ORIGENS DO SISTEMA CAPITALISTA E O TRABALHO NO MUNDO ATUAL - A PRECARIZAÇÃO E A FLEXIBILIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DO TRABALHO
Monografias: ORIGENS DO SISTEMA CAPITALISTA E O TRABALHO NO MUNDO ATUAL - A PRECARIZAÇÃO E A FLEXIBILIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DO TRABALHO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Naylane • 17/3/2014 • 1.398 Palavras (6 Páginas) • 838 Visualizações
INTRODUÇÃO
Revolução Industrial foi a passagem para novos processos de mudança no período entre 1760, 1820 e 1840. Esta transformação incluiu a transição de métodos de produção artesanal para a produção por máquinas, a fabricação de novos produtos químicos e de processos de produção de ferro, o uso crescente da energia a vapor e o desenvolvimento das máquinas-ferramentas, além da substituição da madeira e de outros biocombustíveis pelo carvão. A revolução teve início na Inglaterra e em poucas décadas se espalhou para a Europa Ocidental e os Estados Unidos.
Antes da Revolução Industrial a produtividade da sociedade se baseava na manufatura e não existia uma divisão social do trabalho. Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade de empregados ou operários), perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Eles passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção os quais passaram a receber todos os lucros. O trabalho realizado com as máquinas ficou conhecido por maquinofatura. Segundo Karl Marx essa é a lei da mais valia absoluta.
O crescimento econômico foi notado de forma explicita e existe um consenso entre historiadores econômicos que o inicio da Revolução Industrial é o evento que eles consideram de maior importância na história humana.
A Revolução Industrial transformou os hábitos e costumes de toda a sociedade da época. Em particular, a renda média e a população começaram a experimentar um crescimento sustentado sem precedentes históricos.
De acordo com a teoria de Karl Marx, a Revolução Industrial integrou o conjunto das chamadas Revoluções Burguesas do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa que, sob influência dos princípios iluministas, assinalam a transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea. Para Marx, o capitalismo seria um produto da Revolução Industrial e não sua causa.
A Revolução Industrial, que revolucionou toda a economia europeia da época, só foi possível por causa do êxodo rural que favoreceu o excedente de mão de obra nas fábricas e os operários por sua vez sofreram com grandes jornadas de trabalho e baixos salários.
Isso demonstra o verdadeiro motivo da produção capitalista: longe de ser a produção de mercadorias, ela é a busca pela valorização do valor antecipado pelo capitalista. O capitalista inteligente não produz amor à mercadoria. Como disse James Roderick, presidente da US Steel, em 1979, “a tarefa da administração é fazer dinheiro, e não aço” (Citado em HARVEY, em 2002, p. 150).
Esse êxodo rural, ao trazer grande quantidade de pessoas, aglomerou as grandes cidades que não tinham condições de salubridade e habitualidade, o que levou a consequências nefastas para a saúde. Exemplos maciços de desequilíbrio ecológico foram, por exemplo, as grandes epidemias decorrentes das mudanças sociais e das alterações do sistema de produção. A tuberculose foi uma das doenças mais conhecidas da época e a que mais vítimas provocou, verificado-se o mesmo padrão de mortalidade elevada para outras doenças infecciosas, tais como: a pneumonia, o sarampo, a gripe, a escarlatina, a difteria e a varíola.
Além disso, a população vivia em condições sub humanas, com péssimos salários e rotinas de trabalho exaustivas (de 12 a 16 horas diárias), que podia até afetar sua saúde. O filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, retrata com criatividade e humor essa situação exploradora nos primeiros tempos da Revolução Industrial, mostrando que a invenção da máquina a vapor desencadeou uma revolução tecnológica, porém trouxe modificações nos hábitos, costumes e valores humanos. No longa, Charles Chaplin vive um operário quase escravizado, sendo condenado a realizar movimentos repetitivos na linha de produção, retratando a classe trabalhadora como meros instrumentos operacionais no auxilio ao processo de produção industrial.
Alguns trabalhadores, indignados com a situação de exploração, reagiam das mais diferentes formas, das quais se destacam os movimentos ludista, cartista e o “trade- unions”.
O movimento ludista reclamava contra a invenção das máquinas que poupavam a mão de obra. Eles invadiam fábricas e destruíram essas máquinas, acreditando que por serem mais eficientes que os homens, tiravam seus trabalhos, requerendo, duras horas de jornada de trabalho. Os manifestantes sofreram uma violenta repressão, foram condenados à prisão, à deportação e até à forca.
Logo depois veio o movimento cartista, organizado pela Associação dos Operários, querendo melhores condições de trabalho como a limitação de oito horas diárias de trabalho, a regulamentação do trabalho feminino, a extinção do trabalho infantil, a folga semanal e o salário mínimo. Este movimento lutou ainda pelos direitos políticos, como o estabelecimento do sufrágio universal (apenas para os homens, nesta época) e extinção da exigência de propriedade para se integrar ao parlamento e o fim do voto censitário. Esta luta se destacou por sua organização, e por sua forma de atuação, chegando a conquistar diversos direitos políticos para os trabalhadores.
As "trade-unions" foram a união dos empregados das fábricas que, na segunda metade do século XIX, evoluíram para os sindicatos. O mais eficiente e principal instrumento de luta das trade-unions era a greve.
Segundo Marx, que já fundamentava no materialismo histórico que o confronto entre as classes sociais eram decorrentes da exploração da burguesia sobre a classe operária. Estes capitalistas viam no sistema uma forma de obter lucros oprimindo os trabalhadores. A sua teoria, juntamente com Engels, anteviu o que iria acontecer quando o capitalismo se estruturasse de fato e direito.
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