PLANEJAMENTO DE OBRAS
Ensaios: PLANEJAMENTO DE OBRAS. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: ideique • 26/1/2015 • 1.524 Palavras (7 Páginas) • 467 Visualizações
O engenheiro de obras é o paizão do canteiro. Amigo de sua equipe, tem ainda jogo de cintura para negociar com os fornecedores e está sempre disposto a ensinar a mão de obra. Mas também está ali para fiscalizar tarefas, cobrar prazos e a qualidade final do produto. Quando a coisa aperta, é rígido. Exige resultados, em nome do cliente e dos acionistas. Vê a obra como um negócio, mas seu maior prazer é transformar o desenho em edifício. Seu uniforme é capacete, camiseta ou blusa de botão, calça jeans e bota. Mas quando vai a reuniões com a diretoria, pode trocar o uniforme por terno e gravata. Empunha um celular e um rádio para se comunicar rapidamente. Traça cronogramas e planilhas no computador pessoal instalado no escritório do canteiro.
Dizem que obra vicia. Quem começa não quer sair. Inicia como estagiário e almeja a coordenação para não tirar o "pé da lama". Com o aquecimento do setor, o giro é maior, e os salários, mais atrativos. No entanto, faltam profissionais disponíveis, por isso as empresas investem cada vez mais na formação e em planos de crescimento. Quer fidelidade, difícil hoje em dia. Famosa por seus planos de carreira e pela ideologia de obra enxuta implantada por Hugo Marques da Rosa, um engenheiro de produção, a Método trata de forma especial seus calouros. O engenheiro de obras jovem da Método entra na empresa como estagiário e começa um longo treinamento para desenvolver o espírito de liderança e a capacidade de gerir pessoas e projetos. Enquanto desenvolve na faculdade conhecimentos de cálculo, estrutura e resistência dos materiais, conhece na prática os limites do que aprendeu. É na empresa que o jovem engenheiro da Método vê a materialização da teoria. De estagiário a trainee, agora formado, ele passa a ver a obra como um negócio.
Um profissional em formação
Tradicionalmente, o engenheiro de obras é do sexo masculino, uma vez que nas salas de aula a maioria é composta ainda por homens. Mas hoje é muito comum ver mulheres liderando canteiros. Segundo João Paulo Reis Faleiros Soares, gerente de RH da Método, em São Paulo, "elas são respeitadas e devem ser cada vez mais numerosas". Nos canteiros da Método, encontram-se tanto jovens recém-saídos da faculdade como profissionais experientes que já desenvolveram a prática e o espírito de liderança. Para Soares, "na obra, a energia vale muito, mas experiências também, uma vez que esse profissional administra contratos, negocia com clientes, fornecedores e departamentos internos".
É desejável que sua formação vá além da técnica e do desenho. Para a Método, convém ao engenheiro de obras possuir o certificado em PMP (Project Management Professional), emitido pelo PMI (Project Management Institute), ter um MBA (Master of Business Administration), uma pós-graduação em gestão, conhecimentos em marketing e finanças. "Ele vai administrar um negócio que deve gerar resultado para os acionistas da empresa", lembra Soares. Ele é "o cara" que faz a coisa acontecer, que lida com o fornecedor, que controla prazos, custos e qualidade, que administra os riscos, que põe o pé na lama. Tem que entender de produção e de planejamento, estar atualizado com as novas técnicas construtivas, mas também saber mobilizar a sua equipe. Essa prática e esse traquejo, ele adquire na obra. "Não há escola que ensine uma pessoa a ser dinâmica", comenta Soares.
O engenheiro de obras não é um cara sutil, tampouco um brucutu. É equilibrado, próximo da equipe e dá feedback. Foca-se no desenvolvimento dos integrantes a fim de entregar a obra dentro do prazo, "sem ser um tratorzão", compara Soares. O profissional que trabalha no canteiro da Método enfrenta desafios como tocar obras de grande porte fora dos grandes centros. Por isso, mobilidade, disponibilidade para viajar - para o Nordeste, Angola, ou Dubai - e desprendimento do conforto e da família são inalienáveis. "Tem de ser nômade", ressalta.
O talento para o canteiro de obras é identificado nas entrevistas de recrutamento e nos treinamentos realizados pela construtora, que investe na gestão de desempenho profissional, fornecendo também feedbacks negativos para ajudar no desenvolvimento tanto de quem está começando quanto de quem está há algum tempo na empresa. Apesar de formar os engenheiros que nela trabalham, a Método também valoriza o profissional experiente. "Nos processos seletivos de engenheiros seniores, procuramos conhecer quais resultados ele conseguiu obter, e com qual nível de dificuldade", explica o gerente de RH da construtora. Mas uma coisa é certa, tem que sentir emoção vendo a obra acontecer.
Pronto para tempos difíceis
Um homem de negócios e marketing, que conhece o público com quem está lidando. No perfil desenhado pela Tecnisa, o engenheiro de obras é um cara equilibrado e com espírito de liderança, que otimiza os recursos e a mão de obra, enfrentando tempos difíceis. Para ele, a obra é uma unidade de negócios. A atitude é o que conta para a Tecnisa na contratação do engenheiro de obras. "Treinamos suas habilidades, dando base para as competências", diz Denise Bueno, gerente de RH, em São Paulo. Ciente de que é na prática que o engenheiro adquire experiência, a empresa possui uma política voltada para o desenvolvimento, dispondo de programas para estagiários. Também oferece a escola corporativa, que prepara líderes, e a bolsa educação para os profissionais com dois anos de empresa.
A Tecnisa procura identificar, dentro da própria corporação, o profissional que será um "tocador de obra". "Percebemos, em São Paulo, que quem estuda no Mackenzie, Unip (Universidade Paulista) e Fesp (Faculdade de Engenharia de São Paulo) tem esse perfil", conta. Mas se for contratar um engenheiro formado, é desejável que ele tenha MBA ou pós-graduação,
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