O SETOR CARVOEIRO

O SETOR CARVOEIRO

AUTORES:

Cassilene Almeida, Felipe Proença, Marcelo Saviotti, Mateus Antunes.

RESUMO

A atividade econômica ou setores da economia gera riqueza mediante a extração, transformação e distribuição de recursos naturais, bens e serviços, tendo como finalidade a satisfação de necessidades humanas. O setor primário tem a matéria-prima como base e é composto de seis atividades econômicas: agricultura, pecuária, caça epesca, mineração, extração de recursos não renováveis e o extrativismo vegetal, que é onde a carvoaria se enquadra. O extrativismo designa toda atividade e coleta de produtos naturais, seja de origem vegetal, mineral ou animal. As condições de trabalho dentro das carvoarias e a relação deste com a qualidade de vida do profissional e de sua família, bem como isto reflete no meio social em que vivem é o objeto de estudo.

PALAVRAS CHAVE: Economia, carvoaria, sustentabilidade, social.

1. INTRODUÇÃO

O objetivo principal desse trabalho é analisar o pilar social de sustentabilidade das carvoarias. As condições e as relações de trabalho estabelecidas nas carvoarias no entorno das cidades pesquisadas e suas implicações para a vida dos trabalhadores. Para tanto, será necessário ainda verificar as condições de trabalho e sua periculosidade, o ambiente, jornada de trabalho e o desgaste. Buscamos investigar as relações de trabalho estabelecidas na atividade de carvoejamento, suas formas de contrato, remuneração e exploração do trabalho. Foram investigadas também as reais condições de vida do trabalhador no que se refere à sua saúde e a sua percepção do trabalho e de si mesmo enquanto carvoeiro. Como hipóteses principais consideramos que as condições de trabalho influenciam diretamente na qualidade de vida dos carvoejadores, que se submetem a um ambiente insalubre, a trabalhos de alta periculosidade e nocivos à sua saúde, bem como a extenuantes jornadas de trabalho. As relações de trabalho estabelecidas na atividade de carvoejamento nas grandes reflorestadoras e nas carvoarias volantes concorrem para uma exploração da força de trabalho por meio de contratos que os submetem a uma atividade precária e ao descumprimento dos direitos sociais e trabalhistas do carvoeiro.

1.2 OBJETIVO GERAL

Analisar a relação entre as carvoarias e as condições que esta oferece ao trabalhador no âmbito da responsabilidade social e sustentabilidade.

1.3 OBJETIVOS ESPECIFICOS

1. Analisar o pilar de responsabilidade social nas carvoarias do Brasil;

2. Analisar o pilar econômico da sustentabilidade nas empresas de carvoaria;

3. Avaliar o pilar ambiental da sustentabilidade nas empresas de carvoaria;

4. Comparar os ganhos do setor carvoeiro em detrimento à exploração social.

1.4 JUSTIFICATIVA

A palavra sustentabilidade esta cada vez mais presente no nosso dia-a-dia. Empresas, sociedade e governo têm mostrado cada vez mais interesse nesta área e através disto a idéia principal deste trabalho é verificar se a sustentabilidade tem sido usada só como uma palavra moderna ou colocada em pratica.

Entende-se que para que uma empresa seja de fato sustentável deve-se levar em consideração as questões social, econômica e ambiental, ou seja, ser ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente diverso.

Neste trabalho, analisamos carvoarias e sua atuação no mercado e enfatizamos a degradação ambiental e a precariedade nas condições de trabalho. Empresas que utilizam de recursos naturais não renováveis e tem como lei devolver à natureza a matéria-prima que dela é roubada.

1.5 METODOLOGIA

Para a realização do trabalho foi utilizado referencial teórico como embasamento para explicar o tema e a relação do mesmo como o setor analisado. Foram utilizados ainda Dados Secundários (publicações, sites de pesquisa e das empresas).

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 REFERENCIAL TEORICO

A Sustentabilidade é a habilidade de sustentar ou suportar uma ou mais condições, exibida por algo ou alguém. É uma característica ou condição de um processo ou de um sistema que permite a sua permanência, em certo nível, por um determinado prazo. Segundo Jacobi e Guimarães (1997 e 1998), a Sustentabilidade alcança um papel central no pensamento em torno das extensões sócio-econômicas e ambientais do crescimento e das alternativas que se configuram. Jacobi (1997), também fala que a sustentabilidade envolve uma relação de qualidade de vida, equilíbrio ambiental, justiça social e a ruptura com o presente padrão de crescimento.

Para CMMAD (1991), o desenvolvimento sustentável está apoiado na vontade de realizar as necessidades humanas presentes, sem comprometer a possibilidade das próximas gerações também satisfazerem as suas necessidades. Esta análise vai de encontro com a ideia apresentada por Jacobi, uma vez que a verdadeira qualidade de vida e ambiente só é realmente efetiva quando além de oferecer excelentes condições no presente, se preocupa também em manter esta qualidade para gerações futuras.

Muito se fala sobre sustentabilidade, mas pouco ainda é realizado efetivamente. Melo Neto e Brennand (2004) destaca que falta às empresas compreenderem a importância da preservação ambiental e começarem a utilizar tecnologias limpas, produtos e energias renováveis, não poluentes e naturais, possibilitando assim um futuro promissor para a sociedade. Muitas empresas ainda não perceberam o quanto suas ações são importantes, e as que já possuem este conhecimento por vezes ainda não o colocaram em prática.

Melo Neto (2001), ainda comenta que a visão de sustentabilidade progrediu e integrou ao conceito de gestão ambiental a busca de soluções para problemas sociais, práticas de responsabilidade social e, mais recentemente, as certificações sócio-ambientais. Pode-se dizer que a empresa socialmente responsável e sustentável é aquela que “atua nas três dimensões: proteção ambiental, apoio e fomento ao desenvolvimento local, regional e global, e estímulo e garantia da equidade social”.

A responsabilidade social sustentável emergiu na década de 80, quando o respeito ao meio ambiente e