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O idioma de Yanomami

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Por:   •  16/9/2014  •  Resenha  •  746 Palavras (3 Páginas)  •  944 Visualizações

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Os Yanomami são a tribo mais numerosa entre os indígenas brasileiros e os de cultura mais preservada. De acordo com a FUNAI, devem ser cerca de 9.000 no Brasil e outros tantos na Venezuela, pois vivem nas terras fronteiriças dos dois países.

A língua Yanomami comporta alguns subgrupos, que definem diferentes áreas de seu território. As variações lingüísticas e as distâncias dialetais autorizam os antropólogos a supor que os Yanomami ocuparam a mesma área por cerca de 3.000 anos.

Tratava-se do maior congresso de tuxauas (caciques) de toda a história daqueles índios. Havia também dois tuxauas Macuxis que lá estavam como observadores, mas também para contar a longa experiência do seu doloroso contato com os brancos. No começo, as amabilidades e os pequenos presentes, em seguida, a contaminação com as doenças comuns entre os brancos e mortais para os índios. No final, a expulsão dos índios de suas terras.

No Conselho dos tuxauas todos discursaram longamente. Falaram de seu infortúnio na convivência com o branco e da necessidade de eliminar as querelas internas, para uma união guerreira contra as invasões. Os discursos eram semelhantes. “Comem nossa queixada, nosso mutum, nosso sapo e nossa cobra, envenenam as águas, derrubam a mata e deixam o sarampo, a catapora e a coqueluche, que dizimam adultos e crianças”.

Na manhã seguinte saíram alguns caçadores e voltaram umas três horas depois com quinze queixadas, quase todos mortos com uma única, certeira e mortal flechada. Hábeis açougueiros, em pouco tempo limparam e esquartejaram os animais. Uma parte começou a ser assada, e o restante moqueado para ser comido no curso da semana. Carbonizada na superfície, a carne conserva-se por mais de dez dias.

À tarde, seguimos a pé para a aldeia Watoriktheri, que quer dizer Serra dos Ventos. Uns oito quilômetros difíceis para nós e facílimos para toda a tribo, onde as mulheres andavam alegres, carregando pesada carga de porco moqueada e bananas, além das crianças.

Chegamos à aldeia junto com a noite. Aí o espanto com a comovente beleza da maloca. Uma enorme construção de madeira, bambu e palha. Redonda como uma bacia emborcada e sem fundo. Mais de 50 metros de diâmetro. Toda a volta coberta em torno do círculo central (com 25 metros de diâmetro), em cuja borda o telhado alcançava 10 metros de altura, com as águas vertentes para o limite redondo da maloca.

As famílias distribuíram-se pelo círculo junto às paredes de palha. Armaram redes rústicas e acendeu pequenas fogueiras que foram realimentadas a noite inteira. Seguiram-se cantos e danças, que saudaram hospitaleiramente os visitantes.

Os Yanomami vivem da caça, da pesca, de frutas silvestres e de uma agricultura rudimentar. Cultiva mandioca, banana, tabaco. Não fumam: enrolam as folhas na forma de um cilindro de cinco centímetros de comprimento e de diâmetro, e o encaixam entre o lábio e os dentes do maxilar inferior.

Relatos anteriores já deram conta da importância da banana na dieta e na cultura dos Yanomami. Nas malocas há sempre um grande e pesado tronco, escavado na forma de uma canoa, onde nas ocasiões festivas são esmagadas em águas centenas de cachos. A beberagem é ingerida em cuias, num processo compulsivo. Chegam ao vômito e voltam a comer o mingau amarelo.

Para nós que vivemos no mundo marcado pelos antagonismos,

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