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O lúdico E Sua Importancia

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Por:   •  21/10/2013  •  1.366 Palavras (6 Páginas)  •  326 Visualizações

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O lúdico e sua importância como recurso pedagógico

"Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem."

." Carlos Drummond de Andrade

O uso do lúdico na educação prevê principalmente a utilização de metodologias agradáveis e adequadas às crianças, que façam com que o aprendizado aconteça dentro do seu mundo, das coisas que lhe são importantes e naturais de se fazer, que respeitam as características próprias das crianças, seus interesses e esquemas de raciocínio próprio (DOHME, apud Schultz, Muller e Domingues, 2006:4).

Como coloca Dohme, ao utilizarmos um jogo, uma brincadeira, como recurso pedagógico, permitimos que a criança participe da sua aprendizagem, transformando o momento de aprender em um exercício de descoberta, de pesquisa, de reflexão, de troca de experiências, de diálogos e de novas ideias sobre como o aprender pode e deve ser um momento agradável. Portanto, é preciso garantir que a criança, além de casa, comida, carinho, tenha também garantido o direito de brincar.

Um dos direitos descritos na Declaração Universal dos Direitos da Criança (aprovada na Assembleia Geral das Nações Unidas em 1959), no artigo 7º, ao lado do direito à educação, enfatiza o direito ao brincar. “Toda criança terá direito a brincar e a divertir-se, cabendo à sociedade e às autoridades públicas garantir a ela o exercício pleno desse direito.” Mas o que temos visto são crianças sentadas nas cadeiras enfileiradas, onde o corpo permanece imobilizado, sendo apenas objeto de manipulação dos educadores. A magia do brincar se restringe apenas à hora do recreio, pois ainda existe certa dificuldade do adulto em entender a importância do lúdico, como se as brincadeiras e os jogos devessem ocupar apenas o lado de fora da sala.

Segundo Vygotsky, o jogo nos acompanha como um recurso que constrói a zona de desenvolvimento proximal. Muitas vezes, as crianças conseguem fazer algo ou resolver um problema numa situação de jogo e não conseguem fazê-lo em situações da realidade ou aprendizagem formal (BARBOSA, 1999:69).

Sendo assim, fica claro que o jogo permite à criança buscar soluções além da sua maturidade para os problemas apresentados, e isso ela consegue por meio da imitação e das regras apresentadas nos jogos e brincadeiras, facilitando assim o desenvolvimento da aprendizagem.

Além, é claro, de trabalhar o desenvolvimento cognitivo, social, afetivo e a auto expressão, isto é, o desenvolvimento psíquico e físico da criança. Pois a criança, ao ir para as instituições de ensino – formal e informal -, não deixa em casa o seu corpo. Às vezes, esquecemos que a criança não é apenas cérebro, mas também corpo, e que os dois precisam ser estimulados e respeitados.

Através do faz de conta as crianças podem também reviver situações que lhes causam excitação, alegria, medo, tristeza, raiva ou ansiedade. Elas podem, nesse jogo mágico, expressar e trabalhar as fortes emoções, muitas vezes difíceis de suportar. É a partir de suas ações nas brincadeiras que elas exploram as diferentes representações que têm dessas situações difíceis. Assim, podem melhor compreendê-las ou reorganizá-las (CRAIDY e KAERCHER, 2001:106).

Desse modo, quando a criança brinca, muitas coisas acontecem, pois ela mergulha no mundo mágico da infância, onde tem o poder de revelar suas visões de mundo, suas descobertas, seus encantamentos, sua alegria, além, é claro, de compartilhar ideias e sentimentos, pelo simples prazer e vontade de experimentar. Brincando, as crianças recriam o mundo, não para mudá-lo, mas simplesmente para compreendê-lo. Descobrem quais são seus limites, suas potencialidades, exercitando a autonomia e a identidade, pois terão que analisar as situações apresentadas nos jogos e nas brincadeiras e fazer as escolhas. Através do brincar a criança tem mais espaço para a vida afetiva e maior possibilidade de desenvolver sua capacidade de concentrar sua atenção, ao mesmo tempo em que nutre sua vida interior. A criança explora seus sentimentos, tenta compreender o desconhecido, por isso ela precisa brincar para se sentir segura.

Mas cabe ao educador explorar, orientar a construção do conhecimento, dando oportunidade à criança de expressar suas múltiplas linguagens. É preciso, porém, primeiramente acreditar e entender que o processo de ensino-aprendizagem é um processo de comunicação, e, sendo o brincar uma atividade que faz parte da vida do ser humano, devemos usar o lúdico como ferramenta para a transmissão dos conteúdos, interligando o aprender e o brincar como momentos de alegria, participação e cumplicidade entre o educador e a criança.

A ciência descobriu agora que o desenvolvimento do cérebro se dá através das experiências que a criança faz no brincar. É aí que ela desenvolve as sinapses necessárias para, na escola, aprender a ler, escrever, calcular (FRIEDMANN, 2005:9).

Isso comprova que, quando paralisamos o movimento do corpo, também estamos paralisando o desenvolvimento do cérebro. Pois, por meio dos jogos, das brincadeiras, a criança experimenta situações que vão desenvolver a habilidade de prestar atenção, a capacidade de concentração, o desenvolvimento das coordenações motoras, além de mexer com as emoções interiores, os limites, a responsabilidade e o respeito mútuo.

Através do brincar, a criança explora seus sentimentos, tenta compreender o desconhecido. Quando brinca, está construindo seu mundo interior, e quando crescer conseguirá

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