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O senhor observa em seu trabalho que as pessoas estão ficando endividadas? Por que

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Por:   •  5/11/2013  •  Artigo  •  1.052 Palavras (5 Páginas)  •  491 Visualizações

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ENTREVISTAS

1) O senhor observa em seu trabalho que as pessoas estão ficando endividadas? Por que?

Mudar de condição financeira, para pior ou para melhor, é sempre uma questão complicada para a maioria das famílias. Hábitos anteriores têm que ser modificados, seja pela restrição obrigatória de gastos, seja pela possibilidade da incorporação de outras despesas decorrentes de novos padrões de consumo.

Essa transição fica ainda mais difícil quando não existe o costume do planejamento cuidadoso do orçamento familiar, incluindo o cotejo periódico das rendas com as possibilidades de seu comprometimento nas diversas classes de despesas, gastos, investimentos ou desembolsos obrigatórios.

A nossa realidade econômica e social está mudando de forma muito intensa e rápida. O estrato que se convencionou chamar de “a nova classe média brasileira” está incorporando um contingente muito significativo de famílias, qualquer que seja o método de classificação e as consequentes variações nos resultados da quantificação. E, para esse contingente, foram abertas, rapidamente, muitas possibilidades de consumo e despesa, que, até então, não faziam parte dos hábitos familiares anteriores. Numerosas situações inconvenientes e embaraçosas resultaram dessa circunstância e costumam ser tratadas, sem muita distinção, sob a denominação genérica de “endividamento excessivo das famílias”.

Na ausência de um planejamento individualizado e mais cuidadoso, existe uma regra geral, estabelecida pelo senso comum e pela observação do fenômeno em outras nações, que pode ser de grande utilidade para as famílias brasileiras alcançadas pela ascensão social recente: não é bom comprometer mais do que 30% da renda familiar total no pagamento de prestações continuadas (normalmente resultantes de financiamentos feitos para a aquisição de bens ou serviços).

Evidentemente, esse percentual comporta alguma variação de caso para caso, desde que devidamente classificadas as diversas categorias de despesas envolvidas. A aquisição de itens supérfluos (aparelhos eletrônicos da moda, viagens de lazer, roupas caras, alguns serviços pessoais, despesas de telefonia, etc.), por mais sedutora que possa parecer, deve ser criteriosamente examinada antes da sua efetivação e, em seu conjunto, não pode exceder o percentual mencionado. De outro lado, a aquisição de bens duráveis (veículos, algum tipo de mobiliário, etc.) sempre pode ser desdobrada em duas parcelas: gastos correntes e investimento. Embora não seja fácil o desdobramento correto desse tipo de despesa, em circunstâncias controladas é aceitável algum comprometimento da renda familiar acima do mencionado percentual de 30% para agregar a parcela do investimento envolvido. Há, no entanto, outros tipos de despesas periódicas ou continuadas que devem ser tratadas como investimento, ainda que essa característica nem sempre esteja claramente visível. É o caso, por exemplo, da compra de seguros de saúde, de imóveis e de planos de aposentadoria. A agregação desse tipo de despesa no orçamento familiar, costuma comportar, com alguma segurança, o alargamento controlado do percentual básico de 30% de comprometimento total da renda das famílias.

No caso particular da compra da casa própria, devem ser consideradas, ainda, as vantagens decorrentes da economia de aluguéis, da valorização do imóvel, da formação do patrimônio familiar e do aproveitamento das taxas de juros muito baixas que vêm sendo cobradas pelos agentes financeiros, em oposição ao elevadíssimo custo do dinheiro embutido nas prestações contraídas para a aquisição financiada de bens supérfluos.

O percentual de famílias brasileiras com dívidas subiu para 57,3% em junho, ante 55,9% no mês anterior, quebrando um movimento de queda iniciado no mês de junho de 2011.

De acordo com a pesquisa, o percentual de famílias com contas em atraso permanece o mesmo de junho de 2011. Entre maio e junho, caiu de 23,6% para 23,2%.

O cartão de crédito foi apontado como o principal tipo de dívida por 74,8% das famílias, seguido pelos carnês (19,7%) e pelo crédito pessoal (10,4%).

O estudo também aponta queda no percentual de famílias

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