Opera dos passaros
Por: lilizete • 26/11/2015 • Resenha • 509 Palavras (3 Páginas) • 471 Visualizações
Da verossimilhança ao índice- Philippe Dubois
O autor busca retratar as diversas posições no que diz respeito ao principio da realidade da fotografia, uma vez que foi defendida por muitos críticos e teóricos.
A discursão a cerca do princípio da realidade da fotografia se deu em três momentos: A primeira que traz consigo o discurso da mimese, onde o efeito de realidade descoberto na fotografia se dava a partir dasemelhança entre o objeto e a imagem real, A segunda, onde a fotografia é reconhecida como transformação do real, ou seja, segundo o autor é o discurso do código e da desconstrução, o princípio da realidade foi denominado como pura impressão ou simples efeitos, e como consequência de todas essas posições surgiu o terceiro momento que traz a fotografia como um traço do real, sendo assim esse conceito se apresenta como o que transmite o sentimento do real, ou seja ela sempre se remete ao seu referente, indo além do efeito do real.
O efeito de realidade ligado à imagem fotográfica caracteriza a fotografia como espelho do real. A autenticidade imagética de uma pintura limita-se a apresentar uma possível representação da realidade. Em contra partida, com o surgimento da precisão fotográfica o resultado de semelhança natural da imagem é totalmente terceirizada, estabelecida pelo surgimento de uma técnica. Assim, a objetividade da foto torna-se então uma falácia, uma mimese, construindo apenas uma aparência do real, ou seja, associando a existência de um referente, mas não significando a sua semelhança. De acordo com Baudelaire a foto é um simples instrumento de uma memória documental do real e a arte como pura criação imaginária.
Contudo, a fotografia como transformação do real demonstra diferentemente da foto como espelho do real, a operação de codificação das aparências. Em outras palavras, a associação dos pincéis e um voo representativo de um pássaro, que ao sobrevoar codifica uma mensagem e a transforma em imagem de acordo com sua realidade. Por isso, o discurso de códigos e sua desconstrução, tentando mostrar que não há uma neutralidade estabelecida pelo espelho fotográfico, mas que a foto é utilizada como instrumento que carrega técnicas, códigos, interpretações e até mesmo a capacidade de transformar o real.
Diante disso a relação criada entre o poema à Ópera dos Pássaros e os três estágios da fotografia se dá pela maneira como ela é construída. A fotografia não é objetiva e sim cheia de subjetividade e semelhança por isso é uma falácia, ela traz consigo inúmeros códigos que a traduzem de maneira semelhante ao real, mas nunca o real por inteiro. Essa ave de asas oblongas nada mais é, que o processo de construção da imagem feita a partir da câmera, que através da lente tenta recriar como uma pintura a maneira mais fidedigna do que é visto, e sempre toma como base o seu referente, ou seja, aquilo que está a sua frente, trazendo assim o sentimento do real.
Dessa maneira a fotografia é carregada de códigos, atribuições, sentido, e construção que de maneira unificada esses elementos conseguem traduzir o sentido de uma imagem.
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