem Nas Series Seguintes
Dissertações: O Que Os Alunos Aprendem Numa Serie Influenciara Na Aprendizagem Nas Series Seguintes. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: KarenCacau • 10/9/2013 • 1.877 Palavras (8 Páginas) • 1.076 Visualizações
ATIVIDADES RECREATIVAS E DEFICIÊNCIA: PERSPECTIVAS PARA A INCLUSÃO
MEY DE ABREU VAN MUNSTER
Apresentação: um jogo de Caça às Palavras
Encontre, no quadro adiante, algumas palavras relacionadas a situações normalmente enfrentadas por pessoas com deficiência em seu cotidiano, em nossa sociedade urbano-industrial.
Depois de riscar tais palavras no quadro, procure, aos poucos, eliminá-las de seu vocabulário e, principalmente, de sua conduta profissional, evitando que sua atuação, como animador sociocultural ou profissional da área de educação física, transforme se num verdadeiro “jogo dos erros”.
Durante a leitura deste capítulo, procure sublinhar e reforçar os termos que reflitam atitudes como respeito às diferenças, crença no potencial humano, descoberta de possibilidades, superação de dificuldades...
R T K L I B T R E A D U O P A C D I
S E D U N R E A P E Z I N O P U R A
D I T M D I S C R I M I N A Ç Ã O C
I D A N I A L R E T U M C H E V R T
N O B V F I D O C I O S I D A D E R
H U A G E O C A O P E T D O M I J E
E S N T R U V R N T I N M O P E E P
L I O R E N T R A E D U V I N B A I U
C A N F Ç E H P I E D A D E C I Ã Ç B
I S O L A M E N T O R E D O N F Ã A
C A B D E F A Z O T E B I N B O G O R
Mas..., voltando ao nosso caça-palavras, por que muitas das palavras encontradas no quadro anterior, ainda nos dias de hoje, são freqüentemente associadas a pessoas com deficiência?
Para que possamos tentar compreender o tratamento que tem sido destinado à pessoa com deficiência e, sobretudo, procurar aprimorá-lo, torna-se necessário buscar uma contextualização histórico-social das questões relativas à deficiência.
Considerações históricas sobre a deficiência
Ainda nos tempos atuais, não é raro deparar-se com a desinformação e surpreender-se com situações de preconceito e discriminação que assolam as pessoas com deficiências. Para tentar compreender o desprezo e o assistencialismo que vêm rodeando e marginalizando esses indivíduos, é necessário analisar a origem de todo esse processo, cujos desdobramentos continuam presentes até os dias de hoje.
O tratamento destinado às pessoas com deficiência varia conforme as diferentes culturas e tem se transformado de uma época para outra. Todavia, segundo Silva (1987), pode-se observar basicamente dois tipos de atitudes para com pessoas portadoras de deficiências, ao longo dos tempos: uma postura de aceitação, tolerância, apoio e assimilação, contrapondo-se a uma atitude de eliminação, menosprezo ou destruição.
Nas culturas primitivas, onde predominava o estilo de vida nômade, as pessoas com deficiência, consideradas incapazes de assegurar a própria sobrevivência por meio da caça e da pesca, poderiam colocar em risco a segurança de toda a tribo, face aos perigos da época. As pessoas nessas condições eram, geralmente, abandonadas à própria sorte, condenadas à morte por inanição ou pelo ataque de animais ferozes.
Em Esparta, os ideais atléticos e clássicos que serviam de base à organização sociocultural da época, legitimavam a eliminação e o abandono de crianças com deficiência física ou mental, então consideradas como criaturas sub-humanas (PESSOTTI, 1984).
Por influência do Cristianismo, a partir do século VI, a ênfase nos ensinamentos religiosos fez com que os indivíduos com deficiências passassem a ser considerados como “filhos de Deus”, sendo a responsabilidade pela deficiência atribuída à divindade, e a aparente aceitação dessas pessoas passa a ser marcada pela tolerância e caridade.
Da Antigüidade a diferentes períodos históricos, estendeu-se a concepção supersticiosa de que a deficiência ou qualquer tipo de deformação corporal estivesse associado a “um sinal de desarmonia ou obra dos maus espíritos, freqüentemente simbolizando impureza ou pecado” (CARMO, 1991, p. 22). Em determinadas civilizações, a prática da amputação de segmentos corporais como mecanismo de punição e estigmatização está presente até os dias de hoje.
Ainda na Idade Média, os indivíduos que apresentavam desvios de conduta, problemas psiquiátricos ou deficiência mental tinham pouca chance de sobrevivência, pois seu comportamento era associado à presença de espíritos malignos, possessões demoníacas e bruxaria.
Durante o período renascentista (final do século XIV até o final do século XVI), começam a surgir os primeiros avanços no campo da ciência e da educação, os quais, paulatinamente, conduzem a uma mudança nos valores associados à questão da deficiência. A fundamental característica humanista desse período, que buscava o reconhecimento do valor do homem e da humanidade, associada ao naturalismo, com o renovado interesse pela pesquisa direta na natureza, trouxe grandes avanços no campo da reabilitação física, pois, a partir daí, estudos e experiências nessa área do conhecimento começaram a ser realizados com relativo êxito (CARMO, 1991).
De acordo com o autor supracitado, outro fator a ser considerado como indicador de mudança de mentalidade em relação às pessoas com deficiência baseia-se no fato de grandes personalidades, destacadas em diferentes épocas e locais, apresentarem algum tipo de deficiência.
No século XVIII surgem as primeiras instituições que passaram a abrigar pessoas com deficiência. Ao mesmo tempo que tais abrigos garantiam moradia e alimentação, escondiam e isolavam o “incômodo” e o “inútil”, condenando a pessoa com deficiência à marginalização e segregação (PESSOTTI, 1984).
No século XX, por ocasião do retorno de oficiais militares feridos e mutilados em decorrência das grandes guerras, surgem nos hospitais as primeiras iniciativas voltadas à prática esportiva, como parte do tratamento de reabilitação. Mais tarde, as atividades físicas e o esporte adaptado afirmam-se também como elementos-chave
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