Subsídios Para O Planejamento De Mão-de-Obra No Setor Hoteleiro: Análise Da Demanda E Das Necessidades De Capacitação Profissional
Dissertações: Subsídios Para O Planejamento De Mão-de-Obra No Setor Hoteleiro: Análise Da Demanda E Das Necessidades De Capacitação Profissional. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: alvarokawasoko • 3/12/2013 • 7.171 Palavras (29 Páginas) • 502 Visualizações
Subsídios para o Planejamento de Mão-de-Obra no Setor Hoteleiro: Análise da
Demanda e das Necessidades de Capacitação Profissional
Autoria: Rivanda Meira Teixeira, Rubia Ribeiro Tavares de Faria
Resumo
Um dos maiores desafios da atividade turística no Brasil está relacionado com a oferta de mão
de obra qualificada para atuar nas empresas do setor, pois ainda é notável o despreparo de
profissionais para atender as necessidades dos clientes cada vez mais exigentes. Este estudo
teve como objetivos analisar a demanda e as necessidades de capacitação profissional da mão
de obra que atua no setor hoteleiro na cidade de Aracaju. Foram realizadas entrevistas
pessoais com trinta e seis gerentes/ proprietários dessas empresas selecionados através de
critério amostral não-probabilístico. Como resultados encontrados pode-se destacar que a
mão-de-obra empregada neste setor possui baixa escolaridade o que se reflete nos baixos
salários pagos. A participação dos empregados em programas de qualificação ainda é
relativamente modesta e nem todos os entrevistados demonstram interesse em investir em
capacitação dos seus empregados, pois receiam que almejem salários mais altos ou que
deixem a empresa. Devido à falta de qualificação da mão-de-obra, há dificuldades na
contratação de recepcionistas, garçons e cozinheiros.
1 INTRODUÇÃO
O turismo caracteriza-se como um conjunto de atividades econômicas diversas que engloba
transportes, meios de hospedagem, agenciamento de viagem e práticas de lazer, além de
outras ações mercadológicas que produzem riqueza e geração de emprego. No Brasil, um em
cada dez trabalhadores está vinculado direta ou indiretamente ao setor turístico, que
movimenta mais de 40 bilhões de dólares no país (LAGE E MILONE, 2000). Bem planejado
o turismo deve servir como estratégia de fixação do homem na terra, como meio para
aquecimento da economia local e para uma melhor distribuição de renda.
Diante de sua importância socioeconômica, a atividade turística requer atenção e
investimentos dos setores público e privado para se desenvolver. De forma geral, trata-se de
um mercado de serviços altamente competitivo, logo, as empresas do setor que buscam
diferenciação devem investir, entre outras coisas, na capacitação da mão-de-obra, seu
principal insumo, para, assim, obter qualidade no atendimento prestado aos turistas. No ramo
da hotelaria, explica Perin (2000), a grande maioria dos funcionários relaciona-se diretamente
com os hóspedes, por isso, qualquer erro ou ineficiência pode levar à perda de um cliente
definitivamente. Este fato mostra a imperiosa necessidade de capacitação constante da mãode-
obra, buscando a diminuição da rotatividade de empregados e a qualidade no desempenho
das funções.
Buscando contribuir de forma direta para o desenvolvimento da mão-de-obra hoteleira, este
trabalho analisa a demanda e identifica as necessidades de capacitação dos profissionais desse
setor. Assim, pretende oferecer às empresas hoteleiras, às instituições educacionais e às
entidades governamentais subsídios que possam contribuir para o planejamento de ações
destinadas a adequar as necessidades do setor hoteleiro à oferta de programas de educação
profissional voltados para o turismo.
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2 O MERCADO DE TRABALHO NA ATIVIDADE TURÍSTICA
Segundo Lage e Milone (1998, p.30) em termos de empregos, um de cada dez trabalhadores
brasileiros está vinculado ao setor turístico, no qual desenvolve de forma autônoma ou
subordinada a prestação de serviços que, por se tratar de um mercado altamente competitivo,
requer cada vez mais maior capacidade profissional, com exercício de práticas de alta
qualidade e atendimento. Afirmam esses autores de forma enfática: “atualmente não são
admissíveis o empirismo e o amadorismo nos empresários do setor turístico”.
Para Arbache (2003), o mercado de trabalho do setor turístico caracteriza-se por ocupar
expressiva quantidade de indivíduos, já que seu principal insumo é a mão-de-obra. Entre 1993
e 1998, a taxa de ocupação de pessoas empregadas na atividade turística atingiu o índice de
41,5%, ou seja, 1,3 milhão de brasileiros encontrava-se trabalhando neste segmento.
Comparada com outros setores da economia, a ocupação da mão-de-obra turística foi
responsável, nesse período, por 2,51% dos empregos oferecidos no Brasil, superando a média
dos demais países subdesenvolvidos, que, segundo Sinclair (1998 apud ARBACHE, 2003,
p.27), era de 1% a 2% da população ocupada. No entanto, essa atividade ainda pode ser
considerada no Brasil em estágio semi profissional, tendo ainda muito a evoluir para se
equiparar a países que já alcançaram padrões de desempenho e qualidade muito superiores,
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