O que é Universidade

Resenha crítica acerca do livro “ O que é Universidade? ” de Luiz Eduardo Wanderlei

        A partir da leitura da obra, é correto afirmar que ela traz algumas das principais características da instituição abordada. No desenvolvimento de 8 capítulos, o autor aborda tópicos de suma importância e bastante presentes na constituição de uma universidade, tais como a história, a cultura, a estrutura, bem como a autonomia e a comunidade acadêmica, sem deixar de abordar o movimento reformista ao qual ela foi submetida.

        De início, o autor disserta acerca da origem e do desenvolvimento da universidade no decorrer da história da humanidade. Nos primórdios, era necessário ter uma espécie de autorização do papa, tanto para se ter o direito de ensinar quanto o direito de conferir graus. Portanto, os estudantes e professores desfrutavam de certos privilégios e impunidades, tais como a proteção contra a prisão injusta, moradia com segurança, entre outras.

        No entanto, gradativamente, as universidades passaram a se adequar, aos poucos, aos processos emergentes de desenvolvimento, tanto social quanto econômico. Após ter abordado as origens da universidade, o autor disserta acerca do movimento reformista universitário, destacando os acontecimentos universitários e políticos que ocorreram em Córdoba (1918), fatos estes que abalaram a universidade, como um todo, em todo o contexto que se encontrava na América Latina.

        O autor nos faz menção, também, ao fato de que, desde os tempos mais remotos, quando surgiram as universidades no contexto mundial, o objetivo principal era, apenas, transmitir o saber. Contudo, com o decorrer do tempo, e com as inúmeras e diversas transformações que os homens inventaram, a universidade, novamente, como um todo, assim como seus métodos de ensino e de absorção de conhecimento foram se adaptando a essas diferentes realidades, geradas a partir de tais invenções.

        Outro tópico que possui suma importância no texto é a autonomia universitária. Luiz Eduardo Wanderlei traz à tona os tipos de autonomia presentes no âmbito universitário, essenciais para a existência da instituição. Tais autonomias podem ser citadas, como, por exemplo, a autonomia administrativa, a didática, a autonomia financeira, a técnica-científica, a autonomia política, entre outras.

        Tendo como base o supracitado, é correto inferir que a universidade é parte de um contexto global inclusivo que a determina, e que, a partir do seu financiamento, ela pode colaborar tanto com a manutenção como com a transformação da sociedade. É, de fato, uma leitura que exige conhecimentos prévios para o devido entendimento do que é exposto.

Com objetividade, especialmente no que tange o campo da mudança social e dos movimentos sociais populares, vale dizer que a intenção principal do autor era salientar determinados elementos que inquietam os povos, tudo isto em relação ao ensino que é fornecido em instituições de ensino superior. Com o estudo da obra, é possível notar que há um amadurecimento na opinião dos leitores, a partir da compreensão do que o autor quis transmitir, fato este que contribui para o enriquecimento do conhecimento acerca do contexto universitário.

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