OS CONCEITOS BÁSICOS DE SOCIOLOGIA
Por: L1m2 • 17/11/2018 • Resenha • 2.316 Palavras (10 Páginas) • 277 Visualizações
CONCEITOS BÁSICOS DE SOCIOLOGIA
WEBER,MAX. Conceitos Basicos de Sociologia.5ª Edição.São Paulo: Centauro,2002.
O grande renomado intelectual,jurista e economista Karl Emil Maximilian Weber,natural da cidade Erfurt-Alemanha , nasceu no dia 21 de abril de 1864 e faleceu em 14 de junho de 1920, na cidade de Munique - Alemanha, com 56 anos de idade.Não encontrados registros de sua infância.Formou-se muito jovem em Direito e cursou doutorado em econommia.Tendo prosseguido na carreira de professor inicialmente na Universidade de Heidelberg de Berlim,ministrando aulas de Economia ,havendo passado pela Universidade de Freiburg,Universidade de Heidelberg, Universidade de Viena e Universidade de Munique. Destacaou-se na política alemã da época, sendo consultor dos negociadores alemães no Tratado de Versalhes(1919) e da comissão encarregada de redigir a Constituição de Weimar. Dedicou-se grande parte de seu estudo à análise do capitalismo e do chamado processo de racionalização e desencantamento do mundo. Seus estudos também deram contribuição importante para a Sociologia,sendo considerado um dos mais importantes da Sociologia Moderna.
Entre suas obras principais está “Conceitos básicos de Sociologia”, publicada pela primeira vez em 1913,com base em suas pesquisas empíricas ,o autor apresenta uma série de definições,as quais já haviam sido testadas e consideradas como formulações preliminares para uma ciência geral da Ação Social.A referida obra é dividida em 17 capítulos com o total de 103 páginas.
No primeiro capítulo o autor define a Sociologia como a ciência que tem por objetivo entender o mundo social com base nas ações dos indivíduos,e busca explicá-la causamente seu desenvolvimento e efeitos. Para análise sociológica da ação, a compreensão e a interpretação são recurso fundamentais. Essa ação que ele busca compreender é aquela que possui um sentido subjetivo para o agente, não se trata de um sentido objetivamente correto ou verdadeiro, mas aquele produzido e existente no sujeito, ou seja, um sentido pessoal. A ação social é aquela que se dá na interação social. Nesse caso o agente tem seu sentido subjetivo, que motiva a ação, influenciado pela presença e comportamento de outros. Porém, nem toda ação é dotada de sentido,como por exemplo; comportamentos reativos, impulsos afetivos e hábitos arraigados cumpridos ritualmente, estes não são dotados de sentido, isto é, nenhum sentido é elevado à consciência do agente. Além disso, algumas experiências individuais não são comunicáveis adequadamente em palavras, e assim, não podem ser plenamente compreendidas pelos que não tem esse tipo de experiência. Apesar desses obstáculos, a compreensão é possível, pois Weber argumenta que a capacidade de reviver a ação não é condição absoluta para interpretação do sentido.
A compreensão pode ser racional ou intuitiva. A primeira consiste em compreender intelectualmente, com total transparência a conexão de sentido visada. A construção de um tipo ideal,torna possível esse modo de compreensão ,a ação racional referente a fins, ou seja, a ação que estabelece um fim e maximiza os melhores meios para obtê-lo. Desse modo, uma vez conhecidos, os fins colocados pelo agente e os meios de que dispõe, ficam evidentes as possibilidades do curso dessa ação. A segunda pode conduzir a uma avaliação intelectual dos motivos, meios e efeitos da ação.Nas duas temos o processo de interpretação do sentido e a conexão causal de seus móbeis e efeitos, por isso a sociologia weberiana se fundamenta na compreensão interpretativa e na explicação causal.
O autor ainda, cita outras duas modalidades da compreensão,no caso a direta empírica e a explicativa. A compreensão direta empírica é aquela que assim que se vê a ação entende-a imediatamente. No caso da compreensão explicativa a amplitude da evidência inclui objetivos subjacentes, do agente.
No segundo capítulo,o autor traz as formas características da Ação Social. Quanto a ação existem quatro tipos : a ação racional referente a fins, a ação racional referente a valores, a ação afetiva e a ação tradicional. A ação racional referente a fins apresenta o máximo de racionalidade, consiste na adequação ideal dos meios para se atingir um fim pré-estabelecido. Esse fim é determinante, pois uma vez estabelecido justifica a utilização de qualquer meio eficaz para sua obtenção, independente de qualquer irracionalidade, o agente calcula os meios necessários para atingir os fins desejados.
No caso da ação racional referente a valores, a valoração se manifesta nos meios. Age de modo racional valorativo quem delimita os meios disponíveis em função de uma ética ou moral, ou seja, existem meios dignos, do ponto de vista moral, e só esses devem ser utilizados para a obtenção do fim desejado. É uma ação regida por mandamentos e exigências que o agente crê dirigidos a ele.Quanto a ação afetiva,esta pode ser considerada um ação consciente de sentido,e pode ser uma ação desinibida a algum estímulo extraordinário. E por último, a ação tradicional é aquela que se orienta no hábito arraigado, a repetição de rotinas.
No terceiro capítulo,define o conceito de relação social como sendo o comportamento reciprocamente referido quanto ao sentido por uma pluralidade de agentes que se orientam por essa referência. O fundamental para essa noção de relação social esta na probabilidade de haver ações reciprocamente referidas quanto ao sentido, na ocorrência das formações sociais, a relação social depende da orientação das diversas ações individuais num mesmo sentido e isso só ocorre enquanto probabilidade.
No quarto capítulo, afirmar que existe uma probabilidade de regularidade, para cada relação social especifica, apresenta duas causas para a manutenção da regularidade: o costume, quando o hábito garante a manutenção das relações, e a situação de interesse, na qual, os agentes mantêm uma relação por interesses pessoais, neste último caso tem-se uma ação racional referente a fins, a racionalidade é máxima.
No quinto,sexto e sétimo capítulo,respectivamente,Weber evidencia que a ação não é totalmente livre, mas sofre influência de fatores sociais e essa influência nem sempre é levada à consciência do agente. Além do costume e da situação de interesse haverá outro fator interferindo nas ações individuais e corroborando com a manutenção ou desintegração das relações em jogo, trata-se da ordem legitima, quando essa tem probabilidade de existir efetivamente temos uma ordem vigente . A vigência de uma ordem é mais do que uma regularidade, é um mandamento cuja violação é abominada de maneira racional referente a valores pelo sentido de dever,se legitima na atitude interna e nas expectativas externas. No caso da primeira serão fontes da legitimação a atitude afetiva, a atitude racional referente a valores e à atitude religiosa. Quanto às expectativas externas, a vigência da ordem se legitima na convenção e no direito.
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