Os Jogos Olimpicos
Casos: Os Jogos Olimpicos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Ronaldkibaka • 11/4/2013 • 5.119 Palavras (21 Páginas) • 1.414 Visualizações
Jogos Olímpicos da Antiguidade
Os Jogos Olímpicos da Antiguidade eram um festival religioso e atlético da Grécia Antiga, que se realizava de quatro em quatro anos no santuário de Olímpia, em honra de Zeus. A data tradicional atribuída à primeira edição dos Jogos Olímpicos é 776 a.C.[1][2].
Os Jogos Olímpicos eram os mais importantes jogos pan-helénicos, tendo sido proibidos pelo imperador cristão Teodósio I em 393, por serem uma manifestação de rituais do paganismo.
Uma importante fonte sobre os jogos é Pausânias (século II d.C.), autor do livro Descrição da Grécia, um guia da Grécia baseado nas suas viagens pelo território. Outra importante fonte é um tratado sobre a ginástica de Filóstrato de Lemnos (século II-III d.C).
A escultura e a cerâmica gregas representaram não só os atletas como a própria prática desportiva. No que diz respeito à escultura, que tinha no bronze e no mármore os materiais predilectos, muitos trabalhos sobreviveram apenas como cópias da era romana. De algumas estátuas ficou apenas a base, onde se encontram gravadas inscrições relativas ao atleta, fornecedoras de informação. Por último, as moedas cunhadas em determinadas pólis retratam determinada modalidade desportiva na qual a cidade se destacou.
Origens
Mitologia
Segundo os estudiosos da antiguidade de Élis, da época de Pausânias, o templo de Olímpia foi feito pelos homens da região na época em que Cronos era o rei dos deuses, a chamada Idade de Ouro.[3] Quando Reia deixou Zeus aos cuidados dos dáctilos, ou curetes, de Ida,[3] Héracles de Ida, o mais velho, derrotou seus irmãos em uma corrida, e foi coroado com um ramo de oliveira.[4] A partir daí, os jogos passaram a ser celebrados a cada quinto ano, pois eram cinco os irmãos [5](Héracles, Paeonaeus, Epimedes, Iasius e Ida).
Segundo algumas versões, Zeus derrotou Cronos em Olímpia, mas outras versões dizem que ele celebrou lá jogos para comemorar sua vitória.[6] O campeão de vitórias entre os deuses foi Apolo, que venceu Hermes na corrida e Ares no pungilismo; por este motivo, a flauta é tocada quando os competidores do pentatlo estão na prova de salto, pois a flauta é sagrada a Apolo.[]
Cinquenta anos após o dilúvio de Deucalião, Clímeno, filho de Cardis, descendente de Héracles de Ida, veio de Creta para Olímpia e fundou um altar para seu ancestral Héracles e os outros curetes.[7] Clímeno foi deposto por Endimião, filho de Étlio, que deixou o reino para o seu filho que vencesse uma corrida.[7]
Os próximos a celebrarem jogos em Olímpia foram Pélope, Amythaon, filho de Creteu, os irmãos Neleu e Pélias,[8] Aúgias e Héracles, filho de Anfitrião.[9] Óxilo foi o último desta era a celebrar os jogos, que não voltaram a ser celebrados até seu descendente Ifitos de Ilía
O local
Os Jogos Olímpicos decorriam no santuário de Zeus em Olímpia que era feito de mármore cristalizado situado na região ocidental do Peloponeso, a cerca de 15 quilómetros do Mar Jónio, próximo da confluência dos rios Alfeus e Cladeos. Este santuário retira o seu nome ao Monte Olimpo (que se situa longe do local, na Tessália, norte da Grécia), ponto mais elevado da Grécia continental e que era na mitologia grega a residência das divindades.
O núcleo de Olímpia era o Áltis, um bosque sagrado. No centro do bosque existia um templo em estilo dórico dedicado a Zeus, que foi construído entre 468 e 456 a.C., em cujo interior se encontrava uma estátua colossal do deus da autoria de Fídias e que era considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.
Os participantes
Não poderiam participar nos jogos os estrangeiros (os "bárbaros" segundo a mentalidade grega), os escravos e as mulheres. Conta-se o caso de uma mulher que, vestida com roupas masculinas, disfarçou-se de treinador para entrar no ginásio e ver seu filho lutar. O filho venceu a prova e a mãe, comemorando a vitória, deixou cair seu disfarce. Descobriram que era mulher.
Os atletas eram de uma forma geral oriundos das classes mais favorecidas e tinham sido iniciados no desporto desde tenra idade. Não vinham apenas da Grécia continental, mas de todos os pontos do mundo grego que na Antiguidade incluía as colónias espalhadas pelas costas do Mediterrâneo e do Mar Negro. Os vencedores eram alvo da homenagem da sua cidade: poderiam receber alimentação gratuita, terem estátuas erguidas em sua honra e serem cantados pelos poetas.
Organização
A organização dos jogos foi da responsabilidade da pólis de Élide. Em 668 a.C. Fídon de Argos conquistou Olímpia e entregou o controlo do santuário à cidade de Pisa, que organizou os jogos até 558 a.C., ano em que Élide retomou o controle sobre Olímpia graças à intervenção de Esparta.
A trégua sagrada
No ano em que se celebrariam os jogos, Élide enviava por toda a Grécia arautos que anunciavam a data concreta em que se desenrolariam os jogos e que convidavam os atletas e os espectadores a participar. Os arautos anunciavam também a trégua sagrada, que proibia a guerra durante o período dos jogos e que visava proteger os espectadores e atletas durante vinda, estadia e regresso.
Os juízes
Os Jogos Olímpicos eram supervisionados por juízes, os helanócides ("juízes dos Helenos"). Estes juízes eram oriundos do seio da nobreza de Élide, sendo escolhidos à sorte dez meses antes do início do festival; o número de juízes variou ao longo dos tempos. Os juízes eram responsáveis pelo envio dos arautos. Deveriam também garantir o bom estado dos edifícios do santuário e garantir o policiamento e segurança. Intervinham igualmente nas provas, sorteando os atletas, arbitrando as provas e proclamando os vencedores, os quais coroavam. Os juízes realizavam um juramento através do qual se comprometiam a julgar de forma imparcial os concorrentes e a guardar sigilo sobre aspectos relacionados com um atleta. Também ordenavam a execução dos castigos aos atletas e treinadores que não tinham cumprido as regras; estes poderiam ser punidos com açoites em local público, algo que entre os Gregos encontrava-se em geral reservado aos escravos. No caso de suborno, previam-se multas elevadas, cujo dinheiro revertida para pagar estátuas em bronze de Zeus, expostas no santuário. Os atletas e os treinadores chegavam a Élide com um mês de antecedência para treinarem sob supervisão dos juízes. Julga-se que durante
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